12 DE OUTUBRO – SOLENIDADE DA RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
A “PESCA MILAGROSA” DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA APARECIDA FOI APENAS O PRIMEIRO MILAGRE
❝… Felipe Pedroso (um dos pescadores que encontrou a Imagem), carinhosamente levou a imagem para sua casa. Durante seis anos esse bondoso pescador a conservou consigo. E todos os seus amigos e vizinhos a olhavam com veneração. Quando mudou-se para Ponte Alta levou consigo a imagem.
Em sua nova casa ela permaneceu por mais nove anos, depois o pescador a deu para seu filho Atanásio Pedroso, que mandou construir um rústico oratório, no qual colocou a imagem.
No seu pequeno oratório de madeira, a santa conservava-se imóvel, sem dar mostra de nenhum outro milagre, ou qualquer outro sinal de santidade. Mesmo assim, todos os sábados os vizinhos vinham para rezar o terço e cantar.
Formou-se assim um pequeno grupo de devotos.
Entre os devotos havia uma senhora chamada Silvana da Rocha, que era quem dirigia as orações do terço.
Certo sábado, à noite, o grupo reuniu-se para rezar e orar à Senhora Aparecida. Pouco antes houve pequenas discussões entre alguns descrentes, mas tementes ao mesmo tempo.
— Ora, mas que tolice… Isto não é nada, dizia um deles. Naturalmente algum artista desconhecido fez a imagem e não gostando de sua obra lançou-a no rio. Quando caiu, partiu o pescoço que ficou logo mais abaixo.
— Não fale assim homem. A Senhora Aparecida é mesmo uma santa de verdade.
— Qual nada… Depois esse tal pescador jogou a rede e apanhou o corpo da imagem. Por pura coincidência lançou a rede apanhou a cabeça… Simples coincidência.
— E os peixes?
— Nada mais natural Deve ter sido algum cardume que passou por lá no momento. Vai ver que foi isso. E vocês coo são bobos naturalmente pensam que foi um milagre. Eu é que não engulo essa.
— Se você pensa mesmo assim, por que vai rezar lá então?
— Ora… Rezo porque sou devoto. Mas não pense que rezo para aquela estatua de barro que está lá. Não. Isso nunca. Não faço isso.
Mesmo assim o descrente foi nessa noite, e junto com os outros começou a rezar. As velas de cera foram acesas e dona Silvana Rocha começou a dirigir as orações do terço. Havia uma forte devoção em todos os presentes que rezavam com fervor. Homens rudes, afetos ao trabalho duro, mas com as almas voltadas para Deus. Homens que acreditavam piamente que dentro daquela pequena imagem vivia uma grande presença que não podiam ver, mas que podiam sentir.
Era uma noite belíssima e serena. Nem uma única viração. Nem brisa, nem vento. As estrelas cintilavam lá fora. E na casa de Atanásio Pedroso, só a imagem da Senhora Aparecida alumiada por velas de cera.
Subitamente, para espanto de todos, começou a escurecer. As velas foram perdendo a luminosidade, e pouco a pouco foram se apagando.
Olharam espantados, com as vozes sufocadas na garganta. Não havia vento. Não havia nada que pudesse apagar as velas de súbito. No entanto, a luz desmaiava aos poucos… e foi esmorecendo ali até se apagar por completo.
Um silêncio terrível pesou sobre todos.
— Meu Deus, disse o homem descrente. Isso é um prodígio. Parece uma resposta ao que eu disse lá fora. Perdoai-me, Santa Mãe de Deus Perdoai-me, Nossa Senhora Aparecida.
— Silêncio, disse dona Silvana Rocha. Vou acender as velas novamente. Não se assustem.
A noite parecia espiar aquele modesto interior, pelos olhos brilhantes das estrelas. Tudo havia se calado. Tudo parecia mergulhado num silêncio que traduzia aquele prodígio nunca visto antes.
Dona Silvana levantou-se para acender novamente as velas. Mal tinha dado alguns passos, quando as velas acenderam-se sozinhas.
O espanto estampava-se nos olhos de todos que presenciaram esse acontecimento. E com redobrado fervor, as orações prosseguiram pela noite à dentro.
Aqueles que dentro da modesta casinha tinham ainda alguma dúvida, não puderam mais duvidar. E a crença na Senhora Aparecida começou a ganhar vulto, mais e mais… O número de devotos aumentava consideravelmente, sempre que o prodigioso milagre das velas era narrado.
As orações prosseguiam sempre, todas as noites de sábado. E o número de devotos aumentava.
D. Silvana era quem dirigia o terço, e quem cuidava do pequeno oratório, modestamente construído, onde era abrigada a poderosa imagem da Senhora Aparecida. …❞
(Fonte: opúsculo, em formato PDF, Aparições e Milagres de Nossa Senhora Aparecida, Fred Jorge, 1954, Cap. II, pp. 5-6, obtido do blog Alexandria Católica – texto revisto e atualizado e o título da postagem é nosso)