2 DE FEVEREIRO – FESTA DE NOSSA SENHORA DA CADELÁRIA OU CANDEIAS & BENÇÃO DAS VELAS
Festa cristã da Apresentação de Jesus no Tempo, quarenta dias após o seu nascimento, mas também a festa da Purificação de Maria. A Candelária tem origem na expressão latina “festa candelarum“, a festa das candeias, e designa, acima de tudo, a festa da luz. A Candelária tem lugar, todos os anos, a 2 de Fevereiro.
No século V, em 472, o Papa Gelásio I decide instituir a festa da Apresentação de Jesus no Templo. Mas é só em 1372 que esta festa será oficialmente chamada de Festa da Purificação da Virgem. Nas igrejas, as tochas são substituídas por candeias benzidas que lembram que Cristo é a luz do mundo.
A festa que a Igreja hoje celebra, tem os nomes de Nossa Senhora das Candeias, ou da Candelária, e Apresentação de Jesus Cristo no templo. É hoje o dia da benção das velas (candeias), e em muitas igrejas, antes da celebração da santa Missa, se organiza solene procissão, em que são levadas as velas acesas, símbolo de Jesus Cristo que, apresentado a Deus no templo de Jerusalém, foi saudado, pelo santo velho Simeão, como a luz que veio para iluminar os povos.
Tem também o nome de Purificação de Nossa Senhora, por ser o dia em que Maria Santíssima, em obediência à lei mosaica, se apresentou no templo do Senhor, quarenta dias depois do nascimento do divino Filho.
Para melhor compreensão deste ato de Maria Santíssima, lembremos duas leis que Deus deu, no Antigo Testamento.
A mulher que dava à luz uma criança do sexo masculino, ficava privada de entrar no templo por quarenta dias depois do parto; se a criança era menina, o tempo da purificação era de oitenta dias. Passado este tempo, devia apresentar-se no templo, oferecer um cordeirinho, duas rolas ou dois pombinhos, entregar a oferta ao sacerdote, para que este rezasse sobre ela.
A segunda lei impunha aos pais da tribo de Levi a obrigação de dedicar o filho primogênito ao serviço de Deus. Crianças que pertenciam a outra tribo, que não a de Levi, pagavam resgate.
São admiráveis a retidão e a humildade de Maria Santíssima em sujeitar-se a uma lei humilhante, como foi a da purificação. Humilhante porque Ela é sem mácula desde a concepção. A maternidade da Virgem, em tudo diferente das outras mulheres, isentava-a legalmente das obrigações de uma lei, como foi a da purificação. Davi enche-se de vergonha, quando se lembra da sua origem: “Em pecados minha mãe concebeu-me”. A Maria o Anjo tinha dito: “O Espírito virá sobre ti , e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”. São José recebeu do céu a comunicação consoladora: “O que dela (de Maria) nascerá, é do Espírito Santo”.
Virgem antes, durante e depois do parto, seu lugar não era entre as outras filhas hebreias que no templo se apresentavam para fazer penitência e procurar perdão do pecado. Maria, porém, prefere obedecer à lei e parecer com a pecha comum a todas. Além disto, sendo de origem nobre, descendente direta de Davi, oferece o sacrifício dos pobres, isto é, dois pombinhos. Que humildade!
Nesta sua humildade é acompanhada pelo Filho. Ele é Filho do Altíssimo, autor e Senhor das leis, não admite para Si motivos que das mesmas O isentem. Ele que quis ser nosso semelhante em tudo, exceto no pecado, sujeita-se à lei da circuncisão, triste lembrança da grande queda dos primeiros pais no Paraíso, de que resultou o pecado original.
Por ocasião da apresentação de Maria Santíssima no templo, se deu um fato que merece toda a atenção nossa. Vivia em Jerusalém um santo homem chamado Simeão, provecto em idade, que com muito fervor anelava pela vinda do Messias. De Deus tinha recebido a promessa de não sair desta vida sem ter visto, com os próprios olhos, o Salvador do mundo. Guiado por inspiração divina, viera ao templo no momento em que os pais de Jesus entravam, em cumprimento das prescrições legais. Como os Magos conheceram o Salvador, este se fez conhecido a Simeão, o qual o tomou nos braços e bendisse a Deus, dizendo: “Agora, Senhor, deixai partir o vosso servo em paz, conforme vossa palavra. Pois meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”
José e Maria ficaram admirados do que dizia do Menino. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: “Este Menino veio ao mundo para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser um sinal de contradição. Vós mesma tereis a alma varada por uma aguda espada e assim serão patenteados os pensamentos ocultos no coração de muitos”.
Havia também uma profetisa, de nome Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Vivera 7 anos casada, enviuvara e já estava com 84 anos. Não deixava o templo e servia a Deus dia e noite, jejuando e rezando. Tendo vindo ao templo na mesma ocasião, deixou-se derramar em louvores ao Senhor e falava do Menino a todos que esperavam a Redenção de Israel.
Cumpridas todas as prescrições da lei, José e Maria voltaram para casa.
A Igreja Católica reserva uma bênção especial às parturientes que, logo que seu estado o permitia, se apresentavam a Deus, como fruto de suas entranhas. É provável que este uso se tenha introduzido na Igreja em memória e veneração à Mãe de Deus que, obediente à Lei do seu povo, fez sua apresentação no templo.
A Deus deve a mulher louvor e gratidão, depois de um parto bem sucedido. De Deus vem todo bem para a mãe e para o filho. É justo, pois, que a mãe se apresente na Igreja para pedir a bênção divina.
A mãe cristã sabe que, sem assistência e auxílio de Deus, não pode educar os filhos na virtude e no temor de Deus. Reconhecendo esta insuficiência, faz a Deus oferecimento do filho, prometendo ao Senhor ver nele uma propriedade divina, penhor de seu amor, e fazer tudo que estiver ao seu alcance para educá-lo para o céu. Oxalá todas as mães se lembrem deste dever e não eduquem os filhos para o serviço do mundo, de Satanás e da carne!
(Fonte: in Pale Ideas- Tradição Católica! – Alguns destaques acrescidos)