MAIO, MÊS DE MARIA

MAIO, MÊS DE MARIA (MEDITAÇÕES)

PRIMEIRA MEDITAÇÃO

Madonna com o Menino Jesus

1º DIA

Maria é meu refúgio

É uma felicidade começar este mês, deparando logo à minha vista este doce título que a Igreja aplica à Santíssima Virgem: Refúgio!

Um refúgio é aonde vêm recolher-se, para ficarem ao abrigo, aqueles que têm medo.

Aonde vêm esconder-se, para serem protegidos, aqueles que são culpados.

Aonde vêm viver, para terem um asilo, aqueles que são pobres no mundo.

Ó Maria, tenho medo, sou culpado, sou pobre; venho ter convosco.

Tenho medo de minha fraqueza e de minha inconstância. Ai de mim, se esquecesse as promessas que tantas vezes tenho feito a Deus!

Tenho medo do demônio que me há de tentar, eu sei, que me oferecerá ocasiões de pecar, tanto mais atraentes, quanto mais piedoso eu quiser ser.

Tenho medo de Deus, porque sou culpado; de Deus, que se cansará, talvez, de me perdoar novas faltas, que pode bem cedo me chamar a si.

Sou pobre, sinto em minha alma o que me falta de paciência, de piedade, de amor do dever; e, entretanto, sem estas virtudes não posso ir ao céu.

Bem vedes, ó Maria, as razões que tenho de acolher com alegria este convite da Igreja para vir todos os dias deste mês, ao pé de vosso altar, e ficar alguns minutos perto de vós. Um lugar perto de vós não é um refúgio? O demônio aí não tem poder, Deus não fere aí a alma culpada porque junto a vós ela se converte. Aí, pouco a pouco, insinuam-se na alma as virtudes que irradiam de vosso coração.

Eu serei assíduo, Maria, vo-lo prometo.

EXEMPLO

O Beato Inácio de Azevedo e a imagem de Maria Santíssima

O bem-aventurado mártir Inácio de Azevedo, da Companhia de Jesus, teve sempre a mais fervorosa devoção à SS. Virgem. Antes de partir para a missão do Brasil com seus trinta e nove companheiros, obteve do Papa S. Pio V a permissão de fazer tirar uma cópia da célebre Virgem de Santa Maria Maior atribuída ao pincel de S. Lucas. Munido dessa imagem, que considerava sua salvaguarda, embarcou cheio de confiança, no navio S. Tiago, e inspirou aos jovens missionários que o seguiam os sentimentos de devoção que o animavam. Na altura da ilha de Palma, uma das Canárias, o S. Tiago foi atacado por um corsário calvinista, Jacques Soure, que lhe deu abordagem.

Logo que os missionários viram os calvinistas, só escutaram o seu ódio atroz à fé católica e, à ordem do chefe, assassinaram todos os quarenta e os lançaram ao mar. Azevedo, tendo nas mãos a imagem de Maria, animava seus irmãos ao martírio quando um golpe de sabre lhe abriu a cabeça; foi atirado ao mar, ainda segurando a santa imagem. Entretanto, Azevedo aparecia à flor da água trazendo sempre a imagem de Maria SS.; e, à noite, quando as trevas cobriam o mar, seu santo corpo, levado pelas vagas, se achou perto do navio, batendo no casco pancadas repetidas, até que o ruído foi notado por um português católico. Este, vendo o corpo de Azevedo, que vinha de encontro ao navio com o quadro, reconheceu nisto um prodígio, e, cheio de respeito, pegou na imagem que logo as mãos do santo soltaram sem custo. Guardou-a cautelosamente o marinheiro, e enviou-a depois para o Colégio dos Jesuítas na Bahia, onde se vê ainda hoje na basílica e conserva sinais do sangue que corria das feridas do glorioso mártir da evangelização do povo brasileiro.

(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)

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