A SAGRADA MEDALHA OU CRUZ DE SÃO BENTO

PARTE I

A SAGRADA MEDALHA OU CRUZ DE SÃO BENTO

PARTE I

É sabido que o bem-aventurado Pai São Bento tinha uma grande veneração pela Cruz e ilimitada confiança na sua eficácia. Com o sinal da santa Cruz curava enfermos, apagava incêndios, expulsava os espírito maus. Quando enviou a Gália o seu amado discípulo Santo Amaro, São Bento deu-lhe, como tesouro precioso, uma relíquia da santa Cruz, por meio do qual o novo apóstolo operou inúmeros milagres. Não parece, portanto improvável que a origem do costume de abençoar medalhas ou cruzes, e trazê-las consigo, venha ainda do tempo do nosso santo Patriarca.

Nos primeiros anos do século XV, um monge beneditino da abadia de Metten, na Baviera, empregou o seu talento de iluminista em ornar um esplêndido manuscrito destinado ao uso do mesmo mosteiro. O volume continha, em seguida aos quatro Evangelhos, muitos escritos simbólicos e místicos da Idade Média, entre os quais notava-se o célebre tratado do bem-aventurado Rabano Mauro sobre a santa Cruz. Inspirando sua devoção no bem-aventurado Pai São Bento, o monge bávaro procurou com especial cuidado representar dignamente o Santo Patriarca, cuja figura se destacava no meio das que ornavam o magnífico trabalho, revestido da cogula monástica, empunhando na mão direita uma cruz, na haste da qual se lia este verso: Crux sacra siti mihi luxNon draco sit mihi dux. Na outra mão trazia ele uma bandeirola com a seguinte inscrição: Vade retro Sathana – Nunquam suade mihi vanaSunt mala quae libas – Ipse venena bibas.

Desde esse tempo encontram-se também medalhas representando a Cruz de São Bento, que rapidamente se espalharam por toda a parte.

Em 1742, o Papa Bento XIV aprovou o uso dessas merdalhas, determinando uma fórmula especial de bênção das mesmas, e concedendo inúmeras indulgências para aqueles que a trouxerem consigo. Somente os monges beneditinos têm a faculdade de indulgenciar essas medalhas, e nenhum outro sacerdote, quer regular, quer secular, pode fazê-lo sem uma delegação especial.

Diariamente multiplicam-se as graças e favores extraordinários obtidos por meio da Medalha de São Bento, sobretudo no momento da tentação e lutas contra o espírito maligno é notável a sua eficácia.

Não é de se admirar, portanto, que dia a dia vejamos aumentar a confiança dos fieis na Medalha de São Bento, que se espalha aos milhares.

NOTA: A Medalha de São Bento atualmente propagada é diferente da descrita no texto acima, pois, em 1877, por ocasião do jubileu comemorativo do 14º centenário do nascimento do São Bento, os monges da Congregação de Beuron cunharam para o Monte-Cassino uma artística Medalha de São Bento, e a pedido do Reverendíssimo Arquiabade deste Mosteiro, o Santo Padre Pio IX concedeu indulgências especiais para este tipo de medalha no dia 31.08.1877, em quantidade superior às concedidas à Medalha anterior, sendo de propriedade exclusiva da Arquiabadia de Monte-Cassino. No reverso desta medalha comemorativa, vê-se o Santo Patriarca tendo na mão direita uma cruz e na esquerda a Santa Regra; à sua direita vê-se uma taça quebrada de onde sai uma serpente: à sua esquerda, um corvo com o pão, fazendo alusão a acontecimentos narrados na vida de São Bento. Aos pés da Medalha, lê-se a seguinte inscrição: EX S M. CASSINO MDCCCLXXX (Do Santo Monte Cassino 1880). Aos dois lados, lê-se: Crux S. Patris – Benedicti (Cruz do Santo Padre – Bento). Ao redor da medalha, acham-se as palavras extraídas de uma oração a São Bento para se alcançar uma boa morte: Eius in obitu nostro praesentia muniamur, ou seja: Que na hora da nossa morte sejamos protegidos pela sua presença. Eis as representações abaixo:

Medalha anterior ao Jubileu.

 

Medalha do Jubileu.

________Continua…

(Fonte: Manual do Devoto de São Bento, Compilado de diversas obras por um beneditino da Congregação Brasileira, Editoras Triregnum e Editora do Mosteiro da Santa Cruz, 2017, Primeira Parte, Cap. II, pp. 12-14 e 16-17 – Texto revisto e atualizado, alguns destaques acrescentados assim como o título da postagem)

Sou Todo Teu Maria: “Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.” (São Luis Maria de Montfort)