4º DIA
Maria é o coração que me ama
Continuemos nesse pensamento: Maria nos ama.
II. Se Maria contemplar nossa alma, nossa pobre alma, que, se a não tiver em seu auxílio, se perde eternamente, há de sentir-se compadecida.
Nossa alma é a imagem de Deus, de quem Maria conhece a santidade; e Maria, podendo impedir que essa imagem seja profanada, deixá-la-ia ao ludíbrio e irrisão do demônio? Não, seu amor por Deus se opõe a isto.
Nossa alma é a imagem de Deus, é filha de Deus, recebeu de Deus a ordem de chamá-lo de Pai: e, podendo impedi-lo, Maria permitiria que a filha de Deus que ela tanto ama sofresse durante toda a eternidade? Não, seu amor por Deus e sua caridade pelos homens se opõem a isto.
Nossa alma foi resgatada pelo sangue de seu Filho; custou humilhações, dores, lágrima, cuja recordação está sempre presente a Maria; e, podendo impedi-lo, Maria permitiria que essa alma, preço de tantas dores, se perdesse por toda a eternidade? Não, seu amor por Deus e sua caridade pelos homens se opõem a isto.
Nossa alma, enfim, é destinada a conhecer e amar a Deus, a unir-se aos anjos para exaltar a grandeza, a majestade e o amor de Deus, e, podendo impedi-lo, Maria permitiria que essa alma blasfemasse e maldissesse a Deus na eternidade? Não, seu amor por Deus e sua caridade pelo próximo se opõem a isto.
Concluamos ainda, como ontem: Maria nos ama, e lhe digamos com afeição: Também nós, ó Mãe, vos amamos!
EXEMPLO
Nossa Senhora de Guadalupe
Nossa Senhora de Guadalupe é uma imagem da SS. Virgem, pintada outrora pelos anjos no manto de um pobre índio do México. A Santa Virgem, quando quis ter um santuário no centro do Novo Mundo, no México, ordenou a um índio, que ia à cidade, pedisse ao Bispo que lhe erguesse ali na montanha um santuário. Era a festa da Imaculada Conceição. Que sinal me dás tu? – disse o Bispo. – Nenhum, senhor, respondeu, admirado ele próprio de sua missão. E partiu; mas a Virgem o deteve outro dia, ao passar pela montanha, e lhe disse: “Toma estas flores, é este o sinal”. De fato, era o inverno, e entretanto o rochedo estéril se cobria de flores odoríferas. Assim o índio recebia o sinal que lhe fora exigido. Enche o manto de flores, e as leva ao Bispo do México. Desta vez, está animado; renova o pedido, e abre o manto em que guardava o tesouro; caem as rosas, e no pano grosseiro que veste, aparece desenhada a imagem maravilhosa. Uma esplêndida basílica foi construída na montanha; e o manto miraculoso ostenta sempre a imagem admirável, obra dos anjos. Foi há três séculos, no dia 12 de dezembro; e o culto perdura cada dia mais fervoroso.
(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)