NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
(Segunda-feira na Oitava da Festa da Imaculada Conceição)
CADA ano, no princípio do Santo Advento, tempo de preparação para a grande festa do Natal surge diante dos nossos olhares num brilho sem par, a linda imagem da Imaculada Virgem Maria.
Lembramo-nos então, com o coração transbordante de reconhecimento, de como no próprio paraíso terrestre, depois da queda de nossos primeiros pais, depois do pecado que de Adão passou para todos os seus descendentes, e que envolveu a Humanidade inteira em trevas, já rompeu um raio de luz; raio esperançoso, que no decurso dos séculos ia crescendo e alastrando-se cada vez mais, até despontar afinal a Aurora rutilante e esplendorosa do dia eterno de nossa redenção. Esta Aurora é a Imaculada Mãe de Deus, cuja alma privilegiada, nunca manchada pela mínima nódoa de pecado, era desde o primeiro instante de sua existência, toda bela, toda pura, toda santa. Daí que a Igreja Católica na festa da Imaculada Conceição não cabe em si a alegria e convida a todos os seus filhos a rejubilarem com os Anjos do Céu: “Toda sois formosa, ó Maria, e nenhuma mancha há em Vós!”
❀ ❀ ❀
Nossa Senhora, concebida sem pecado, é o Princípio da regeneração humana, a Anunciadora do fim das tempestades e ameaças diabólicas, a Esperança infalível da Humanidade, pois em vista da nossa redenção foi-Lhe concedido tão único privilégio. O Filho de Deus não podia nascer senão de uma Mãe, sobre quem o demônio não teria a menor influência. Pela prerrogativa única da Imaculada Conceição é Maria Santíssima a Tábua de salvação no mar extenso e proceloso das nossas iniquidades; o Arco-Íris encantador, que nos garante bonança e tranquilidade; o suave Sorriso de Deus, prestes a ser aplacado, de sorte que sem a Virgem Imaculada não há perdão, não há vitória sobre o demônio, não há Bem-aventurado no céu. Deus quis que o Redentor do nascesse de uma Mãe, mas de uma Mãe de todo santa e imaculada.
☛ NOTA: Há diferença nas invocações da Imaculada Conceição e Nossa Senhora da Conceição. A primeira invocação diz respeito à celebração do dogma proclamado pelo Papa Pio IX, da Imaculada Conceição de Maria, embora já estivesse presente na fé cristã há muito tempo, pelo qual Maria foi preservada do pecado original em vista de sua missão de ser a mãe de Jesus. Já a invocação Nossa Senhora da Conceição (também antiga e anterior à proclamação do dogma), refere-se mais a Maria como modelo de mãe, de pessoa que concebe um filho, de conceição. (cf. https://www.a12.com/redacaoa12/espiritualidade/existe-diferenca-entre-imaculada-conceicao-e-nossa-senhora-da-conceicao)
(Fonte: opúsculo Maria Santíssima Títulos Pensamentos Fatos, Pe. Carlos de Meere, C.SS.R., Editora Angélica, 2ª edição/1958, pp. 17-18, excertos – Texto revisto e alguns destaques acrescidos)