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SÃO CIPRIANO DE CARTAGO (200-258) – “A ORAÇÃO DO SENHOR”

SÃO CIPRIANO DE CARTAGO (200-258) – “A ORAÇÃO DO SENHOR”

(GOMES, Cirilo Folch, OSB. Antologia dos Santos Padres. Coleção “Patrologia”. Ed. Paulinas, São Paulo, 1985)

São Cipriano de Cartago

Quais são, caríssimos irmãos, os mistérios da oração do Senhor? Quantos e quão grandes são eles, condensados em palavras breves mas prenhes de força espiritual, que nada omitem e fazem dessa oração um compêndio da doutrina celeste?

Diz ele: “Assim deveis orar: Pai-nosso, que estás nos céus. O homem novo, renascido e restaurado para Deus, pela graça, diz, logo de início, Pai, porque já começou a ser filho. “Veio para o que era seu e os seus não o receberam. A todos, porém, que o receberam, deu o poder de se tornarem filhos de Deus, a todos os que creem em seu nome”. [1]. Assim, aquele que crê em seu nome e se torna filho de Deus, há de começar imediatamente a dar graças e a confessar-se filho de Deus. E ao dirigir-se a Deus, chamando-o de Pai que está no céu, indica também, por suas primeiras palavras da vida nova, que renunciou ao pai terreno e carnal, que reconhece o Pai que principiou a ter no céu. Pois está escrito: “Quem diz a seu pai e a sua mãe, não os conheço, e a seus filhos, não sei quem sois, este guardou os teus preceitos e conservou o teu testamento” [2]. Também o Senhor ensinou que não devemos chamar a ninguém “pai”, na terra, porque só existe para nós um Pai que está nos céus. E respondeu ao discípulo que fizera menção do pai falecido: “Deixa aos mortos que sepultem os seus mortos” [3]. Ele havia dito que o seu pai estava morto, contudo o Pai dos crentes vive.

Como é grande, portanto, a indulgência do Senhor! Ele nos envolve com a abundância de sua graça e bondade, a ponto de querer que o chamemos Pai, ao elevarmos a Deus nossa oração, de modo que assim como Cristo é Filho, nós também sejamos chamados filhos. Se o próprio Cristo não nos tivesse permitido orar dessa maneira, quem de nós ousaria pronunciar tal nome de Pai? Por isso devemos estar conscientes de que se damos a Deus tal apelativo precisamos agir como filhos seus, para que assim como nos alegramos com Deus Pai, também se alegre Ele conosco. Vivamos, portanto, como templos de Deus, para que se note que Ele habita em nós. Que nossa ação não seja indigna do Espírito, para que não nos aconteça ter começado a ser do céu e pensar e praticar o que não é celeste nem espiritual. Com efeito, o Senhor nos adverte: – “Eu glorificarei os que me glorificam e desprezarei os que me desprezam” [4]. Igualmente diz o bem-aventurado Apóstolo: “Não sois vossos. Fostes comprados por um grande preço. Glorificai a Deus trazendo-o em vosso corpo” [5].

Dizemos a seguir: “Santificado seja o teu nome”. Não porque pretendamos que Deus seja santificado por nossa oração, mas pedimos que seu nome seja santificado em nós. De resto, por quem poderia ser santificado o santificador? Mas, como disse ele: “sede santos, que eu também sou santo” [6], suplicamos a perseverança naquilo que começamos a ser pela santificação do batismo. Oramos assim todos os dias, necessitamos diariamente de santificação a fim de purificar-nos continuamente dos pecados de cada dia. E o Apóstolo nos indica qual a santificação que nos é conferida pela misericórdia de Deus: “Na verdade, fostes perversos, devassos… mas fostes lavados, justificados e santificados em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” [7]. Diz que estamos santificados em nome de Jesus Cristo e no Santo Espírito do nosso Deus. Oramos para que esta santificação permaneça em nós. E como o Senhor, nosso juiz, recomendou ao que foi por ele curado e vivificado, não reincidisse em pecado, a fim de não lhe acontecer algo pior, fazemos continuamente esta prece, suplicamos dia e noite, seja mantida em nós, pela proteção de Deus, a santificação e vivificação que recebemos de sua graça.

Segue-se a petição: “Venha a nós o teu reino”. Desejamos que o reino de Deus se torne presente a nós, como havíamos desejado que o seu nome fosse santificado em nós. Pois quando é que Deus não reina? Quando poderia começar para ele um reino que sempre existiu e nunca deixará de existir? Pedimos, pois, que venha a nós o “teu reino”, aquele que nos foi prometido por Deus e obtido pela paixão de Cristo. Nós, os que servimos neste século como servos, esperamos reinar com Cristo vitorioso, conforme a promessa: “Vinde, benditos de meu Pai, apossai-vos do reino que vos está preparado desde o começo do mundo” [8]. Pode-se dizer que o próprio Cristo seja o reino de Deus ao qual queremos chegar, cada dia, e cujo advento pedimos que se abrevie. Pois se ele é a nossa ressurreição, porque nele ressuscitamos, podemos igualmente conceber que ele seja também o reino, uma vez que nele havemos de reinar. E com razão pedimos o reino de Deus, isto é, o reino celeste, pois há também o reino terrestre, mas quem renunciou ao século está acima desse reino e das suas honras.

Ajuntamos a seguir: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”. Não que Deus deva ser rogado a fazer o que Ele mesmo quer, mas nós devemos fazer o que Ele quer.

Quem o impediria de fazer o que quer? Nós, todavia, perturbados como somos pelo diabo, que pretende impedir-nos de seguir a Deus com toda a alma e ação, rogamos que se cumpra em nós a vontade de Deus, para o que é indispensável sua ajuda e proteção. Ninguém é forte por suas próprias forças, mas graças à indulgência e misericórdia de Deus. Até o próprio Cristo indica a fraqueza do homem que ele mesmo carregava, dizendo: “Pai, se possível, afasta de mim este cálice” [9]. E acrescentou imediatamente, deixando aos discípulos o exemplo de que não deveriam fazer a própria vontade, mas a de Deus: “contudo, não se faça o que eu quero, mas o que tu queres”. O mesmo ele diz em outro lugar: “Não desci do céu para fazer a minha vontade, mas a daquele que me enviou” [10].

Se o Filho esteve atento no cumprir a vontade do Pai, quanto mais deve estar o servo em relação ao Senhor. São João nos exorta igualmente, em sua epístola, a cumprir a vontade do Pai: “Não ameis o mundo, nem o que está no mundo. Se alguém ama o mundo, a caridade do Pai não está nele. Pois tudo que está no mundo é concupiscência da carne, concupiscência do mundo. O mundo passará, e igualmente a sua concupiscência; aquele, porém, que cumprir a vontade de Deus permanece eternamente” [11]. Os que quisermos permanecer eternamente devemos, pois, cumprir a vontade do eterno Deus.

Ora, a vontade de Deus é a que Cristo praticou e ensinou. Humildade na vida, estabilidade na fé, veracidade nas palavras, justiça no agir, misericórdia nas obras, disciplina nos costumes, não saber injuriar, tolerar a injúria recebida, manter a paz com os irmãos, querer a Deus com todo o coração, amando-o como Pai e temendo-o como Deus; nada prepor ao Cristo, porque ele também nada prepôs a nós; aderir inseparavelmente à sua caridade, unir-se à sua cruz com firmeza e fé e, quando houver luta por seu nome e honra, manifestar na palavra e constância, com que o confessarmos diante dos juízes, a firmeza de nosso combate; manifestar enfim na morte a paciência pela qual somos coroados. Isso é ser co-herdeiros de Cristo, isso é praticar o preceito de Deus, isso é cumprir a vontade do Pai!

Pedimos que seja feita a vontade do Pai assim na terra como no céu, pois em ambos os casos está em jogo nossa segurança e salvação. Possuímos um corpo da terra e um espírito do céu, somos a um tempo terra e céu. Oramos para que em ambos, corpo e espírito, seja feita a vontade de Deus. Na verdade, há luta entre a carne e o espírito, e essa discórdia diária acarreta-nos embaraços para fazer o que queremos. De um lado o espírito procura o que é celeste, o divino; de outro lado a carne cobiça o secular, o terreno. Por isso pedimos que pelo auxílio de Deus se estabeleça a harmonia entre ambos, que graças à sua vontade, realizada na carne e no espírito, seja salva a vida por ele renascida.

Pode-se ainda, irmãos caríssimos, entender de outra maneira. Como o Senhor quer e exige que amemos até os inimigos, que oremos até pelos que nos perseguem, pode-se entender que devamos pedir também pelos que ainda são terra e não começaram a ser celestes, para que neles se realize a vontade de Deus, a vontade que Cristo cumpriu conservando e reintegrando o homem.

O Senhor já não chama seus discípulos terra, mas sal da terra, e o Apóstolo diz que o primeiro homem é limo da terra, ao passo que o segundo é celeste; portanto, nós, que devemos ser semelhantes ao Pai – (o qual faz nascer o sol sobre bens e maus, chover sobre justos e injustos) – seguindo o conselho de Cristo, oramos e pedimos numa única prece pela salvação de todos. Assim como a vontade de Deus foi feita no céu, isto é, em nós – que pela fé nos tornamos céu assim se faça também na terra, isto é, nos que ainda não creem, que ainda são terrenos pelo primeiro nascimento a fim de começarem a ser celestes pelo renascimento na água e no Espírito.

Prosseguindo, dizemos: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Podemos tomar este pedido tanto no sentido espiritual como no literal, pois os dois modos de entender servem divinamente à nossa salvação. O Cristo é o pão da vida, e este pão não é de todos, é nosso. E assim como dissemos Pai nosso (porque é Pai dos que entendem e creem, dizemos também pão nosso) porque é pão para aqueles que comem o seu corpo. Pedimos que este pão nos seja dado diariamente a fim de que, estando no Cristo e recebendo diariamente a eucaristia como alimento de salvação, não venhamos a ser separados do Corpo de Cristo e tornar-nos alguma vez proibidos de participar do pão celeste, afastados da comunhão, por causa de algum grave pecado. Ele próprio disse: “Eu sou o pão que desci do céu. Se alguém comer do meu pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” [12]. Dizendo viver eternamente quem comer deste pão, fica evidente que viverão sempre os que pertencem ao seu corpo e recebem a eucaristia, pelo direito da comunhão, ao mesmo tempo que se passa a temer que alguém seja separado do corpo de Cristo e afastado da salvação, pela interdição de participar do pão. Devemos orar para que tal não aconteça, como ele mesmo nos adverte: “se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” [13]. Por isso pedimos que o pão nosso, isto é, Cristo, nos seja dado diariamente. Vivendo nele, não nos afastaremos de seu corpo e de sua santificação.

Pode-se, na verdade, interpretar de outra maneira estas palavras. Pode-se entender que nós, que renunciamos ao século e rejeitamos as suas riquezas e pompas, pela fé da graça espiritual, não peçamos senão o alimento indispensável para o nosso sustento, conforme a palavra do Senhor: “Quem não renunciar a tudo que possui, não pode ser meu discípulo”. [14]. Quem, portanto, seguindo a palavra do Mestre, renunciou a tudo e começou a ser discípulo de Cristo, deve pedir o alimento para o dia que passa e não estender os seus desejos em longos pedidos. Assim ele preceituou, dizendo: “Não penseis no dia de amanhã, porque o dia de amanhã trará os seus cuidados. Basta a cada dia a sua própria pena”. [15]. Assim, o discípulo de Cristo, proibido de preocupar-se com o dia de amanhã, pede apenas o alimento de cada dia. Aliás, seria estranho e contraditório pedirmos que o reino de Deus venha a nós em breve e ao mesmo tempo cuidarmos de viver no mundo mais longamente. Também o Apóstolo aconselha, fortalecendo e consolidando nossa fé e esperança: “Nada trouxemos para este mundo; e nada, na verdade, podemos levar. Se temos o que comer e vestir, estejamos contentes. Os que desejam enriquecer, caem na tentação, no laço e em muitos desejos nocivos que lançam o homem na perdição e na morte. Com efeito, a raiz de todos os males é a cobiça; por ela alguns se afastaram da fé e acarretaram para si muitas dores” [16].

Esta doutrina ensina, não só que as riquezas devam ser desprezadas, mas que são perigosas, achando-se nelas a raiz dos males que afagam e enganam, por disfarces e seduções, a cega mente humana. Daí, Deus ter respondido ao rico insensato que pensava nos seus bens terrenos e se vangloriava da abundância dos seus frutos: “Insensato, esta noite ainda, entregarás a tua alma; para quem ficará o que preparaste?” [17] Alegrava-se o insensato com seus frutos na noite em que ia morrer, preocupava-se com a abundância de alimento no momento em que a vida já se afastava.

O Senhor ensina, ao contrário, tornar-se perfeito e íntegro quem vende tudo o que possui e dá aos pobres, prepara este seu tesouro no céu. Diz o Senhor que só pode segui-lo e imitar a glória de sua paixão quem não está ligado por interesses particulares e então, pronto e sem empecilhos, está livre para acompanhar com a própria pessoa a doação já feita dos bens. Em preparação para isso aprenda-se a orar dessa maneira e a descobrir assim como se deve ser.

Pedimos a seguir por nossos pecados, dizendo: – “Perdoa as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores”. Depois do socorro do alimento, o perdão do pecado. Quem é alimentado por Deus, viva também em Deus; cuide não só da vida presente e temporal, mas sobretudo da eterna, à qual se pode chegar se os pecados são perdoados, pecados que o Senhor, no Evangelho, chama dívidas: “Perdoei toda a tua dívida, porque me pediste” [18].

Mas, quão necessária, quão salutar e previdentemente se nos adverte que somos pecadores e devemos rogar pelos nossos pecados! Pois ao pedirmos a misericórdia de Deus, tomamos consciência de nós mesmos. Para que ninguém se contente consigo, presumindo-se inocente, nem avance ainda mais para a morte, exaltando-se, está essa ordem de rezarmos cada dia pelos próprios pecados, lembrando-nos que pecamos diariamente. Disso aliás também nos previne João, na epístola: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está conosco. Se, porém, confessarmos nossos pecados, o Senhor é fiel e justo para perdoá-los” [19]. Aqui estão duas ideias: devemos rogar pelos nossos pecados, e conseguiremos a indulgência quando o fizermos. Por isso, diz-se que o Senhor é fiel no cumprimento de sua promessa, isto é, fiel no perdão dos pecados: ensinou-nos a orar nessa intenção, prometendo a indulgência e a misericórdia de um Pai.

Mas vem logo indicada, claramente, a condição segura e o penhor de nossa prece, a maneira em que devemos fazê-la: peçamos para nós o perdão das dívidas na medida em que perdoarmos aos nossos devedores; não podemos conseguir o que pedimos para os nossos pecados, se não fizermos o mesmo em relação aos nossos devedores. Nesse sentido, lê-se em outro lugar: “Na medida em que medirdes, sereis medidos” [20]. Assim, aquele servo que recebera do senhor o perdão de toda a sua dívida e a seguir não quis fazer o mesmo para o companheiro, foi preso e encarcerado. O senhor retirou-lhe o perdão porque lhe faltou indulgência para com o companheiro. Outra vez, mais fortemente ainda, Cristo propõe, entre seus preceitos, este princípio: “Se ides orar e tendes alguma coisa contra alguém, perdoai-o antes, para que o vosso Pai celeste, igualmente, vos perdoe os pecados. Se porém não perdoardes, vosso Pai do céu também não perdoará os vossos pecados” [21]. Não te restará, pois, a menor escusa no dia do juízo, quando fores julgado conforme tua sentença. Como fizeste, assim te será feito.

Deus preceituou que devemos ser pacíficos, concordes e unânimes em sua casa. Ele quer que perseveremos tais como nos fez pela geração do segundo nascimento, a fim de que permaneçam na sua paz, os que vivemos em Deus e tenhamos uma só alma e um só sentir os que temos um só Espírito. Deus não aceita o sacrifício do dissidente. Manda que volte do altar e se reconcilie antes com o irmão para ser benigno e obter a benignidade de Deus. O máximo sacrifício, aos olhos de Deus, é a nossa paz e concórdia fraternal, é o povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Manda-nos ainda o Senhor que digamos na oração: “E não nos deixes cair em tentação”. Isto mostra que o adversário nada pode contra nós sem uma permissão de Deus. Assim, voltar-se-á para o Senhor todo nosso temor, zelo e devoção; pois nada é possível ao Maligno, no sentido de tentar-nos, sem a divina permissão.

Prova-o a divina Escritura; “Veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e atacou-a; o Senhor entregou-a em suas mãos” [22].

E o poder contra nós é dado a ele segundo os nossos pecados, pois está escrito: “Quem entregou Jacó ao massacre e Israel aos espoliadores? Não foi Deus, contra quem pecaram, cujas vias não quiseram seguir e cuja lei não quiseram ouvir, que dirigiu para eles a ira de sua alma?” [23] E também a respeito de Salomão, quando pecou e se afastou dos caminhos de Senhor: “O Senhor excitou Satanás contra Salomão” [24].

De duas maneiras é dado poder contra nós: para castigo, quando pecamos; para glória, quando somos provados. Isso aparece concretamente no caso de Jó, por revelação do próprio Deus: “Eis, tudo que é dele coloco em teu poder; cuida, porém, de nele não tocares” [25].

No Evangelho, diz o Senhor sobre o tempo da paixão: “Nenhum poder terias contra mim, se não te fosse dado do alto” [26].

Rogando para não cair em tentação, lembramo-nos de nossa fraqueza e miséria, e não nos exaltarmos insolentemente, considerando orgulhosamente algo como nosso, não julgaremos nossa glória a confissão do martírio. Pois, ensinando-nos a humildade, diz o Senhor: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” [27]. Antepõe, assim, a confissão humilde e submissa à prece, atribui tudo a Deus a fim de obteres da sua misericórdia o que pedires com temor e reverência.

Depois disto tudo, completando a oração, vem a petição final que, numa síntese brevíssima conclui todos os nossos pedidos e súplicas. Dizemos em último lugar: – “Livra-nos de todo o mal” abrangendo com esta palavra as adversidades que o inimigo possa maquinar contra nós neste mundo. Contra todas as tramas suas estaremos firmes e seguros se Deus nos livrar delas, se conceder seu auxílio aos que Lho suplicam e imploram. Tendo dito: “Livra-nos do mal”, nada mais resta a pedir, pois já pedimos, de uma só vez, a proteção de Deus contra o mal; conseguida essa proteção estamos seguramente guardados contra as maquinações do diabo e do mundo. Com efeito, que poderá temer no mundo se se tem a Deus por guardião?

 

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1 Jo 1,115.
2 Dt 33,9.
3 Mt 8,22.
4 15m 2,30.
5 lCor 6,19.
6 Lv 20,26; Pd 1,16.
7 1Cor 6,95.
8 Mt 25,34.
9 Mt 26,39.
10 Jo 6,38
11 lJo 2,15 ss
12 Jo 6,51.
13 Jo 6,53.
14 Lc 14,33.
15 Mt 6,34.
16 1Tm 5,7 ss.
17 Lc 20,20.
18 Mt 18,32
19 1Jo 1,8.
20 Mt 7,2.
21 Mt 6,14
22 Dn 1,1-2.
23 Is 12,255.
24 1Rs 1,14.
25 Jo 1,12.
26 Jo 19,11.
27 Mt 26,41.

 

 

Fonte: blog Espelho de Justiça – Texto revisto e  destaques acrescentados.

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