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05 DE AGOSTO – FESTA DA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE SANTA MARIA DAS NEVES (SANTA MARIA MAIOR)

Nossa Senhora das Neves

05 DE AGOSTO – FESTA DA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE SANTA MARIA DAS NEVES (SANTA MARIA MAIOR)

A DEDICAÇÃO DE SANTA MARIA DAS NEVES

A Igreja Católica celebra hoje a festa anual da dedicação de uma igreja muito notável em Roma, chamada Santa Maria das Neves – “Santa Maria da Neve” ou “Santa Maria Maior” (em italiano Basilica di Santa Maria Maggiore). A origem desta igreja é como segue: no meio do quarto século, na época do Papa Libério, residia em Roma um nobre chamado João. Apesar de rico em bens temporais, era ainda mais rico naqueles que não são deste mundo, e sua esposa era igual em nascimento, de riquezas e virtudes. Ambos haviam se casado há muitos anos sem terem sido abençoados com filhos, embora muitas vezes tivessem pedido a Deus por eles. Por fim, resignaram-se à vontade da Providência e resolveram empregar toda a sua riqueza em honra da Santíssima Virgem, tornando-a herdeira dela, pois sempre haviam nutrido grande devoção por ela.

Ainda estavam incertos quanto à maneira pela qual deveriam realizar sua intenção. Ambos procuraram refúgio em orações e esmolas, implorando à Santíssima Virgem que lhes ensinasse como poderiam melhor empregar suas posses para sua honra.

Giovanni Paolo Pannini – Santa Maria Maggiore 1744 (Foto: Commons Wikimedia)

Maria, a divina Mãe, dignou conceder-lhes os seus desejos. Aparecendo aos dois durante a noite, disse-lhes que fossem, no dia seguinte, que era o quinto deste mês, ao monte Esquilino, em Roma, e que construíssem uma igreja em sua honra no local que encontrassem coberto de neve. Isso, acrescentou a Mãe de Deus, seria mais agradável para ela do que qualquer outra coisa que pudessem fazer.

Quando acordaram na manhã seguinte e contaram um ao outro seu sonho, ou melhor, sua visão, encheram-se de inexprimível alegria e imediatamente se dirigiram ao Papa Libério para ouvir sua opinião sobre o assunto. Como o Papa teve a mesma visão naquela mesma noite, não havia mais razão para duvidar-se da verdade da revelação. Reunindo o clero e as pessoas sem demora, o pontífice formou uma procissão para ir ao local designado.

Quando chegaram lá, viram, na verdade, um lugar grande o suficiente para uma igreja, coberto de neve. Todos ficaram muito surpresos com isso, e não puderam deixar de considerar um milagre, já que era no meio do verão, o dia 5 de agosto, quando nem em Roma nem a muitos quilômetros dela qualquer neve poderia naturalmente ter caído. O piedoso casal sentiu com esse fato o maior conforto, pois era uma indicação de que o Todo-Poderoso e a Santíssima Virgem estavam satisfeitos com sua intenção. Portanto, não hesitando mais, imediatamente fizeram todos os preparativos necessários para a construção de um magnífico templo. O prédio foi iniciado e logo concluído. Tudo o que era necessário para sua ereção, assim como para sua manutenção, era mobiliado com alegria. O Papa Libério consagrou mais solenemente o novo templo; e todos os fiéis foram a ele para venerar a Rainha dos Céus.

Giovanni Battista Piranesi – Gravura em metal, 1747. (Foto: Commons Wikimedia)

No início, essa igreja era chamada de Basílica, significando um palácio, ou Basílica Liberiana, por causa de sua magnificência real. Também foi chamado Santa Maria da Neves, pela razão mencionada acima. Hoje é conhecida como a Santa Maria Maior, ou a Grande, como é a maior de todas as igrejas de Roma, construída em honra da Santíssima Virgem, por conta de sua origem, magnificência e riqueza de doação. É também chamado Santa Maria do Presépio ou Santa Maria da Manjedoura – porque em uma de suas capelas, o presépio ou a manjedoura, no qual o recém-nascido Salvador foi colocado por Sua Mãe virgem, é mantido pela razão mencionada acima.

O Papa Gregório Magno, em 509, formou e liderou a grande procissão, celebrada nos anais da Igreja, para implorar a Deus, por intercessão de Maria, a fim de evitar a terrível pestilência que assolava Roma. Sua fúria diminuiu um pouco, mas como ainda estava na cidade, o Papa, no ano seguinte, formou uma segunda procissão, liderada pela imagem da Santíssima Virgem pintada por São Lucas, que é mantido na igreja de São Lucas, Maria das Neves. Durante a procissão, a peste deixou todas aquelas casas pelas quais a imagem passava, até que, por fim, quando os fiéis se dispersaram, toda a cidade ficou livre do terrível flagelo.

Nossa Senhora das Neves (Ícone conhecido como “Salus Populi Romani”)

Outro evento milagroso ocorreu durante a procissão, e que não deve ser omitido, anjos foram ouvidos cantando: “Alegra-te, ó Rainha dos Céus, Aleluia. Aquele que tu mereces suportar, Aleluia! Ressuscitou como disse, Aleluia!” O Santo Papa, prostrando-se com todo o povo, terminou o hino de louvor dos anjos com as palavras: “Rogai por nós a Deus, Aleluia!” Quando a procissão chegou ao Mausoléu, ou sepulcro de Santo Adriano (Mártir), o Papa viu em seu cume um anjo embainhando sua espada, como um sinal de que a ira de Deus Todo-Poderoso foi aplacada pela intercessão de Maria, e que a peste que por tanto tempo devastara a cidade desapareceria. A alegria do povo e a devoção que foi daquela época mostrada à imagem milagrosa da Santíssima Virgem, não podem ser dignamente descritas

Considerações Práticas

Os que não são católicos e que nos culpam por nossa veneração à Rainha do Céu e pelas igrejas construídas em sua honra, podem ver pela origem da igreja de Santa Maria das Neves, como é antiga essa prática piedosa e como é agradável a Deus. A construção desta célebre igreja aconteceu no século IV, numa época em que os próprios protestantes afirmam que a Igreja Católica ainda era a verdadeira Igreja de Deus. Mesmo naquele período remoto, Maria era venerada e igrejas foram construídas em sua honra. A igreja aprovou e Deus confirmou isso por meio de milagres especiais. Quem ousa dizer que a Igreja de Cristo errou e que o próprio Deus confirmou esse erro por um milagre? Mesmo em países onde a população deixou de ser católica, encontramos igrejas antigas que foram construídas em honra da Santíssima Virgem. Certamente, se todos os católicos silenciassem sobre o assunto, as próprias pedras desses edifícios sagrados provariam a devoção dos primeiros tempos à Divina Mãe. Alguém se atreveria a acusar os piedosos cristãos, que construíram essas igrejas, de ter errado? Isso não seria menos tolo quanto arrogante. Por que então eles se opõem à igreja da antiguidade? Meu leitor católico, aceite meu conselho: não deixe ninguém desfazer sua devoção à Rainha dos Céus, e nunca se torne frio em seu serviço.

NOTA (nossa): Nesta Basílica e numa noite de Natal, Nossa Senhora colocou o Menino Jesus nos braços de São Caetano de Tiene. Também é nela que, em uma outra noite de Natal, Santo Inácio de Loyola celebrou sua primeira Missa, e mais, nela foi que os rosários rezados por São Pio V alcançaram a vitória dos cruzados na Batalha de Lepanto.

(Fonte: “Vidas dos Santos: Compilado de fontes autênticas com uma instrução prática sobre a vida de cada santo, para todos os dias do ano pelo Rev. FX Weninger. Permissu Superiorum. Nova York: P. O’Shea, Editora, 67 Barclay Street e 42 Park Place. 1876” – via Catholic Restoration – Texto traduzido com auxílio do Google Tradutor, e os destaques são nossos)

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