EXORTAÇÃO A TODO CRISTÃO PARA QUE LEVE O ESCAPULÁRIO, ROSÁRIO OU MEDALHA DA SANTÍSSIMA VIRGEM

(Por Santo Antônio Maria Claret, Fundador da Ordem dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria)

Continuação …

ESCAPULÁRIOS

Secundando os desejos do Venerável Antônio Maria Claret, manifestados na precedente exortação (Vide Aqui), e olhando pelo bem espiritual dos fiéis, põem-se aqui a origem, as graças e os privilégios dos Escapulários ou bentinhos do Imaculado Coração de Maria, do Carmo e da Imaculada Conceição.

ESCAPULÁRIO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Este Escapulário consta de dois panos de flanela branca, unidos por fitas ou cordões. No centro de um dos panos há um coração de flanela vermelha com três insígnias, que podem bordar-se com seda, isto é: chamas de fogo, que brotam do coração; o lírio ou açucena, que nasce das chamas e a espada que atravessa diagonalmente o coração da esquerda para a direita, simbolizam, respectivamente, o amor, a pureza e a dor do Coração santíssimo de Maria.

O coração e as preditas insígnias podem também estar gravadas num pano que se há de pregar a um dos pedaços de flanela de que está composto o Escapulário por concessão de Pio X, de 11 de Agosto de 1907.

Apresentado na primeira forma pelo Reverendíssimo Pe. José Xifré, Superior Geral dos Missionários Filhos do Coração de Maria, Sua Santidade o Papa Pio IX, de feliz memória, dignou-se aprová-lo a 11 de Maio de 1877, dando aos sacerdotes da dita Congregação a faculdade de benzê-lo e impô-!o a todos os fiéis.

O Soberano Pontífice Leão XIII, a 3 de Junho de 1890, dignou-se autorizar aos ditos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, para que possam delegar aos Párocos e Reitores das igrejas de qualquer lugar, onde não tiverem aqueles Casa ou residência, a faculdade de benzer e impôr aos fiéis o santo Escapulário, com consentimento do respectivo ordinário.

Finalmente, nosso Santíssimo Padre o Papa Pio X, pelo seu decreto de 11 de Dezembro de 1907, confirmou, para sempre, a concessão das seguintes indulgências:

Indulgências concedidas a este Escapulário

I. Indulgências plenárias: 1. No dia da imposição do Escapulário; 2. na festa do Puríssimo Coração de Maria; 3. na festa da Circuncisão de Nosso Senhor; 4. nas festas da Purificação, Anunciação, Assunção, Natividade, Apresentação, Conceição e nas duas festas das Dores de Nossa Senhora. 5. nas festas de São José, São João Batista, São João Evangelista, Santo Agostinho, Bispo e Doutor, Santa Maria Madalena e na da Conversão de São Paulo; 6. no aniversário de seu batismo aos que houverem rezado diariamente uma Ave Maria pela conversão dos pecadores; 7. duas vezes no mês, nos dias que escolherem.

Todas as preditas indulgências plenárias são aplicáveis às almas do purgatório, e requerem confissão, comunhão, visita a uma igreja ou oratório público e a recitação de algumas preces pelas intenções do Santo Padre; 8. indulgência plenária aos que, achando-se em risco de morte, e recebidos os santos Sacramentos, ou em caso de não poder recebê-los, estando verdadeiramente contritos, invocarem o nome de Jesus ao menos com coração.

II. As Indulgências das Estações de Roma, com as condições prescritas e visitando alguma igreja ou oratório público. São plenárias no dia de Natal, Quinta-Feira Santa, Páscoa da Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor. São aplicáveis às almas do purgatório.

III. Indulgências parciais: 1. Sete anos e sete quarentenas nas outras festas de Nosso Senhor e da Santíssima Virgem, celebrada pela Igreja universal; 2. cinco anos e cinco quarentenas aos que acompanharem o santo Viático e rogarem pelos doentes; 3. sessenta dias por qualquer obra de piedade ou caridade que se praticar. São aplicáveis às almas do purgatório.

(Tomado dos Breves anteriormente indicados de Gregório XVI, Leão XIII e Pio X)

ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Sua origem: – Consiste em dois panos de lã de cor parda ou preta, e teve sua origem na aparição da Virgem do Carmo a São Simão Stock, Geral dos Carmelitas, em meados do século XIII. Quando a Senhora lhe entregou, disse-lhe: “Recebe, meu filho muito amado, o Escapulário de tua ordem e insígnia de minha confraria, privilégio para ti e para todos os carmelitas, aliança de paz e de pacto sempiterno. Quem morrer levando este escapulário, não cairá nas eternas chamas do inferno“.

Obrigações: – As obrigações que impõe este Escapulário aos que o levam, para gozarem dos privilégios a eles são concedidos, são de duas classes: umas gerais e outras especiais.

Obrigações gerais: – Para que os fieis possam lucrar as indulgências e privilégios concedidos aos confrades do Carmo, estão obrigados somente a estas três condições: 1. Receber o escapulário das mãos de um sacerdote facultado para o impor. 2. Levar sempre o escapulário de maneira conveniente, isto é, que uma parte dele fique acima do peito e a outra nas costas. 3. Estar inscrito no livro de Registro da Confraria, conforme o decreto de Leão XIII, dado a 27 de Abril de 1837.

Obrigações especiais: – Os confrades do Carmo que quiserem gozar do privilégio chamado Sabatino, devem fazer ainda mais estas duas coisas: 1. Guardar a castidade conforme seu estado. 2. Rezar o oficio parvo de Nossa Senhora, os que souberem ler (obrigação que os Sacerdotes e Ordenados in sacris satisfazem com o ofício divino), e os que não souberem ler, devem abster-se de comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e aos sábados (excetua-se o dia de Natal, se cair em algum desses dias), a não ser que, existindo justa causa, comute troque a abstinência em outra prática piedosa que para isso tiver faculdade^*.

Graças e privilégios: – As principais graças e privilégios que se concede aos que devotamente vestirem este santo Escapulário são os seguintes: 1. Ser condecorado com o nome de Filho da Santíssima Virgem. 2. Gozar da especial proteção desta Senhora, singularmente na hora da morte. 3. Participar de todas as boas obras que fizerem os Religiosos Carmelitas. 4. Ficar livre das penas do purgatório no primeiro sábado depois de sua morte, se foram fieis em praticar as duas obrigações especiais, anteriormente expressas. 5. Poder ganhar além de outras muitas indulgências parciais que se omitem aqui por brevidade, indulgência plenária em cada um dos seguintes dias, confessando-se, comungando e visitando uma igreja ou oratório público: O dia que receberem o Escapulário; um domingo a cada mês, assistindo à procissão dos confrades; o dia 1º de Janeiro; o dia 2 de Fevereiro; os dias 19 e 25 de Março; a Quinta-Feira Santa; o dia da Ascensão do Senhor.; os dias 5, 16 e 25 de Maio; o dia 14 de Junho; os dias 2 , 16, 20 e 26 de Julho; os dias 7, 15 e 27 de Agosto e o domingo infraoitava da Assunção; os dias 8 e 29 de Setembro; o dia 15 de Outubro; os dias 21 e 29 de Novembro, e o dia 8 de Dezembro.

• • Podem receber também a indulgência plenária in articulo mortis.

(O Papa Clemente X concedeu que todas estas Indulgências possam ser aplicadas em sufrágio das almas do purgatório)

ESCAPULÁRIO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Origem: – Consta de dois pedacinhos de flanela cor azul celeste, e é costume levar pregadas, ainda que não seja necessário a imagem da Imaculada Conceição. Sua origem vem da Venerável Serva de Deus Úrsura Benincasa, a quem apareceu a Mãe de Deus, ordenando-lhe fundar a Congregação das Ermitãs Teatinas, que vestissem hábito daquela cor. Pediu logo à Santíssima Virgem que fizesse participantes dos privilégios da Ordem a todos os fieis que vestissem o escapulário: concedeu-lhe esta graça a celestial Senhora, e logo apareceram anjos levando a libré da Imaculada. Foi aprovado formalmente por Clemente XI no ano de 1710; podem impô-lo por direito próprio os Padres Teatinos.

Indulgências plenárias: – Suposta a confissão, comunhão e visita de igreja pública, rogando pela Santa Igreja, lucra-se indulgência plenária nos dias seguintes: No dia da imposição. – Nos primeiros domingos do mês. – No Domingo de Paixão e na Sexta-Feira das Dores. – Quarta, Quinta e Sexta-Feira Santas. – Principais festas de Jesus Cristo. – Principais festividades da Virgem. – Nas festas de Todos os Santos, São José, São Miguel, Anjos Custódios, Natividade de São João, festa dos Apóstolos São Pedro e São Paulo. – Santo Agostinho, Santa Tereza e o dia da festa de Todos os Santos e Beatos Teatinos. – O dia 2 de Agosto e outro dia que escolher no ano. – Uma vez no ano na exposição das Quarenta Horas ou Sagrado Lausperene. – Outra vez nos Exercícios Espirituais. – Na primeira missa de um sacerdote associado. – Na hora da morte.

Outras indulgências: – Visitando as igrejas dos Padres Teatinos nos dias em que há estação, lucram-se as mesmas indulgências que visitando as Estações de Roma. – Duas vezes ao mês lucram-se as indulgências das Sete Basílicas de Roma, comungando e visitando sete altares das igrejas dos Teatinos. – Duas vezes ao mês que se ganham visitando o Santo Sepulcro e a Terra Santa com as mesmas condições que a anterior. – Setenta anos, fazendo meia-hora de meditação. – Vinte anos, ajudando, espiritual ou corporalmente, a um doente, e se isso não for possível, rezando por ele cinco Pai Nossos, Ave Marias e Glória. – Vinte anos nas oitavas das festas de Jesus Cristo. – Vinte anos nas festas dos Santos pertencentes às ordens dos Agostinianos, Dominicanos, Carmelitas, Trinitários e Servitas. – Sete anos e sete quarentenas nas festas menores da Virgem. – Sete anos e sete quarentenas quando alguém se confessar e comungar. – Idem comungando em três sextas-feiras de cada mês; idem em sete dias da novena de Natal; idem visitando nas segundas-feiras o Santíssimo Sacramento; idem rezando de tarde a Salve Rainha, rogando pelas necessidades da igreja. – 300 dias na oitava de Pentecostes; 200 por ouvir um sermão; 50 por invocar o dulcíssimo nome de Jesus ou de Maria; e outros 50 dias sempre que em qualquer igreja se rezar um Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

São privilegiados todos os altares quando se diz missa por um defunto que levou o Escapulário azul-celeste.

Graça extraordinária: – Aquele que levar o Escapulário azul-celeste cada vez que rezar seis Pai Nossos, Ave Marias e Glória ao Pai em honra da Santíssima Trindade e da Imaculada Conceição de Maria, rogando pelas necessidades da Igreja, poderá ganhar (sem exigir-se-lhe nenhuma outra obrigação) todas as indulgências que se ganham visitando as sete Basílicas de Roma, a Porciúncula, Jerusalém e Santiago de Compostela. (Decretos de vários Sumos Pontífices e especialmente de Pio IX, 14 de Abril de 1856)

Todas as indulgências do Escapulário da Imaculada Conceição são aplicáveis às almas do purgatório.

(Fonte: in Caminho Reto e Seguro para Chegar ao Céu, escrito por Santo Antônio Maria Claret, Editora Ave Maria, 7ª edição/1944, pp. 216-225 – Texto revisto e atualizado, e alguns destaques acrescentados)