VIRGEM IMACULADA DE LOURDES
“… Maria se curva com alguma predileção sobre alguns de seus filhos, não é, caros filhos e veneráveis irmãos, sobre os pequenos, sobre os pobres e sobre os doentes, os quais Jesus tanto amou? ‘Vinde a mim vós todos que estais cansados e onerados, e eu vos aliviarei’, parece ela dizer com seu divino Filho (Mt 11, 28). Ide a ela, vós a quem a miséria material esmaga, vós sem defesa ante os rigores da vida e a indiferença dos homens; ide a ela, vós a quem ferem os lutos e as provações morais; ide a ela, caros doentes e enfermos, que em Lourdes sois verdadeiramente recebidos e honrados como membros padecentes de nosso Senhor; ide a ela, e recebei a paz do coração, a força do dever cotidiano, a alegria do sacrifício oferecido. A Virgem imaculada, que conhece os encaminhamentos secretos da graça nas almas e o trabalho silencioso desse fermento sobrenatural do mundo, sabe de que valor são aos olhos de Deus os vossos sofrimentos unidos aos do Salvador. Podem eles grandemente concorrer, disso não duvidamos, para essa renovação cristã da sociedade que de Deus imploramos pela poderosa intercessão de sua Mãe. Que, a rogo dos doentes, dos humildes, de todos os peregrinos de Lourdes, Maria volva igualmente o seu olhar materno para aqueles que ainda permanecem fora do redil único da Igreja, para os congregar na unidade! Lance o seu olhar sobre aqueles que buscam a verdade e dela têm sede, para os conduzir à fonte das águas vivas! Percorra, enfim, com o olhar esses continentes imensos e essas vastas zonas humanas onde, infelizmente, Cristo é tão pouco conhecido, tão pouco amado, e obtenha para a Igreja a liberdade e a alegria de, em todos os lugares, sempre jovem, santa e apostólica, corresponder à expectativa dos homens! …” (Carta Encíclica Le Pèlerinage de Lourdes do Sumo Pontífice Papa Pio XII, 2 de Julho de 1957, excerto do parágrafo 20)
ORAÇÃO COMPOSTA PELO PAPA PIO XII
Dóceis ao convite de vossa voz maternal, ó Virgem Imaculada de Lourdes, recorremos a vossos pés junto da humilde gruta onde vos dignastes aparecer para indicar aos que se extraviam o caminho da oração e da penitência, e para dispensar aos que sofrem as graças e os prodígios da vossa soberana bondade. Recebei, ó Rainha compassiva, os louvores e as súplicas que os povos e as nações oprimidos pela amargura e pela angústia elevam confiantes a vós. Ó resplandecente visão do paraíso expulsai dos espíritos – pela luz da fé – as trevas do erro. Ó místico rosário com o celeste perfume da esperança, aliviai as almas abatidas. Ó fonte inesgotável de água salutar com as ondas da divina caridade, reanimai os corações áridos. Fazei que todos nós que somos vossos filhos, por vós confortados em nossas penas, protegidos nos perigos, sustentados nas lutas, nos amemos uns aos outros e sirvamos tão bem ao vosso doce Jesus que mereçamos as alegrias eternas junto a vosso trono no céu. Amém.
(Fontes: 1. citação da Carta Encíclica: https://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_02071957_le-pelerinage-de-lourdes.html; 2. oração: domínio público)