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STABAT MATER SPECIÓSA

(Estava a mãe bela ...)

STABAT MATER SPECIÓSA

Stabat Mater (“Estava a Mãe”, em latim) é uma sequentia católica do século XIII, atribuída ao franciscano Jacopone da Todi (c. 1230-1306); ou ao Papa Inocêncio III. Dois hinos do mesmo autor levam este título: o mais conhecido é o Stabat Mater Dolorosa, que narra as dores de Maria diante da morte do amado Filho. O outro é o Stabat Mater Speciósa, que narra as alegrias da Virgem Maria com o Nascimento de Jesus. A expressão Stabat Mater é mais utilizada para o primeiro caso.

O hino mais alegre, Stabat Mater Speciósa, ou Stabat do Berço, apareceu pela primeira vez em 1495, em uma edição dos poemas de Jacopone da Todi(*) que continha os dois hinos. A sequência Speciósa permaneceu esquecida até reaparecer em 1852, transcrita por Antoine Frédéric Ozanam(**) (cf. “Poètes Franciscains en Italie au Treizième siècle”, Paris, 1859, vol. 5, pp. 169-170) de um manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris (n. 7.785, fl. 109 v.), sendo, desde então, tida como um dos mais doces hinos em honra à Virgem Maria, e um dos sete grandes hinos latinos. Deu origem a várias canções natalinas.

EM PORTUGUÊS

Estava a Mãe bela
Junto à manjedoura, alegre,
Onde jazia o Menino.

Cuja alma alegre,
Feliz e fervorosa
Estava travessada de júbilo.

Ó, quão alegre e feliz
Estava aquela Imaculada
Mãe do Unigênito!

Que se alegrava e sorria,
Se regozijava, ao ver
O ínclito nascimento de Seu Filho.

Quem é que não se alegraria
Ao ver à Mãe de Cristo
Em tanta consolação?

Quem não se congratularia,
Contemplando a Mãe de Cristo
Brincando com o Filho?

Pelos pecados do seu povo
Viu a Cristo junto a um asno
E exposto ao frio.

Viu a seu doce Filho
Recém-nascido, adorado,
Em um vil estábulo.

Nascido Cristo em uma manjedoura,
Os Espíritos celestiais cantavam
Com imensa alegria.

Estava o ancião com a jovem esposa,
Sem falar, e sem palavras
Assombrado o seu coração.

Eia, Mãe, fonte de amor,
Sinto um forte ardor,
Fazei que o sinta convosco.

Fazei que o meu coração arda
No amor a Cristo Deus
Para a Ele agradar.

Santa Mãe, fazei isto,
Que vossos sofrimentos
Se fixem profundamente em meu coração.

Vosso Filho descido do Céu,
Se dignou nascer na manjedoura,
Que suas penas divida comigo.

Fazei-me, com verdadeira alegria,
Ao Menino Jesus estar unido,
Enquanto eu viver.

Que em mim esteja o vosso ardor,
O Menininho fazei-me gozar
Enquanto vivo no exílio.

Fazei (que seja) comum que o adorem,
Não me fazei imune,
A este desejo.

Preclara Virgem das Virgens
A mim já não sois amarga
Deixai-me abraçar o Menino.

Fazei que eu tenha a Sua fortaleza,
Que nascendo venceu a morte,
Querendo dar a Sua vida.

Fazei que me enche de Vós,
Que me inebrie com o Nascido,
Ante este feliz auspício.

Inflamado e ardente
Os sentidos desfalecem
Ante tal espetáculo.

Fazei que o Nascido me guarde,
Que o Cristo, o Verbo, me proteja,
E seja eu conservado pela Graça.

Quando meu corpo morrer,
Fazei que minha alma se regale
Com a visão gloriosa do vosso Filho.

Do manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris, constam mais duas estrofes:

Todos os amantes do estábulo
E os pastores vigilantes
Pernoitaram juntos.

Por virtude, nasceu Vosso
Rogai que os eleitos seus
Para a pátria voltem. Amém.

EM LATIM

Stabat Mater speciosa
Iuxta faenum gaudiosa,
Dum iacebat parvulus.

Cuius animam gaudentem
Laetabundam et ferventem
Pertransivit iubilus.

O quam laeta et beata
Fuit illa immaculata,
Mater Unigeniti!

Quae gaudebat et ridebat,
Exultabat, cum videbat
Nati partum inclyti.

Quisquam est, qui non gauderet,
Christi matrem si videret
In tanto solatio?

Quis non posset collaetari,
Christi Matrem contemplari
Ludentem cum Filio?

Pro peccatis suae gentis
Christum vidit cum iumentis
Et algori subditum.

Vidit suum dulcem Natum
Vagientem, adoratum,
Vili deversorio.

Nato, Christo in praesepe
Caeli cives canunt laete
Cum immenso gaudio.

Stabat, senex cum puella
Non cum verbo nec loquela
Stupescentes cordibus.

Eia, Mater, fons amoris
Me sentire vim ardoris
Fac, ut tecum sentiam.

Fac, ut ardeat cor meum
In amatum Christum Deum
Ut sibi complaceam.

Sancta Mater, istud agas,
Prone introducas plagas
Cordi fixas valide.

Tui Nati caelo lapsi,
Iam dignati faeno nasci,
Poenas mecum divide.

Fac me vere congaudere,
Iesulino cohaerere,
Donec ego vixero.

In me sistat ardor tui,
Puerino fac me frui
Dum sum in exilio.

Hunc adorem fac communem,
Ne me facies immunem,
Ab hoc desiderio.

Virgo virginum praeclara,
Mihi iam non sis amara,
Fac me parvum rapere.

Fac, ut portem pulchrum fortem,
Qui nascendo vicit mortem,
Volens vitam tradere.

Fac me tecum satiari,
Nato me inebriari,
Stantem in tripudio.

Inflammatus et accensus,
Obstupescit omnis sensus
Tali me commercio.

Fac, me Nato custodiri,
Verbo Dei praemuniri
Conservari gratia.

Quando corpus morietur,
Fac, ut animae donetur
Tui nati gloria. Amen.

Do manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris, constam mais duas estrofes:

Omnes stabulum amantes
Et pastores vigilantes
Pernoctantes sociant.

Per virtutem nati tui
Ora ut electi sui
Ad patriam veniant. Amen.

 

(Fonte: blog Thesaurus Precum – Tesouro de Orações Católicas Tradicionais)

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