O CRUCIFIXO É VERDADEIRA ESCOLA DE ORAÇÃO


“Escreveu com acerto Santo Agostinho:

‘Crux Christ non solum est lectulus morientis sed et cathedra docentis (Orat; 119 in Joannem)’ – A Cruz não é somente o leito de dor em que Jesus expira, mas é a cadeira de onde Ele ensina.”

Pelas palavras e pelos exemplos que promanam desta cadeira, o Salvador edifica as almas através dos séculos. No Segundo sermão sobre a Paixão dá Bossuet ao Divino Crucificado o nome de livro ‘Abri vós mesmos este livro… as letras são de sangue… empregaram o ferro e a violência para gravá-las profundamente no corpo de Jesus Crucificado’.

O livro preferido dos santos era o Crucificado; encontravam ali a fonte da ciência que os levava para Deus. Repetia São Jerônimo aos discípulos: ‘Lede e relede o Cristo’.

São Vicente Ferrer não se separava jamais de seu crucifixo; declarava que este contém todas as luzes das Sagradas Escrituras, chamava-o sua grande Bíblia.

Compararam São Thomaz de Villa Nova a São Paulo pela doutrina e a Elias pelo zelo. Onde hauriu o confessor da fé a sabedoria sobrenatural com que converteu e iluminou tantas almas? respondeu ele um dia: ‘menos nos livros do que nos pés do Crucifixo!’

O Crucificado é a escola das renúncias quotidianas. À vista da imagem do Redentor, na Cruz, Santa Izabel da Húngria, Santa Catarina de Senna e Santa Marganda de Cortona rejeitaram a púrpura, os ornatos deste mundo e a fascinação das bagatelas.

“Uma alma de virtudes eminentes compôs estas estrofes admiráveis que tecem a mais sentida e a mais fervorosa das preces:

Meu Crucificado!
Eu O levo a toda a parte;
Eu O prefiro a tudo;

Quando caio, Ele me levanta;
Quando choro, Ele me consola;
Quando sofro, Ele me cura;
Quando tremo, Ele me tranquiliza;
Quando chamo, Ele me responde.

Meu Crucificado!
Ele é a luz, que me ilumina;
O sol, que me aquece;
O alimento, que me nutre;
A fonte que me desaltera;
A doçura, que me cura;
O bálsamo, que me cura;
A beleza, que me encanta!

Meu Crucificado!
Ele é a solidão, em que repouso;
O reduto, a que me acolho;
A frágua, que me consome;
O oceano, em que mergulho;
O abismo, em que me perco!

NOTA: Postagem originalmente compartilhada no nosso perfil do G+, em 19.01.2018.

(Fonte: excertos da Introdução do Pe. Heliodoro Pires ao opúsculo “ESPÍRITO E VIDA” – As Sete palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo Pe. J. Cabral, edição de 1935, capturado em blog “A Grande Guerra” – Alteramos o título e alguns destaques são nossos)

Sou Todo Teu Maria: “Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.” (São Luis Maria de Montfort)