O soneto do pobre diabo
Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,
E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;
Ele de eterno existe e é meu filho,
E eu nasci no tempo e sou sua mãe.
Ele é meu Criador e é meu filho,
E eu sou sua criatura e sua mãe;
Foi divinal prodígio ser meu filho
Um Deus eterno e ter a mim por mãe.
O ser da mãe é quase o ser do filho,
Visto que o filho deu o ser à mãe
E foi a mãe que deu o ser ao filho;
Se, pois, do filho teve o ser a mãe,
Ou há de se dizer manchado o filho
Ou se dirá Imaculada a mãe.
➱ NOTA DA FONTE: Em Avellino, na Itália, no ano de 1823, um menino analfabeto, de 12 anos de idade foi possuído pelo demônio. Durante o exorcismo, por mandato dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs em italiano um soneto teológico e perfeitamente construído. Conta-se que o Papa Pio IX chorou ao ler esse soneto.
(Fonte: in Salve Maria – Congregação Mariana da Imaculada Conceição e Santo de Ligório, Manaus/AM)