2º DIA
Maria é uma voz que me instrui
Eis-me ainda aqui, ó minha Mãe, mais reanimado e mais alegre. Venho escutar vossa voz.
Que voz grata a de uma mãe!
Como as lições mais difíceis tomam alguma coisa de suave e de bom, passando pelo coração e pelos lábios de uma mãe!
Uma mãe tem paciência para esperar e para não desanimar com as travessuras e até má vontade de seus filhos.
Uma mãe tem jeito para insinuar brandamente a lição que quer ensinar e para apresentá-la de mil maneiras.
Uma mãe tem a constância para começar de novo, para prosseguir, para reatar, sem nunca se impacientar.
E estas qualidades, eu as vejo em vosso coração, ó Maria, divina educadora. Oh! falai-me. Ontem eu vos prometi ser assíduo, todos os dias, em vir à vossa presença; hoje vos prometo ser dócil.
Falai-me de Jesus, de sua abnegação, de sua caridade, de sua obediência. Falai-me de vossas virtudes tão fácies de imitar. Falai-me também do vosso amor e da vossa misericórdia. Tenho tanta necessidade de esperar em vós.
Ó Maria, fazei-me muito dócil.
EXEMPLO
Santo Afonso de Ligório e a devoção
à Santíssima Virgem
Uma de suas práticas mais caras era recitar a Ave Maria todos os quartos de hora, olhando para uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, que estava sobre sua mesa de trabalho. Abstinha-se de carne à quarta-feira, em honra de Nossa Senhora do Carmo; até a idade de 88 anos absteve-se de todas as bebidas nos sábados. Por voto recitava o terço todos os dias, e, em sua velhice, sentindo-se fraco de memória, queria que lhe lembrassem esta obrigação os que o cercavam. Na dúvida de ter feito, perguntava sempre a seu criado, e este uma vez lhe respondeu: Monsenhor, façamos um contrato: todas as Ave Marias que rezardes além do terço, serão por mim. De fato, nos últimos anos, tinha continuamente o rosário nas mãos. Não se conseguindo um dia despertá-lo de um sono pesado que lhe podia ser fatal, lembrou-se alguém de lhe dizer: Monsenhor, temos de rezar ainda o rosário; a tais palavras o Santo abre os olhos e pega no terço.
Outro voto de Afonso era o de pregar todos os sábados. Forçado, enfim, a renunciar a este pio dever, dizia ternamente à sua celeste soberana: Minha Mãe, já estou velho; não posso mais pregar as vossas glórias; possa eu ao menos ter sempre alguém que me fale delas. De fato, queria que todos os dias lhe lessem alguma coisa sobre tão grato assunto.
(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)