CatolicismoRito Tradicional

VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR

Estação em Santa Maria Maior

VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR

Estação em Santa Maria Maior

ASPIRAÇÃO

Mandai, Senhor, Aquele que haveis de mandar. Vinde, Senhor Jesus, vinde sem mais tardar! Abri-vos, Céus, venha sobre nós o vosso orvalho!

No tempo do Advento, devemos, diz S. Carlos Borromeu, preparar-nos para receber o Filho de Deus, que deixa o seio do Pai e vem fazer-se homem e viver conosco.

Quem é aquele que vem? De onde vem?

Como e por amor de quem vem? Quais os fins de sua vinda e quais devem ser os frutos? Consideramo-lo e e chamemos por Ele como outrora os Justos e profetas do Antigo Testamento, aparelhemos, para recebê-lo, nosso coração, com o jejum, com a confissão e a comunhão (Act. Ecclesiae Mediol., p. 1012).

Santifiquemos o tempo do Advento, em obediência à Igreja: Eu sou a voz do que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas, já está o machado à raiz da árvore, bradava o o Batista aos Judeus e também os cristãos de todos os tempos. Por todos vem Cristo ao mundo, todos, pois, que o recebam. A Palavra do Precursor abalou a Judéia, e às bordas do Jordão acudiam os levitas, os sacerdotes, os publicanos, os pecadores de todas as condições, a pedir o batismo de penitência. Retumbam em nossos tempos as mesmas exortações; menos do que aqueles precisamos de penitência?

Menos do que eles deveremos temer ao Deus que hoje vem como Salvador, mas que há de vir como Juiz? Preparai vossos corações, eis que logo toda carne verá o Salvador enviado de Deus. (Lc. 3, 3-6).

Gratidão ao Redentor. Que era homem antes da Encarnação? Que seríamos sem ela? Pobres, cegos, escravos e vítimas do demônio, do pecado, do inferno. Quanto custou ao Filho de Deus resgatar-nos e livrar-nos, restituindo-nos os nossos direitos perdidos!

Um Deus reduzido à forma de escravo, sujeito a todas as misérias da triste humanidade, um Deus pobre, um Deus menino… que diz a tanto o nosso coração? Nós, que nos revelamos agradecidos pelo mínimo obséquio, não o seremos a Deus que a si próprio se nos dá?

Em todo o tempo está aberta a fonte das graça: mais abundantes, porém, correm estas nos dias de festas principais, dias de propiciação, em que toda a Igreja oferece a Deus as mais solenes homenagens, as mais fervorosas orações, as mais sinceras e copiosas lágrimas.

Para nos salvar nasce Jesus; mas só chegam suas graças aos corações bem preparados; pelas nossas disposições mede seus favores.

Ora, nada ou pouca coisa teremos que lhe pedir? Desçamos em nosso coração, consideremos nossa vida passada, nosso presente estado, nosso futuro, responder-nos-á o abismo da nossa miséria!

NOTA1: A vigília do Natal está impregnada da santa alegria. Não fossem os paramentos roxos, e julgar-nos-íamos já em plena solenidade. O Hodie scietis (“Hoje saberemos que o Senhor vai vir…), repetido com insistência, traduz a alegria da Igreja. O magno acontecimento, que ela se prepara para celebrar, situa-se, é certo, no passado, mas a vinda do Salvador é sempre atual pela Redenção que oferece aos homens de todos os tempos.

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1cf. Missal Romano Quotidiano, Latim-Português, Dom Gaspar Lefebvre e os Monges Beneditinos de S. André, traduzido pelos Monges Beneditinos de Singeverba com a colaboração do R. Côn. S. Martins dos Reis, Bíblica, Bruges-Bélgica, 1963, p. 39.

(Fonte: in GOFFINÉ Manual do Christão, Colégio da Imaculada Conceição, Rio de Janeiro/1925, pp. 251/252 – Texto revisto e atualizado)

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