RESSURREIÇÃO DE JESUS

Sexta-feira na Oitava da Páscoa.

RESSURREIÇÃO DE JESUS

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Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos. Aleluia (Antífona do Ofício das Laudes, substitutiva do responsório breve desta Sexta-feira)

É o terceiro dia após a morte de Jesus. É, portanto, o momento da realização das profecias; é o ponto culminante da vida do Homem-Deus na terra. Para este momento estão voltadas as atenções dos Apóstolos e Discípulos; e os inimigos, receosos de um grave acontecimento, reforçam a guarda junto do Sepulcro.

A palavra de Jesus, tantas vezes repetida, vai cumprir-se. A alma Santíssima do Salvador, acompanhada do cortejo das inumeráveis almas resgatadas do Limbo, dirige-se ao Sepulcro. Todos os Santos da Antiga Lei podem então ver demoradamente o corpo exânime de Jesus num lençol, recebendo os perfumes do embalsamamento, deitado reverentemente sobre a laje funerária. Está frio, lívido, inerte, mas conservando ainda os traços de uma inefável majestade. Todos podem constatar a realidade do seu corpo, as chagas das mãos, dos pés e do lado, e todos os mais ferimentos causados pelos instrumentos do seu martírio.

Ali viram os estragos do pecado, o amor infinito de Deus em salvar o mundo, e se possuiriam todos dos mais vivos sentimentos de compaixão, de reconhecimento e de amor.

Enquanto estavam abismados nestes afetos, a alma santíssima de Jesus se une de novo àquele sagrado corpo, e num instante tudo se mudou. O corpo é de novo aviventado pela alma, os olhos abrem-se radiantes, os lábios colocam-se, as faces retomam o frescor vital, e o coração começa a pulsar, – Jesus levanta-se cheio de vida e glória, revestido de uma luz puríssima, como o sol que se levanta no horizonte numa ascensão gloriosa e triunfante. No seu rosto retrata-se a bondade e amabilidade que arrebata os corações, a majestade que inspira respeito, a doçura que provoca a confiança.

Jesus Cristo ressuscita com as cinco chagas, com as cicatrizes que recebeu por nós no combate contra o pecado.

Quis tê-las como relíquias ela sua Paixão, como lembranças que levou da terra, para apresentar a seu Eterno Pai.

O corpo ressuscitado de Jesus não é mais um corpo mortal, pesado e opaco, mas é um corpo imortal e glorioso; ágil como o pensamento; sutil, a ponto de penetrar tudo sem encontrar resistência; incorruptível, porque a morte não tem mais poder sobre Ele; impassível, porque não sofrerá mais.

Os efeitos produzidos nas almas justas resgatadas do Limbo devem ter sido extraordinários, ao assistirem a uma das maiores maravilhas do poder de Deus. Naturalmente, à admiração juntou-se uma alegria indizível e uma profunda gratidão. Em todos nasce a firme confiança de que também hão de ressuscitar um dia, e unir-se de novo a seus corpos segundo o modelo da ressurreição de Jesus Cristo. Jó repetiria: Sei que o meu Redentor vive, e que no último dia me levantarei da terra e verei em minha carne Deus meu Salvador (19, 25).

Esta é também a nossa firme esperança. A nosso corpo está reservada uma semelhante glória, se Ele for instrumento da alma e companheiro na prática da virtude. “Se Cristo ressuscitou dentre os mortos pela glória do Pai, vivamos nós também uma vida nova”, – escreve S. Paulo. Não há de reinar, pois, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às paixões. Não entregueis vossos membros ao pecado, como instrumentos da iniquidade, mas entregai-vos a Deus como quem passou da morte para a vida” (Rm 6, 4).

ORAÇÃO A JESUS RESSUSCITADO

Jesus ressuscitado,

que destes a paz aos apóstolos,

reunidos em oração, dizendo-lhes:

“A paz esteja convosco”,

concedei-nos o dom da paz.

Defendei-nos do mal

e de todas as formas de violência

que agitam a nossa sociedade,

para que tenhamos uma vida digna,

humana e fraterna.

Ó Jesus,

que morrestes e ressuscitastes por amor,

afastai de nossas famílias e da sociedade

todas as formas de desesperança e desânimo,

para que vivamos como pessoas ressuscitadas

e sejamos portadores de vossa paz.

Amém!

(Fontes: 1. texto: in Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loiola, Pe. Alexandrino Monteiro, SJ, 2ª edição/1959, Editora Vozes/RJ, Semana IV, I Meditação – excertos, pp. 273-274 – Texto revisto, atualizado e com adaptações e destaques acrescidos; 2. oração: AASCJ-Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus)

Sou Todo Teu Maria: “Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.” (São Luis Maria de Montfort)