MAIO, MÊS DE MARIA
MAIO, MÊS DE MARIA SANTÍSSIMA
MAIO, MÊS DE MARIA SANTÍSSIMA
MARIA, GUIA E MODELO
Refugio-me sob o vosso patrocínio, ó Maria, sede a guia e o modelo da minha vida interior.
1 – Mês de Maio, mês de Maria, espontaneamente todos os corações cristãos se voltam para a Mãe celeste com o desejo de viver numa maior intimidade com Ela e de reforçar cada vez mais os vínculos que a Ela os ligam. É um grande conforto encontrar, ao longo do nosso caminho espiritual – muitas vezes penoso e cheio de dificuldades – a suave figura de urna Mãe. Estar-se tão bem junto da Mãe! Com Ela tudo se torna mais fácil; o coração desanimado e cansado, o coração agitado pelas tempestades, encontra nova força e nova esperança e retoma o caminho com novas energias. «Se os ventos das tentações se levantam – canta S. Bernardo – se te feres contra os escolhos das tribulações, olha para a estrela e chama por Maria. Nos perigos, nas angústias, nas perplexidades, pensa em Maria: invoca Maria». Em certos momentos o áspero caminho do «nada» assusta a nossa miséria e então, mais do que nunca, temos necessidade de um amparo, do amparo da Mãe. Primeiro do que nós, percorreu Maria Santíssima o caminho estreito e apertado que conduz à santidade, transportou a cruz, conheceu as ascensões do espírito através do sofrimento. Por vezes não ousamos fixar os olhos em Jesus, o Homem-Deus, porque, pela Sua divindade, sentimo-lO muito acima de nós; mas junto d’Ele está Maria, a Sua e nossa Mãe, criatura privilegiada, mas criatura como nós, e por isso modelo mais acessível à nossa fraqueza.
Durante este mês, Maria vem ao nosso encontro para nos tomar pela mão, para nos introduzir no segredo da Sua vida interior e tornar-se assim o modelo e a norma da nossa vida.
2 – Santa Teresa do Menino Jesus, falando de certos sermões sobre Maria Santíssima, dizia: «Apresentam a Santíssima Virgem como inacessível, seria necessário propô-la como imitável» (NV. 23- VIII). É verdade que Maria é inacessível nos altíssimos privilégios que coroam a sua divina maternidade, e é justo considerar tais privilégios para admirar, contemplar e louvar as grandezas da nossa Mãe e enamorarmo-nos cada vez mais d’Ela; mas, ao mesmo tempo, é preciso considerar Maria no quadro concreto da sua vida terrena, quadro humilde e simples que não sai fora da vida ordinária, comum a toda mãe de família, e sob este aspecto Maria é verdadeiramente imitável. Contemplar as grandezas de Maria, estimular-nos a imitar as suas virtudes, serão o programa do nosso mês de Maio. Acima de tudo queremos considerar a Virgem como modelo e ideal das almas de vida interior. Ninguém, como Ela, compreendeu toda a profundidade da palavra de Jesus: «uma só coisa é necessária» (Lc. 10, 42), e ninguém mais do que Ela viveu esta palavra. Desde os primeiros instantes da sua vida, Maria foi toda de Deus e não viveu senão para Ele. Consideremos os anos passados à sombra do templo no silêncio e na oração, os meses vividos em Nazaré no recolhimento, adorando o Verbo Encarnado no seu seio, os trinta anos passados na doce intimidade de Jesus, seu Filho e seu Deus, a participação na Sua vida apostólica, na Sua Paixão e, finalmente, os últimos anos passados junto de João, quando, com a sua oração, Maria era o amparo da Igreja nascente.
Embora mude de aspecto o ambiente em que se move e age, embora mudem as circunstâncias externas no meio das quais vive, a vida de Maria permanece imutável na sua substância, na busca interior do «único necessário», na adesão a Deus só. A sucessão dos acontecimentos e a sua própria atividade exterior não a impedem de perseverar naquela atitude de incessante oração, como no-la apresenta S. Lucas: «Maria conservava todas estas coisas [os mistérios divinos] meditando-as no seu coração» (2, 19).
Se, à imitação de Maria, o nosso coração estiver fortemente ancorado em Deus, nada o poderá distrair da sua ocupação interior: procurar o Senhor, amá-lO e viver na Sua intimidade.
Colóquio – «ó minha alma, acaso receias aproximar-te de Deus? Ele deu-te Jesus por Mediador. Que coisa não poderá obter-te do Pai um tal Filho? O Pai, que O ama, ouvi-lo-á pelo amor que Lhe tem. E tu tens medo de te aproximar ainda d’Ele? Ele, no entanto, fez-Se teu irmão, teu companheiro e quis sofrer todas as humilhações da natureza humana, exceto o pecado, justamente para Se compadecer das tuas misérias; foi Maria quem te deu este Irmão. Talvez a Sua divina Majestade te atemorize ainda, pois que, embora sendo homem, Jesus não deixa de ser Deus. Queres então um advogado junto d’Ele? Recorre a Maria. Maria é uma pura criatura, não só porque isenta de pecado, mas também pela sua natureza unicamente humana. Ó Maria, estou certo de que vós sereis ouvida, atendendo à deferência que mereceis; o Filho ouvir-vos-á certamente porque sois a sua Mãe e o Pai ouvirá o Filho. Eis a minha confiança inabalável, eis o motivo da minha esperança! Virgem bendita, o Anjo disse que vós encontrastes graça junto de Deus. Sempre encontrareis graça, e só de graça eu tenho necessidade e só graça Vos peço.» (cfr. S. Bernardo).
«Atraí-me, ó Virgem Maria, a fim de que corra ao odor dos vossos perfumes. Atraí-me, porque estou retido pelo peso dos meus pecados e pela malícia dos vossos inimigos. Como ninguém vai ao vosso Filho se o Pai o não atrai, assim, de certo modo, eu ouso afirmar que ninguém vai a Ele se vós não o atraís com as vossas santas súplicas. Vós ensinais a verdadeira sabedoria, vós impetrais a graça para os pecadores, vós sois a sua advogada, vós prometeis a glória a quem vos honra, pois sois a tesoureira das graças. Vós encontrastes graça junto de Deus. Ó dulcíssima Virgem, vós que fostes preservada da mancha original, cheia do Espirito Santo, e concebestes o Filho de Deus. Recebestes todas estas graças, ó humilíssima Maria, não só para vós, mas também para nós, a fim de que nos assistais em todas as nossas necessidades» (cfr. Ven. Giordano).
☞ NOTA: Nesta mesma categoria, “MAIO, MÊS DE MARIA”, nosso(a) irmão(ã) encontrará meditações e orações para cada dia deste Mês Mariano.
(Fonte: livro Intimidade Divina Meditações Sobre a Vida Interior para Todos os Dias do Ano, Pe. Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD, Edições Carmelitanas, Porto-Portugal, 2ª edição/1967, pp. 658-661 – Texto revisto e atualizado)