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NOVEMBRO: MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO

(Continuação do post anterior)

NOVEMBRO: MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO

II

Penas do Purgatório

(continuação do post anterior, VIDE AQUI)

A revelação que nos fala claramente da existência de um Purgatório não se explica tão claramente sobre o estado em que se acham as almas que precisam de purificar-se; não podemos, portanto, saber com exatidão nem onde elas sofrem, nem o que sofrem, nem de que modo sofrem.

Só podemos afirmar que as penas do Purgatório são extremamente graves e de duas espécies: a primeira, a mais insuportável, diz o Concílio de Florença, é a privação de Deus.

A necessidade de ver e possuir a Deus, que a alma, desprendida do corpo, compreende ser o objeto único de sua felicidade: essa necessidade se faz sentir a todas as nossas faculdades com uma força extraordinária.

É uma sede ardente, é uma fome devoradora, é um vazio medonho, uma espécie de asfixia produzida pela ausência de Deus, que é o alimento e o ar de nossa alma.

A segunda é uma dor que põe a alma em torturas mais cruéis do que as que os tiranos infligiam aos mártires.

A Igreja não definiu a natureza desta dor, mas permite ensinar-se geralmente que há no Purgatório, como no inferno, um fogo misterioso que envolve as almas sem consumi-las; e, diz La Luzerne, conquanto não seja um artigo de fé, todas as autoridades dão tanto peso à doutrina de um fogo expiatório que seria temeridade desprezá-la.

III

Causas do Purgatório

São duas as causas do Purgatório:

1ª. A falta de satisfação suficiente pelos pecados remetidos. É de fé que Deus, perdoando os pecados cometidos depois do batismo e a pena eterna devida a esses pecados quando são mortais, deixa ordinariamente ao pecador já reconciliado a dívida de uma certa pena temporal que ele há de solver nesta vida ou na outra.

2 ª. Os pecados veniais de que os justos podem estar maculados quando partem deste mundo.

IV

Estado das almas do Purgatório

Conquanto padecendo os mais cruéis tormentos, não se abandonam as almas do Purgatório à impaciência nem ao desespero: estão na graça e na caridade, e sua vontade tanto se conforma com a vontade divina, que elas querem com alegria tudo o que Deus quer. — Adoram a mão que as castiga e, por mais desejos que tenham de seu livramento, não o almejam senão na ordem dos decretos divinos. Consolam-se com a certeza que tem de não ofender mais a Deus e de ir um dia possuí-lo no Céu por toda a eternidade.

V

Duração das penas do Purgatório

Essas penas durarão pouco em relação às penas do inferno que são eternas, mas, consideradas em si mesmas, podem durar muito tempo. A Igreja autoriza os sufrágios de aniversário por muitos anos e até durante séculos: o que faz supor que as almas podem ficar todo esse tempo no Purgatório. Autores respeitáveis, entre outros Belarmino, admitem que haja pecadores detidos no Purgatório até o fim do mundo.

(Fonte: in Mês das Almas do Purgatório, Mons. Dr. José Basílio Pereira, Editora Mensageiro da Fé Ltda., Salvador-Bahia, 10ª edição/1943, Introdução, pp. 7-9)

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