21º DIA
Maria meu modelo
Maria e as contradições
Ó Maria, eu muitas vezes repeli a idéia de que pudesse haver entre vossas companheiras de infância, mais tarde, entre as pessoas que conviviam convosco quem não vos amasse. Era possível odiar-vos sendo vos tão boa? Tão dedicada como éreis, de que censurar-vos?
— Ó meu filho, Jesus era mais meigo, mais dedicado, mais generoso do que eu, e teve inimigos e contraditores; eu tive também os meus.
Não que fossem más as pessoas que não me queriam, mas é que o caráter delas, oposto ao meu, lhes fazia experimentar para comigo uma indisposição, da qual não se apercebiam, e que as forçava a serem pouco atenciosas comigo.
E que, talvez interpretando mal a bondade de Deus com sua serva e não vendo as provações por que Deus me fazia passar, julgavam-se menos felizes ou até esquecidas, e suas mágoas se manifestavam em explosões de mau humor.
Eram mais infelizes do que más, e eu orava muito por elas.
Meu filho, se tiveres que sofrer de alguém que não te estime, não lhe queiras mal, pede por ele e nunca lhe recuses os serviços que puderes prestar.
EXEMPLO
A medalha da SS. Virgem num duelo
Paulo Cassagnac, membro do parlamento francês, em 1889, referiu em jornais de Paris o seguinte:
Rochefort tinha insultado, num artigo, a memória de Maria Antonieta, eu a defendi; veio daí um duelo. Depois de uma tentativa de encontro, frustrada na Bélgica pela gendarmeria, nos vimos frente a frente nas vizinhanças de Paris, junto a S. Diniz. Era 1º de janeiro, e tínhamos neve até o joelho. Rochefort propusera, feroz, que atirássemos seis vezes… Ao primeiro tiro errou o alvo; eu fiz fogo um instante depois e Rochefort caiu. Julguei-o morto, porque a bala atingiu o ponto que eu alvejara, batendo certeira e em cheio na ilharga. Cercaram-no. Com surpresa verificou o médico que, em vez de atravessá-la de um lado a outro, como devia acontecer, a bala fizera uma simples contusão. O projétil se tinha desviado! Sobre quê? O médico procurou e, cada vez mais surpreendido, nos mostrou uma medalha da Virgem que mão amiga tinha cosido no cós das calças… Sem aquela Medalha Milagrosa Rochefort teria sido fulminado.
A fé e os rogos de uma oração devota salvaram a vida de um ímpio e pouparam aos duelistas um crime e viu-se, mais uma vez, de que pequeninas coisas se serve Deus para mostrar o seu poder e glorificar a SS. Virgem.
(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)