21 DE MARÇO – FESTA DO TRÂNSITO DE SÃO BENTO, PAI DOS MONGES
BENTO ANUNCIA AOS IRMÃOS A SUA MORTE
“No mesmo ano em que devia partir desta vida, anunciou o dia de sua santíssima morte alguns discípulos que com ele viviam e a outros que moravam longe. Aos presentes acrescentou que guardassem em silêncio o que ouviram, e aos ausentes ainda deu a saber o sinal que se produziria para eles quando a alma se lhe apartasse do corpo.
Seis dias antes da sua morte, mandou abrir a sepultura. Pouco depois atacado de febres, começou a ser atormentado pela violenta temperatura. Como dia a dia se agravasse o mal, no sexto dia fez-se levar ao oratório pelos discípulos; aí muniu-se para a partida, com a comunhão do corpo e do sangue do Senhor; a seguir, apoiando nos braços dos discípulos os membros enfraquecidos, ficou de pé com as mãos elevadas para o céu, e entre palavras de oração exalou o último suspiro.
No mesmo dia, foi comunicada a dois irmãos, dos quais um estava no mosteiro e o outro distante, igual visão: ambos viram um caminho forrado de tapeçarias e coruscante inumeráveis luzes, estendido desde a cela de Bento até o céu, em direção do oriente; no alto, estava um homem de venerando e resplandecente aspecto, que lhes perguntou de quem era a estrada que viam; eles confessaram que ignoravam; então lhes disse:
“Este é o caminho pelo qual Bento, o amado do Senhor, subiu ao céu.”
Assim aconteceu que, como os discípulos presentes viram a morte do santo varão, também os ausentes dela tiveram conhecimento, pelo sinal que lhes fora prenunciado.
Foi sepultado na capela de S. João Batista, que ele próprio construíra depois de ter posto abaixo o altar de Apolo. E na mesma gruta de Subloca em que primeiro habitou, ainda hoje, quando a fé dos suplicantes o exige, ele refulge em milagres.”
(Fonte: opúsculo Vida de São Bento – São Gregório Magno, Editora CEDET – Clássicos da Espiritualidade Católica, 2017, Cap. XXXVII, p. 68)