FESTA DO SANTÍSSIMO CORPO DE DEUS
A festividade do Corpo de Deus é a solene comemoração da instituição do Santíssimo Sacramento do Altar. Agradecemos e louvamos neste dia o amor de Jesus pelo dom inefável da Eucaristia. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas á lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite expansões de alegria.
A santa Missa composta pelo insigne teólogo e poeta, Santo Tomás de Aquino, é uma explicação das palavras da Sequência — Panis vivus et vitalis — Pão vivo e que dá vida. Dela fazem parte os trechos mais importantes da Sagrada Escritura sobre a Eucaristia (Epístola e Evangelho). No Introito agradecemos pelo alimento do céu, a Eucaristia. Ela é para nós “fiorde trigo” e “mel do rochedo”, isto é, o Cristo, a lembrança de sua Paixão e de seu Amor (Oração). Celebrando a santa Missa anunciamos a morte do Cristo. E sob este aspecto, a Eucaristia é um verdadeiro Sacrifício (Epístola) e alimento sobrenatural (Gradual, Evangelho), símbolo da união e paz entre os fiéis (Secreta), e penhor da união com Deus (Communio). “Omnes in Christo unum”, “Todos somos um só (Corpo místico) em Jesus Cristo”.
Sequência da Santa Missa
Sião, louva o Salvador,
Louva o teu guia e pastor,
Nos teus hinos, nos teus cantos.
Tanto podes, tanto ouses.
Em louvá-lo não repouses:
Sempre excede o teu louvor.
Louva o tema especial:
O pão vivo, o pão vital,
Que hoje te é proposto.
O qual da ceia na mesa,
Foi dado, temos certeza,
À turba dos doze irmãos.
Seja pleno, seja forte,
Sonoro no seu transporte,
O eterno louvor da mente.
É hoje a solene festa,
Que nos recorda o que atesta
A sagrada instituição.
Na mesa do Novo Rei,
A Páscoa da nova lei
Põe um fim à Fase antiga,
A sombra foge à verdade.
A velhice à novidade,
A luz elimina a noite.
O que o Cristo faz na ceia,
Manda à turba que O rodeia
Fazê-lo em sua memória.
Herdeiros da tradição,
A hóstia da salvação,
Pão e vinho, consagramos.
Dado é um dogma ao cristão:
Em carne se muda o pão.
O vinho se muda em sangue.
Aquilo que tu não vês,
Pela fé, que o afirma crês,
Superando a natureza.
Sob espécies diferentes,
Sinais apenas, latentes,
Se ocultam coisas eximias.
Alimento verdadeiro.
Permanece o Cristo, inteiro,
Quer no vinho, quer no pão.
Não o parte quem celebra,
Não o rompe quem o quebra,
Mas inteiro é recebido.
Um come. Mil comem dele.
Quanto estes, tanto ele.
Nem comido se consome.
Comungam, justo e perverso,
Mas seu destino é diverso,
Pois recebem vida e morte.
Morte do mau; do bom vida:
Vê como a mesma comida
Produz efeitos contrários.
Se é partido o sacramento :
Não vaciles um momento:
Tanto está no fragmento,
Como no todo encerrado.
O Corpo não é partido;
Só o símbolo é rompido.
Mas não é diminuído,
Nem se muda o que contém.
Eis o pão que os Anjos comem.
Transformado em pão do homem ;
Só os filhos o consomem:
Não seja lançado aos cães.
Em tipos prefigurado.
Foi em Isaac imolado;
No Cordeiro aos pais foi dado,
E, no deserto, em maná.
Bom Pastor, pão de verdade,
Piedade, Jesus, piedade.
Guardai-nos na caridade,
Transportai-nos à cidade,
Onde os vivos Vos contemplam.
Vós que a tudo sustentais,
Que aos homens apascentais,.
Fazei a nós comensais,
Coerdeiros imortais,
Dos santos concidadãos.
Amém. Aleluia.
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(Fonte: Traduções e comentários extraídos do Missal Quotidiano de D. Beda [1962], via Irmandade Nossa Senhora do Carmo)