Por que Jesus nasceu em uma gruta?
A gruta, constituída de pedras e frequentada por animais, estava numa região completamente afastada. Fria, úmida e escura, não podia ser mais inóspita para berço do Rei do universo.
Após milênios de espera o Filho de Deus afinal nascerá, e este fato grandioso se efetivará em função de humildes causas segundas, determinado, aparentemente, pelo curso natural das coisas.
Jesus, em condições normais, deveria nascer em Nazaré, cidade onde residiam seus pais e na qual encontraria, pelo menos, uma casa simples, mas digna, um berço e o aconchego doméstico.
Conforme as profecias, porém, o nascimento de Jesus ocorreria em outro lugar.
Ele poderia ordenar aos Anjos construírem o mais belo palácio da História, irrealizável pela criatura humana, para ali vir ao mundo. Mas não eram esses os desígnios divinos.
Nosso Senhor nos dá uma lição, escolhendo para nascer uma das menores cidades de Judá, a insignificante casa do pão, no local mais escondido e pobre, uma gruta.
Jesus, de origem eterna e supremacia infinita, queria ensinar-nos o oposto do que o pecado sugere. Se este foi uma revolta do homem a fim de subverter a ordem e se igualar a Deus, o Redentor, procurando a cidade menos importante, lembra-nos de que devemos ser humildes.
Então, por que escolheu Ele uma gruta?
Para benefício da humanidade e glória de seu Unigênito, Deus quis deixar bem acentuado o contraste entre os aspectos humanos e os divinos do Natal, a fim de evitar que prestássemos maior atenção naqueles do que nestes.
Depois do pecado original, nossa natureza tornou-se tão rude, que se o Menino Jesus nascesse num palácio suntuoso, muita gente se deteria para admirar o edifício e relegaria o Salvador a um segundo plano.
A gruta, o boi e o burro, e até mesmo a ausência de testemunhas, além de Maria e José, foram elementos providenciais para fazer brilhar de modo especial a divindade de Cristo.
Queria Deus mostrar que não precisava de um lugar esplendoroso para entrar na História da humanidade; bastavam almas eleitas e providenciais como Nossa Senhora e São José, e o resto Ele faria.
________Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP – Texto extraído, com adaptações, do livro São José: Quem o conhece?
(Fonte: GaudiumPress)