Santo do Dia

25 DE JULHO – DIA DE SÃO CRISTÓVÃO, MÁRTIR (+ 25/06/254)

25 DE JULHO – DIA DE SÃO CRISTÓVÃO, MÁRTIR (+ 25/06/254)

O martírio de S. Cristóvão deu-se no dia 25 de Julho, no ano do Senhor de 254, sendo imperador Décio, como refere o Martirológio Romano e o Cardeal Barónio. A Igreja celebra-o em 25 de Julho. Seu nome significa “portador de Cristo”.

Diz o martirológio, numa síntese: “Na Lícia, São Cristóvão, mártir, que, sob o imperador Décio, tendo sido ferido com varas de ferro e preservado da violência do fogo pelo poder de Jesus Cristo, foi, afinal, atravessado de flechas e recebeu o martírio, pela decapitação (III Século)”.

A vida de São Cristóvão está envolta em muitas lendas, a tal ponto que é difícil saber qual a verdade da sua vida. Sabe-se que foi mártir, morreu na cidade de Lícia, no sul da Turquia, durante a perseguição do Imperador Décio ou Diocleciano, capturado e martirizado pelo governador de Antioquia.

A existência de um mártir chamado São Cristóvão não pode ser negada visto ter sido suficientemente provada pelo jesuíta Nicholas Serarius, em seu tratado sobre ladainhas – “Litenutici” (Cologne 1609) e por Molanus em sua historia de pinturas sagradas “De Picturis et imaginibus sacris” (Louvain 1570). Os “Actos de S. Bartolomeu”, compostos no século VI, falam de um certo “Christianus cynocephalus (cabeça de cão) e anthropophagus (antropófago)”, que o apóstolo converteu.

Existe uma pequena igreja dedicada ao mártir São Cristóvão onde o corpo de São Remigius de Reims foi enterrado 532 (Acta SS,1 Outubro 161). O Papa São Gregório, o Magno, grande estudioso dos santos, refere-se a um monastério a São Cristóvão (Eppx 33). O Breviário e o Missal Mozarábico, revisado e indicado por São Isidoro de Sevilha, contem um Ofício especial em honra de São Cristóvão. Em 1386, uma irmandade foi fundada sob o patrocínio de São Cristóvão no Tirol (Vorarlberg) para guiar os viajantes em Arlberg. Em 1517, a “Sociedade de São Cristóvão” foi fundada em Caryntia, Styria, na Saxônia e em Munique. Grande veneração popular ao santo é encontrada em Veneza e às margens do Danúbio, Reno e outros rios onde as enchentes causam frequentes danos. Moedas com a sua imagem são cunhadas em Wurzburg, em Wurtemberg e na Bohemia. Estátuas do santo são colocadas na entrada das igrejas, das pontes, túneis e sua medalha é encontrada nos veículos em geral.

CULTO

Atestado desde 450 por uma inscrição grega da Asia Menor, o culto de São Cristóvão difundiu-se em Constantinopla e na Sicília. A sua popularidade tem a ver com a proteção contra uma das desgraças mais temidas na Idade Média, a morte súbita sem confissão, a que se chamava a má-morte. Bastava olhar a imagem de São Cristóvão para ficar imune, nesse dia, de tal perigo. Tal crença raia, por vezes, a superstição (perspectiva que se afasta do cristianismo que refere a fé autêntica, consentida, celebrada e testemunhada).

Christophorum videas, postea tutus eas.
(Olha Cristóvão e estarás seguro)

Ou:

Christophore sancte, speciem qui eumque tuetur,
Ista nempe die non morte mala morietur.
(Olha a imagem de S. Cristóvão e não terás morte-má)

Ou:

Cristofori faciem die quacumque tueris.
lla nempe die morte mala non morieris.
Vigilate quia nescitis diem neque horam.
(Olha a face de Cristóvão e livrar-te-ás de morte-má
Vigiai, pois não sabeis o dia e a hora)

Ou:
Christophore sancte, virtutes saut tibi tantae,
Qui te mane vident, nocturno tempore rident.
(Glorioso S. Cristóvão, se te vir pela manhã
Sem temor me deitarei, toda a maldade será vã.)

 

Isso explica o prodigioso número de imagens gigantescas do santo, pintadas ou esculpidas, nas fachadas e entradas das igrejas ou, como em Berna, sobre as portas das cidades. Era necessário que estivessem à vista tanto como possível e que fossem de grandes dimensões para que os fiéis as pudessem ver facilmente. Tais imagens preventivas ou apotropaicas, seriam inumeráveis se não tivessem sido destruídas após o Concílio de Trento.

PATROCÍNIO 

São Cristóvão e os Quatorze Santos Auxiliares.

Protetor da morte súbita, também era invocado contra a peste, pertencendo ao grupo dos santos anti-pestíferos, com S. Sebastião e S. Roque, contra o mal dos olhos, dor de dentes e panarício, etc. Numerosas corporações reivindicavam o seu patrocínio. Os que exerciam ofícios com risco: na Idade Média os arcabuzeiros, na atualidade os marinheiros, barqueiros, montanhistas, automobilistas e aviadores. Pela sua estatura e força, os atletas, os carrejões e moços de fretes. E ainda, os viajantes, peregrinos, jardineiros, etc. Ele é reverenciado como um dos Catorze Santos Auxiliares (Contra a peste bubônica e perigos durante a viagem). Seu patronado é vasto, sendo mais conhecido por assuntos relacionados a viagem. Na diocese do Porto, S. Cristóvão é o patrono de 10 paróquias.

 

Venera-se a sua memória, tanto no Oriente como no Ocidente, mas, sobretudo, na Espanha. No Ocidente, a ele recorrem para pedir ajuda em momentos de doenças contagiosas e durante viagens ou travessias perigosas.

São Cristóvão foi sempre muito invocado e venerado, sobretudo na Idade Média. Ele é o protetor poderoso dos viajantes que enfrentam perigos no caminho. Também é o padroeiro dos carteiros e dos pilotos.

Santo Ambrósio diz o seguinte no prefácio deste mártir:

“Senhor, deste a Cristóvão tanta força e tanta graça à sua pregação que, com os seus milagres fulgurantes, conseguiu arrancar ao erro do paganismo quarenta e oito mil homens e levá-los ao culto da fé cristã. E também arrancou Niceia e Aquilina de um prostíbulo público, onde havia muito serviam a prostituição imunda, e ele levou-as a hábitos de castidade, preparando-as para receberem a coroa do martírio. Depois, amarrado a um estrado de ferro não temeu o ardente calor da fogueira, nem pôde ser atingido pelas setas com que, durante um dia inteiro, os soldados o frecharam. Mas uma delas feriu um olho do seu algoz, a que o sangue do santo mártir, amassado com terra, restituiu a luz, iluminando o seu espírito, ao tirar-lhe a cegueira do corpo. Por isso, pediu-te perdão, Senhor, e com súplicas alcançou que afastasses as doenças e as enfermidades”.

As relíquias do Santo Mártir Cristóvão encontram-se no Monastério de São Denis, em Paris, onde foram sepultados os reis franceses, e também em Roma. De acordo com o historiador b, os restos mortais de Cristóvão foram possivelmente levados para Alexandria por Pedro I, onde teriam sido confundidos com os do mártir egípcio São Menas. Ainda segundo a tradição, Cristóvão é um dos “Quatorze Santos Ajudantes” que apareceram para Santa Joana D’Arc.

Atribuições: Árvore, ramo, como gigante ou ogro, carregando Jesus, lança, escudo, como um homem com cabeça de cão.

A VIDA DE SÃO CRISTÓVÃO

Conta a Legenda Aurea que um rei pagão em Canaã (ou na Arábia), através das preces de sua esposa, teve um filho a quem batizou de Reprobus (ou Auferus), dedicando-o ao deus Apolo. Adquirindo tamanho (media doze cóvados) e força extraordinárias com o tempo, Reprobus resolveu servir apenas aos mais fortes e bravos. Em sua busca por tais indivíduos, ele acabou servindo a um rei poderoso, mas descobriu que este tinha medo até do nome do Diabo e resolveu então mudar de senhor e foi trabalhar para o mais forte. A serviço do Diabo, descobriu que este tinha medo da Cruz; indagando o por que, descobriu que Cristo era o mais poderoso dos soberanos. Procurou então informações sobre ele, pois queria mudar de patrão, ir para o mais forte. E começou a estudar a religião com um eremita que foi lhe indicando o caminho para servir a Cristo: entregando-se à oração, à meditação, e às penitências. São Cristóvão recusou- se a jejuar e rezar para Cristo e objetou: “Não aguento jejuar e não tenho jeito para meditar e nem rezar”. O eremita então falou: “Existe outro meio então, é praticar obras de caridade. Já que és tão robusto e forte, ajuda as pessoas a atravessarem esse rio caudaloso que não tem ponte. Ofereça-se às pessoas para carregá-las de um lado para o outro. Terás a gratidão e orações dos beneficiados e Deus te recompensará”. Cristóvão gostou da ideia, construiu uma choupana na beira do rio e começou o seu transporte gratuito. Uma noite, uma criança veio despertá-lo, suplicando-lhe ajuda para atravessar o rio. À medida que avançava pelas águas, mais aquela tenra criaturinha lhe pesava assustadoramente. Que significava aquilo? Como pesava! Era de derrear! Dir-se-ia que levava aos ombros o peso do mundo! E o gigante, arfando e bufando, arrimado no bordão que arcava ao estranho peso, depois de lutar contra a fadiga, todo cansaço, conseguiu atingir a margem oposta, que levara um tempo infindo para ser alcançada. Limpando o suor do rosto afogueado, Cristóvão, de narinas dilatadas, sorvendo sofregamente o ar que lhe fugia dos pulmões, exclamou ao menino, já em terra firme: “O mundo não é mais pesado do que tu!”. O Menino, sorrindo, retrucou-lhe muito docemente: “Não fique surpreso! Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves”. E lhe revelou que um dia seria mártir. É desse episódio que lhe veio o nome de Cristóvão, que significa “aquele que carrega Cristo” (“Christum ferens”), pelo fato de ter carregado Cristo de quatro modos: aos ombros para a travessia, no corpo pelas mortificações, na mente pela devoção e na boca pela confissão ou pregação. Em seguida, a criança ordenou a Reprobus que fixasse seu bastão na terra. Na manhã seguinte, apareceu no mesmo local uma exuberante palmeira. Este milagre converteu muitos, despertando a fúria do rei da região.

Mais tarde, por aquele Jesus que teve a sublime ventura de transportar às costas, o bom gigante inabalavelmente daria a vida, sem se importar com a crueldade dos algozes. Assim, depois de haver recebido o Batismo, São Cristóvão dirigiu-se à cidade de Lícia para ali pregar o Evangelho. Foi martirizado naquela cidade. Flechas perfuraram o seu corpo e depois foi decapitado.

São Cristóvão, logo, passou a ser invocado pelos condutores de veículos e pelos viajantes, E a fórmula “Christophorum videas, postea tutus eas” tornou-se comum através dos tempos. E aos que iam viajar, para que o fizessem com segurança e sem atrapalhações, aconselhava-se: “Olha São Cristovão e estarás seguro”!

OUTRA LENDA

O Imperador Décio, ao saber que São Cristóvão possuía uma grande força, ordenou a seus soldados que o trouxessem à sua presença. São Cristóvão, então, já havia sido abençoado com a graça da fé em Jesus Cristo, mas ainda não havia sido batizado. No caminho, seu bastão seco, usado como báculo de peregrino, floresceu em suas mãos. Em seguida, através de suas mãos, os pães que não eram suficientes a todos os peregrinos, foram multiplicados por intermédio de suas orações. Os soldados, assombrados com a maravilha dos milagres, passaram a crer em Jesus Cristo e, com Cristóvão, foram batizados pelo bispo Babillas de Antioquia.

O imperador, ao tomar conhecimento de que São Cristóvão havia aderido à fé cristã, decidiu, com esperteza, persuadi-lo a renunciar a Cristo. Incumbiu, então, duas mulheres que levavam vida de indecências, Callinica e Aquilina, para que o seduzissem e o convencessem a abandonar a Fé Cristã. Mas, ao contrário, Cristóvão converteu estas mulheres, sendo por isso submetidas à tortura, terminando suas vidas como mártires. Os soldados que trouxeram Cristóvão e que se fizeram também batizar, foram decapitados.

Depois, lançaram Cristóvão em um recipiente com cobre ardente, mas ele saiu incólume. São Cristóvão foi então submetido a várias outras formas de torturas e, por fim, seus algozes o decapitaram.

NOTA: Hoje a Igreja também celebra a Festa de São Tiago Maior, Apóstolo, filho de Zebedeu, irmão de S. João.

 

(Fonte: blog Pale Ideas – Tradição Católica! – excertos e alguns destaques acrescidos)

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