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FESTA DO BATISMO DE JESUS CRISTO

FESTA DO BATISMO DE JESUS CRISTO – OITAVA DA EPIFANIA DO SENHOR

Entre essa multidão de pecadores que se apresentam a João para receber o batismo da penitência, há um a quem ele se recusa a admitir. Quem é? É Jesus, que vem da Galiléia ao Jordão e se apresenta a João para ser batizado. O mestre apresenta-se ao servidor, o criador à criatura, Deus ao homem. O Santo dos santos confunde-se entre os pecadores, o Juiz entre os culpados. João, que o reconhecera e adorara no seio de sua mãe, de novo o reconhece e adora. “Sou eu, diz, inclinando-se-lhe na frente, sou eu que preciso ser batizado por vós. E vós vindes a mim!“. Ó bem-aventurado João, obtende para mim, de Jesus, a vossa humildade.

Que vai fazer Jesus? Que vai dizer? Deixai-me agir agora, pois convém se cumpra assim toda a justiça. Jesus, que havia arcado com as iniquidades de todos nós, era justo, era conveniente se misturasse aos pecadores. Tendo vindo principalmente para nos curar do orgulho, da vaidade, da rebelião contra Deus, convinha nos proporcionasse o exemplo da humildade, do abaixamento. Admiremos tão maravilhosa contestação entre o mestre e o servidor. Trata-se de quem vai abaixar-se mais que o outro.

Ai! São da mesma natureza as nossas contestações? Entre nós, não se trata de ver quem se erguerá mais acima dos outros? Quão pouco nos parecemos a Jesus e a João Batista! Ó divino mestre, tende piedade de nós, tende piedade de mim! Dai-nos, dai-me a ventura de ser meigo e humilde de coração, como vós próprio e o vosso santo precursor.

A humildade de João era sincera. Assim, obedeceu à ordem de Jesus. Descem ambos ao Jordão. Esse rio, que outrora se detivera diante do arco da aliança, para deixar passar o povo de Deus conduzido por Josué ou Jesus, o Jordão estremece de uma alegria desconhecida; as suas águas circundam com respeito a carne adorável do Filho de Deus feito homem; afastam-se com esfôrço, vão-se, santificadas por tal contacto, e santificam todas as águas do universo e lhes comunicam a virtude de apagar os pecados pelo batismo. Entretanto, o bem-aventurado João coloca sobre a cabeça sagrada de Jesus uma mão agitada pelo respeito e pela alegria, e batiza o Senhor e Deus. Jesus mergulha nas águas, deixa os pecados do mundo, e delas sai para criar um novo mundo, e um homem novo.

Talvez digam os judeus: João é certamente maior que Jesus, pois que o batiza, Mas, de repente, abrem-se os céus: o Espírito Santo desce visivelmente sob forma de pomba, e repousa não em João, mas em Jesus. Ao mesmo tempo, vem do alto uma voz de trovão, e ouvem-se distintamente estas palavras: Este é meu filho bem amado. Este, não João, mas Jesus sobre quem repousa o Espírito Santo. Prosternemo-nos, e adoremos a adorável Trindade: o Pai, que do alto dos céus dá testemunho ao Filho; o Filho, que é batizado no Jordão; o Espírito Santo, que sobre ele repousa, em forma de pomba.

Este é o meu Filho bem amado, em quem me comprazo. É a voz do Pai. E nós também, como nosso Pai que está no céu, nos comprazemos unicamente em seu Filho único; comprazamo-nos, não em nós mesmos, não em qualquer criatura, mas apenas em Jesus. Nada nos agrade sem Jesus! Tudo nos agrade com Jesus! Assim seja! Ó Jesus, meu Deus e meu tudo.

(Fonte: in, Vida dos Santos, Editora das Américas, Vol. I, Padre Rohrbacher, 1959, pp. 338-340 – Texto revisto e atualizado e destaques acrescentados)

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