COMO SE MOSTROU NOSSA SENHORA EM LA SALETTE E COMO ERA SEU PRANTO

Hoje, 19 de Setembro, celebra-se Nossa Senhora de La Salette.

COMO SE MOSTROU NOSSA SENHORA EM LA SALETTE E COMO ERA SEU PRANTO

No dia 19 de setembro se cumpre mais um aniversário da aparição de Nossa Senhora em La Salette.

Consideremos ponto por ponto a descrição de Nossa Senhora naquela ocasião feita pela vidente Mélanie:

“A Santíssima Virgem era alta e bem proporcionada”.

A altura é um apanágio da majestade. Tanto é que aos príncipes que não são reis, se diz Vossa Alteza.

É evidente que não é altura física. Mas a altura física é uma imagem física da altura nos outros sentidos.

Portanto, não era necessário, mas convinha a Nossa Senhora uma altura bem proporcionada.
Porque a altura bem proporcionada é o contrário da altura esmagadora. É o que torna a altura acessível é a perfeição de suas proporções.

É o encaixe de várias coisas pequenas n’Ela, com graça e harmonia, que tornam essa altura variegada. É uma unidade na variedade.

Então, essa perfeição das proporções d’Ela.

Depois, Mélanie continua:

“Ela parecia tão leve que um sopro poderia atingi-La.

Realmente, um ente inteiramente espiritual, no qual o corpo era apenas uma dependência dominada pelo espírito; e não sujeita, portanto à lei da gravidade e à atração de terra. O sobrenatural n’Ela estava na sua plenitude.

E ainda:

“Ela impunha um temor respeitoso, ao mesmo tempo que Sua majestade impunha respeito entremeado de amor.

Então, era um respeito que, de um lado incutia temor e, do outro lado, incutia amor.

É propriamente a imagem da majestade verdadeira. É uma majestade que mete um temor reverencial, quer dizer, um temor feito não do medo da chibata, que acessoriamente pode entrar, mas é feito daquele medo de desgostar um tão alto ser e, por outro lado, um amor que Ela incutia pelo fato de ser quem era.

Melanie Calvat, vidente de La Salette.

Isso está esplendidamente expresso.

“Ela atraía.

Realmente, a verdadeira majestade atrai. A verdadeira majestade não repele.

Quando a gente vê uma majestade que repele é uma falsa majestade. Por exemplo, Napoleão tinha uma majestade que repelia. Era porque não tinha nada de majestade autêntica. A verdadeira majestade atrai, não repele.

“Ao seu redor, como em sua pessoa, tudo respirava majestade, esplendor, magnificência de uma rainha incomparável.

O que havia em torno d’Ela? Um campinho ordinário, com umas ervinhas, mas Ela entrava e tudo se transformava num palácio. Por quê?

Porque a Escritura diz: “gloria ab intus”: toda glória da filha do rei – que é Nossa Senhora – lhe vem de dentro d’Ela, e Ela comunica essa glória a tudo quanto está em torno d’Ela.

“Ela parecia bela, clara

É a claridade luminosa, sobrenatural.

“imaculada, cristalina, celeste.

A ideia de cristalino firmar a pureza e o que havia de diáfano dentro dEla; algo da nobreza dos cristais

“Parecia-me também como boa Mãe, cheia de bondade, amabilidade, amor conosco, compaixão e misericórdia.

É por isso que São Bernardo constituindo a Salve Rainha pôs esse paradoxo logo no começo “Salve Rainha”; logo depois, “Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa”. Sumamente Rainha, sumamente Mãe e Mãe de suma misericórdia.

Essa justaposição nos dá bem a ideia da majestade perfeita.

Depois Mélanie passa a falar das lágrimas. Nossa Senhora chorava.

Mas há dois modos de chorar: há um modo de chorar cheio de fraqueza e há um modo de chorar cheio de sobranceria.

A gente chora quando está abaixo da dor mas pode chorar também quando está acima da dor. Vamos ver como é o pranto de Nossa Senhora.

“A Santa Virgem chorava durante quase todo o tempo em que me falou. Suas lágrimas corriam uma a uma lentamente, até seus joelhos.

Eram lágrimas que corriam lentamente indicando o domínio. Nada de descabelado, nada de convulsivo.

Eram lágrimas como de uma rainha cheia de uma tristeza nobre e serena.

Elas se sucedem umas às outras, chegam até o joelho para indicar o impulso com que elas são choradas.

Como para indicar que assim como a lágrima lhe corre quase ao longo de todo o corpo, esta dor inunda toda a alma. É um símbolo belíssimo que há nisso.

Depois acrescenta:

“Depois, como fagulhas de luz, elas desapareciam.

Como é que podia acontecer com as lágrimas de Nossa Senhora?

Cair na terra?

Ficar formando um bolinho misturando com terra ou prosaicamente empapar o vestido dela?

A gente pode compreender uma rainha com os hábitos úmidos e pesados de lágrimas? Não.

Então, esse desaparecer como faíscas é uma beleza. A lágrima que no último momento brilha, dá uma luz e é recolhida pelo Padre Eterno nos seus esplendores.

É uma solução lindíssima para um problema que facilmente poderia se tornar prosaico.

“Eram brilhantes e cheias de amor.

Também as lágrimas de uma tal rainha deviam ser luminosas. Não podiam ser lágrimas opacas.

Não podia ser.

Lágrima d’Aquela que é toda pura, só pode ser lágrima cristalina. A gente compreende que um certo brilho possa significar especialmente o amor. Há um mundo de tato em todas essas formulações. Tudo é bem pensado.

“Eu quisera consolá-La e que Ela não chorasse, mas parecia-me que precisava mostrar suas lágrimas para melhor mostrar seu amor esquecido pelos homens.

“As lágrimas de nossa terna mãe, longe de enfraquecer seu ar de majestade de rainha e senhora, pareciam, ao contrário, embelezá-La.

A verdadeira rainha é tal que ela tem uma beleza quando ela está alegre, outra beleza quando ela está triste, outra beleza quando ela está despreocupada. Em tudo são belezas especiais.

Em Nossa Senhora as lágrimas davam uma beleza inconfundível, que é a beleza da dor da rainha.

“pareciam, ao contrário, embelezá-la, torná-la mais digna de amor – amável aí quer dizer mais digna de amor – mais radiante.

Radiante no sentido de irradiante. (Comentários: Plinio Corrêa de Oliveira, 19/09/66. Sem revisão do autor, Luis Dufaur)

 

Vídeo: Uma visita a La Salette

 

 

(Fonte: blog Lourdes e Suas Aparições – Alguns destaques foram acrescidos)

Sou Todo Teu Maria: “Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.” (São Luis Maria de Montfort)