MAIO, MÊS DE MARIA

MAIO, MÊS DE MARIA (MEDITAÇÕES)

Vigésima Sétima Meditação

Virgem Imaculada Nossa Senhora das Graças

27º DIA

Marta é a voz que me chama

Deixa-me, filho, dar-te a conhecer o que faço em prol dos que se consagram a mim na forma em que te propus ontem.

I. Eu os fortaleço. Pois que tudo o que eles têm e tudo o que fazem me pertence, eu me empenho em que tudo seja bom.

Eles o sabem e contam que os acompanhe de perto, com uma assistência toda particular, na oração, no trabalho e no repouso; com, eles, quando têm de se sacrificar de qualquer modo; perto deles, para lhes fazer praticar continuamente uma virtude: ora a humildade, ora a submissão, ora a paciência. Alguns têm chegado, por efeito da graça e por hábito, a me verem a seu lado!

II. Eu os apresento a Jesus que de minhas mãos aceita suas obras e seus desejos por mais pobres que sejam, e que, depois de sua morte, os receberá a eles mesmos de minhas mãos e os introduzirá no Paraíso. Não sou eu a Mãe de Jesus? Jesus repeliria aquele que amou e serviu sua Mãe?

III. Eu lhes dou a paz, e como poderiam eles estar inquietos? Sendo bem (meu e minha propriedade, não devo protegê-los? Terão decepções, mágoas… eu lhes farei conhecer o seu valor.

Não devo defendê-los? Serão tentados, com certeza, mas, como terão tomado o hábito de invocar-me, virei sempre em seu auxílio; suas quedas, se algumas vezes se olvidarem de chamar por mim, serão menos humilhantes; cometerão ainda faltas, mas hão de saber levantar-se prontamente. Aquele que se consagrou realmente a mim, poderá errar materialmente e se enganar, é homem, mas há de reconhecer bem cedo sua falta. Não se obstinará; há de tornar a Deus.

A base dessa doação é a submissão e a humildade.

Não te sentes Inclinado a te consagrar a mim?

EXEMPLO

O toque do Ângelus evita um homicídio

Não era mau o mestre Antônio; tinha uma esposa modelar e uma coroa de encantadoras crianças ornava-lhe a casa. Mas pesava sobre mulher e filhos urna constante apreensão, pois, Antonio vivia debaixo do jugo do vicio da caça furtiva, proibida severamente pela lei.

Um dia foi preso em flagrante e condenado, à prisão de 3 meses.

Enquanto a mulher e filhos rogavam em casa pela conversão do esposo e pai para que a graça divina o confortasse e lhe desse o inalterável propósito de se livrar da paixão, — na prisão, o detido só pensava em. vingança; o guarda-floresta que o denunciara havia de pagar-lhe!

De volta ao lar, cedeu primeiro às instâncias da esposa é dos filhos, — mas em companhia de seus antigos companheiros de caça, não resistiu. Novamente se entregou à sua paixão. O guarda-floresta notava-o bem, e redobrava sua vigilância, a fim. de livrar seu dono das perdas sensíveis que os caçadores furtivos lhe traziam. Antônio por sua vez, procurava encontrar-se com o guarda-floresta, para vingar-se. A bala de’ sua arma certeira havia de rasgar o coração do inimigo.

No próximo domingo, Antônio faltara à Missa. O guarda, que logo ficou desconfiado, deu a ronda pelo distrito. Antônio mal o avistou, levantou a arma certeira contra o seu inimigo, quando da torre da matriz se ouviu o toque das Ave Marias. Vendo o guarda rezar, a arma lhe caiu das mãos; rezou também e, tocado pela graça de Deus, renunciou à vingança e aproximou-se do adversário pedindo-lhe o perdão e a amizade.

(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)

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