Santo do Dia

19 DE MARÇO – SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ, CASTÍSSIMO ESPOSO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA E PATRONO UNIVERSAL DA SANTA IGREJA

Grandezas e glórias de São José.

19 DE MARÇO – SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ, CASTÍSSIMO ESPOSO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA E PATRONO UNIVERSAL DA SANTA IGREJA

GRANDEZAS E GLÓRIAS DE SÃO JOSÉ

Último dos Patriarcas e Príncipe da Casa Real de Davi, São José é o elo mais qualificado entre o Antigo e o Novo Testamento. Sua festividade é celebrada pela Igreja no dia 19 de março.

Numa aparição a Santa Margarida de Cortona (1247-1297), Nosso Senhor lhe recomendou: “Testemunhai todo dia, com um tributo de louvor, vossa respeitosa devoção à bem-aventurada Virgem Maria e a São José, meu pai nutrício”.1

A Santo Antônio Maria Claret (1807-1870), grande apóstolo da devoção a Nossa Senhora e fundador da Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria ou Claretianos, atribui-se a sublime recomendação: “Seja muito devoto de São José, e acuda a ele com confiança”.2

Santa Teresa de Ávila afirma em sua autobiografia: “Tomei por advogado e senhor o glorioso São José, e muito me recomendei a ele. Claramente vi que desta necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter”.3

Isso nos incita a ter uma devoção muito grande e uma confiança sem limites na intercessão do Casto Esposo de Maria.

Este artigo não tem outra finalidade senão a de oferecer alguns dados que nos ajudem a compreender melhor o papel singular do Patrono da Santa Igreja.

Desenvolvimento da devoção a São José

Embora a devoção a São José tenha começado relativamente tarde na Igreja, por inspiração do Divino Espírito Santo ela encontrou depois um desenvolvimento extraordinário, tornando-o um dos santos mais populares do universo católico.

Segundo São Mateus, São José era um varão justo e adornado de todas as virtudes.

Mas nem sempre foi assim. No início da Igreja, por exemplo, apesar de todo o papel de São José no mistério da Encarnação e da Salvação, bem como de seu convívio com Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima durante sua vida mortal em Nazaré, ele não gozava de qualquer culto. Pois na Igreja primitiva se cultuavam principalmente os mártires.

Vieram depois as grandes heresias, que dividiram a Esposa Mística de Cristo nos cinco primeiros séculos. Em meio às disputas doutrinárias, a Igreja preocupou-se mais em afirmar a divindade de Cristo Senhor Nosso e seu papel no seio da Santíssima Trindade. Mesmo os grandes privilégios da Santíssima Virgem mal eram estudados então.

Assim, como se podia interpretar, por exemplo, o papel de São José na Sagrada Família, e seu matrimônio com a Virgem Santa, não estando ainda bem definida a concepção virginal de Jesus? Era preciso primeiro que ficasse bem clara e sólida na Igreja a divindade de Cristo e a virgindade de Maria Santíssima, antes que os teólogos tivessem condições de estudar o papel do santo Patrono dos Moribundos na economia da Redenção.

Entretanto, os Padres da Igreja falavam de São José. Mas incidentalmente. Razão pela qual a Teologia de São José encontra visíveis e frequentes traços nos escritos dos Padres orientais e ocidentais desde os primeiros séculos do cristianismo. Mas todos falaram de São José de um ponto de vista mais teológico que devocional.

Expansão da “Josefologia” na Igreja e no mundo

Foi só na Idade Média que a devoção ao santo Chefe da Sagrada Família começou realmente a se desenvolver. Contribuíram muito para isso os Padres Carmelitas vindos do Oriente, que pregavam a devoção ao Pai Putativo de Jesus.

Porém, a primeira Teologia de São José que merece verdadeiramente o nome de Josefologia apareceu somente com Frei Isidoro de Isolano (+1522), da Ordem dos Pregadores, o qual, como diz o Cardeal Aleixo Maria Lepicier, foi o primeiro que expôs a doutrina de São José com ordem e método escolástico.

Os grandes santos da Contra-Reforma impulsionaram e propagaram depois essa devoção.

Já citamos a grande Santa Teresa de Ávila, que dedicou 11 dos 18 conventos por ela fundados ao Casto Esposo de Maria. Menos conhecido é o papel de São Francisco de Sales na propulsão dessa devoção. E ele o fez com vigor, dedicando ao Zeloso Defensor de Jesus Cristo, por exemplo, bem como a Nossa Senhora, o seu célebre livro Tratado do Amor de Deus. Assim ele se dirige a Ela na “Oração Dedicatória” desse magistral livro: “Ó Mãe gloriosa, como contemplar a vossa majestade sem ver aquele que vosso Filho quis tantas vezes, por amor de Vós, honrar com o título de Pai, tendo-vos ligado a ele, para ser o vosso auxiliar e cooperador no cargo da direção e da educação da sua divina infância?”.4

No século XVIII, São Leonardo de Porto Maurício (+1751) e Santo Afonso Maria de Ligório (+1787), com muitos outros teólogos, pregadores e missionários, também propagaram a devoção ao Guarda das Virgens.

Nos tempos modernos, praticamente todos os Papas, a começar por Pio IX, enalteceram as virtudes e os privilégios do “Patrono da Igreja Universal”. Leão XIII dedicou-lhe sua encíclica Quamquam pluries, de 15 de agosto de 1889, que contém a mais profunda e densa doutrina sobre esse santo, que é chamado em sua Ladainha de Terror dos demônios.

Dos grandes teólogos de São José de nossos dias citamos Frei Bonifácio Llamera, O.P., que com sua Teología de San José aprofundou ainda mais a Josefologia. Devido à importância dessa obra, ela é citada abundantemente neste nosso trabalho.

São José, Patrono Universal da Santa Igreja.

Quatro afirmações que resumem a Teologia de São José

Em seu trabalho, Frei Llamera mostra que os Evangelistas discorreram pouco sobre São José. E que “todos os dados que as Sagradas Escrituras nos dão sobre o santo Patriarca se resumem em quatro afirmações:

São José é o esposo da Virgem Maria: ‘Maria, a Mãe de Jesus, estava desposada com José, o carpinteiro’ (Mt 1, 18-25; Lc 2, 5);

Por isso, José era considerado por todos como pai de Jesus, Filho eterno de Deus feito homem nas entranhas de Maria, não por obra de José nem de varão algum, mas por obra do Espírito Santo (Lc 2, 42; 3, 23; Mt 13, 55);

José exercia o ofício e tinha os cuidados do pai de família em relação a Jesus e Maria, os quais, por sua vez, lhe estavam sujeitos como sua legítima cabeça (Lc 2, 51);

Por fim, José, observa São Mateus, era um varão justo, adornado de todas as virtudes (Mt 1, 19).

“Eis aqui as afirmações soltas na Sagrada Escritura”, conclui ele. E pergunta: “Dizem pouco? Digamos mais bem que, em poucas palavras, dizem muito. Acaso temos meditado nos títulos de glória que encerram estas afirmações breves e simples?”.

E argumenta: “É verdade que os Evangelistas mencionam pouco São José nos Evangelhos. Mas eles também pouco disseram da Santíssima Virgem. Entretanto, ao chamá-la Mãe de Deus — Maria, de quem nasceu Jesus, compendiaram todas as suas glórias neste só título”.

“Do mesmo modo — conclui o teólogo espanhol — resumiram toda a santidade, as virtudes e os privilégios de São José no título de Esposo da Virgem. Nessas duas palavras, entretanto, estão contidos louvores quase infinitos. Toda a Teologia de São José (ou Josefologia) tem, pois, um fundamento primeiro e principal no matrimônio que o liga a Maria, a Mãe de Cristo”.5

São, portanto, dois os princípios em que se apoia toda a Teologia de São José:

— Sua união com a Virgem Maria pelo matrimônio;

— Seu ministério paternal em relação a Jesus Cristo.

São José, segundo os Evangelhos, a Tradição e outros documentos

— Príncipe da Casa Real de Davi

Segundo a língua do país, José significa crescimento, aumento. Pelo que exclama São Bernardo: “Vós podeis conjeturar que personagem foi São José a partir apenas da interpretação de seu nome, que quer dizer aumento”.

Do seu nascimento temos apenas as palavras de São Mateus: “E Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo” (Mt 1,16). Jacó foi, pois, o pai do Casto Esposo de Maria. De sua mãe, nada se sabe.

Onde nasceu São José? Alguns apontam para Belém. Outros para Nazaré, onde desposou Maria e onde se deu o inefável mistério da Encarnação.

Por outro lado, sabemos que, de acordo com as profecias relativas à pessoa do Messias, Cristo Jesus nasceria da tribo de Judá e da descendência de Davi. Jesus, tanto por Maria, sua mãe, quanto por José, seu pai legal, é filho de Davi. São José era Príncipe da Casa Real de Davi.

Assim, em face da história, São José foi o último florão da raça real de Judá; nele, como em Maria, correu a última gota do sangue real de Davi. É por isso que Jesus, segundo haviam anunciado os profetas, é o Filho de Davi.

Último dos Patriarcas, São José é o elo mais qualificado entre o Antigo e o Novo Testamento.

— Infância e adolescência segundo os “apócrifos”

Os evangelhos apócrifos — isto é, não aceitos pela Igreja no Cânon dos Evangelhos — dão a José até mesmo um parentesco próximo com a Virgem Maria. Segundo a Venerável Maria de Ágreda, “José descendia de Davi por Salomão, e Maria dele descendia por Natan. Jacó, pai de São José, era irmão de Santana, mãe da Santíssima Virgem Maria”.6 Mas nada há nos Evangelhos canônicos que corrobore tal afirmação.

Já a beata Ana Catarina Emmerich fá-lo o terceiro entre seis irmãos. Segundo ela, em sua infância, José era “de natureza muito distinta à de seus irmãos. Era inteligente e aprendia muito bem, apesar de ser simples, ameno, piedoso e sem ambição. Seus irmãos o faziam vítima de toda classe de travessuras, e o maltratavam de vez em quando”. Era contemplativo e muito piedoso. Segundo a vidente, “os pais de José não estavam muito satisfeitos com ele. Teriam querido que empregasse seu talento em conquistar para si uma situação no mundo; mas não era esta sua aspiração. Seus pais achavam-no demasiado simples e uniforme, amando somente a oração e o trabalho manual”.

Sempre segundo Ana Catarina, quando ele tinha cerca de 20 anos, para evitar a perseguição e a zombaria de seus irmãos, saiu de casa, trabalhando em diversas cidades como aprendiz de marceneiro ou carpinteiro, até dominar a profissão e estabelecer-se em Nazaré.7

O que leva Charles L. Souavay a afirmar: “São José, com efeito, era um tekton, como lemos em São Mateus (13,55) e São Marcos (6,3). A palavra significa tanto mecânico [ou trabalhador manual] em geral como carpinteiro em particular. São Justino emprega o segundo sentido, e a tradição aceitou essa interpretação”.8

— O bastão florido

Há um evangelho apócrifo, o Proto-evangelho de São Tiago, que se refere à Santíssima Virgem educada no Templo desde os três anos de idade. Órfã de pai e mãe, chegando à idade núbil, o Sumo Sacerdote procurou entre os jovens da estirpe de Davi um para seu esposo. Convocou para isso todos os jovens descendentes do Rei-Profeta e, entre eles, São José. Como o profeta Isaías tinha predito que “sairia uma vara do tronco de Jessé, e uma flor brotaria de sua raiz” (Is 11,1). Tal profecia fez com que todos os pretendentes depositassem um bastão no altar da propiciação. O que florisse indicaria o mais digno da mão de Maria. Quando amanheceu, o bastão de São José estava coberto de lírios, símbolo de sua pureza. Foi ele assim o escolhido. Donde a tradição, na piedade católica, de representar São José com um ramo de lírios na mão.

Nas visões de Sóror Maria de Ágreda e de Ana Catarina Emmerich também aparece esse bastão florido.

— O matrimônio com a Virgem

Para entender bem o que o Evangelho narra a respeito do casamento de Maria e José, é necessário ter presente algumas noções de como na época ele era realizado entre os judeus.

O matrimônio constava de dois atos principais a que se poderia chamar de esponsais (ou desponsório) e de núpcias.

“Os desponsórios não eram, como entre nós, uma promessa de futuro matrimônio (como é o noivado), mas um verdadeiro e perfeito contrato matrimonial […] A este contrato matrimonial seguiam-se — depois de um intervalo aproximado de 12 meses se a esposa contraía pela primeira vez o matrimônio, ou de um mês se se tratava de uma viúva — as bodas públicas e solenes, que essencialmente consistiam em conduzir a esposa entre música e algazarra popular para a casa do esposo. Era a cerimônia complementar do contrato matrimonial”.9

Assim, já pelos esponsais a mulher passava do poder do pai para o do marido, embora continuasse a viver na casa paterna. Portanto, se depois do desponsório a mulher se casasse ou tivesse comércio com outro homem, era considerada adúltera, podendo o marido dar-lhe o libelo de repúdio, o que faria com que pudesse ser punida com a morte por apedrejamento, pena reservada às adúlteras.

Mas, perguntam-se os exegetas, o casamento de São José com a Virgem Maria se realizou antes ou depois da Anunciação?

E concordam em que, no momento da Anunciação, Nossa Senhora estava desposada com São José, porém não havia ainda sido levada para sua casa. Isto é, não se tinham realizado as núpcias propriamente ditas. Elas só ocorreram três meses mais tarde, quando Maria Santíssima voltou a Nazaré, depois da visita a Santa Isabel. É por isto que, quando o Anjo esclareceu São José sobre a maternidade divina de Maria, disse-lhe: “Não temas receber em tua casa Maria” (MT 1, 20).

O matrimônio de São José e Nossa Senhora.

“Nesta suposição, comumente admitida — escreve o eminente exegeta Pe. José Maria Bover —, não há dúvida de que o relato de São Mateus deixa no ânimo a impressão de que José, ao conhecer a maternidade de Maria, só estava desposado com ela, e aquilo que o Anjo lhe ordena é precisamente a celebração das bodas ou núpcias. Com efeito, começa o relato consignando os simples desponsórios: ‘Desposada sua mãe Maria com José…’. Logo diz o Anjo: ‘Não temas tomar contigo Maria tua mulher…’. O que São José cumpre à letra quando, ‘despertado do sono, tomou consigo sua mulher’; tal não parece ser outra coisa que a conclusão da boda, na qual o esposo tomava consigo a esposa e a levava para sua casa”.10

São Jerônimo expõe três razões pelas quais Deus quis que Maria, Mãe de Jesus, se casasse:

— Para que a genealogia de José, de quem Maria era parente próxima, servisse também para demonstrar a origem real da esposa: os descendentes de Davi deviam casar-se no âmbito do parentesco (Num. 36,8);

— Para que a Virgem não fosse acusada de adultério e condenada a ser apedrejada, como ordenava a lei de Moisés, se concebesse e não estivesse casada;

— E, por fim, para que tivesse a proteção do esposo durante a fuga para o Egito.11

Sobre o compromisso de José e Maria de conservarem a sua virgindade, comenta o grande pregador francês Jacques-Benigne Bossuet, seguindo Santo Agostinho: “A fidelidade deste matrimônio consiste em cuidarem ambos da perfeita integridade que haviam prometido. São duas virgindades que se unem para conservar-se reciprocamente. Tal é a união deste matrimônio, mais sólido que qualquer outro, porque as promessas intercambiadas são tanto mais invioláveis quanto mais santas”,12 pois não só Maria, mas também São José, teria feito o voto de virgindade, segundo afirma São Jerônimo em sua controvérsia com Helvídio: “Tu dizes que Maria não permaneceu virgem. Eu, pelo contrário, vindico, ademais, que o mesmo José foi virgem por Maria, para que de um conúbio virginal nascesse um filho virgem. […] Posto que foi mais custódio que marido de Maria, conclui-se que permaneceu virgem com Maria e que mereceu ser chamado pai do Senhor”.13

Pelo que pergunta São Pedro Damião, o grande santo do século XI: “Ignorais que o Filho de Deus teve em tal estima a pureza do corpo, que a castidade conjugal não foi suficiente a seus olhos, mas que Ele quis se encarnar no seio de uma virgem? E não era ainda suficiente; não somente sua mãe foi virgem, mais ainda, tal é a fé da Igreja, aquele que foi olhado como seu pai era igualmente virgem”.14

Matrimônio perfeito, embora sem prole

Uma pergunta se põe: o matrimônio entre Maria e José foi um casamento perfeito, não havendo nele um de seus fins específicos, que é a prole? Santo Tomás responde que é teologicamente certo que o matrimônio entre São José e a Virgem Maria foi verdadeiro e perfeito quanto à essência ou primeira perfeição, mas não quanto ao uso do mesmo, pois não coabitaram. E afirma: “A prole não é efeito do matrimônio só enquanto por ele engendrada, senão também enquanto nele é recebida e educada. E, neste sentido, não em outro, foi aquela prole (Cristo) fruto deste matrimônio. […] Este matrimônio foi especialmente ordenado para receber e educar aquela prole”.15

Santo Tomás de Aquino observa ainda as conveniências desse casamento: nenhuma dúvida deveria surgir, por mais ligeira que fosse, à honra do filho e à da mãe; se alguma vez essa honra estivesse em causa, José, a testemunha mais autorizada, estaria lá para atestar sua integridade; enfim, Jesus e Maria encontravam em José ajuda em sua fraqueza.16

— Velho ou varão no vigor da idade?

Que idade tinha São José ao se casar com Maria Santíssima?

O erudito Frei Isidoro de Isolano, em seu profundo livro sobre São José, apresenta três opiniões correntes na época a respeito: uma propunha que o casto esposo de Maria deveria ser jovem, formoso e adornado de todas as virtudes; outra, que era um velho barbado e um tanto disforme. Finalmente, a terceira sustentava um meio termo: São José passaria da juventude e se aproximava da idade varonil; seria forte e dotado de firmeza, digno em seu físico. Frei Isidoro inclina-se pela última opinião. 17

Essa representação de um São José ancião com ares de vovô aparece num outro apócrifo, História de São José o Carpinteiro, o qual afirma que o Patrono da Igreja Universal, quando tinha 40 anos, contraiu matrimônio com Melcha ou Escha, da qual teve seis filhos, sendo o mais novo deles Tiago, que não é outro senão o Apóstolo Tiago Menor, primeiro bispo de Jerusalém e “irmão do Senhor”. Viúvo, casou-se em segundas núpcias com a Santíssima Virgem na idade provável de 90 anos.18

Isso foi aceito por alguns, pois, pela idade de José, tornava-se mais fácil afirmar que Maria permaneceu sempre virgem; e, tendo José já filhos, obviaria a questão dos irmãos de Jesus, de que fala o Evangelho, pois seriam seus filhos do primeiro casamento.

Ora, São Jerônimo revolta-se contra isso que chama de “delírio dos apócrifos”, pois há uma explicação bastante mais simples do que essa ficção histórico-teológica para explicar esses “irmãos de Jesus”: a língua hebreia era muito pobre e, com o termo “irmãos” indicava as mais distintas formas de afinidade e parentesco. Basta ter um pouco de familiaridade com a linguagem bíblica para dar-se disso conta.

Sóror Maria de Ágreda está de acordo em que São José, ao tempo de seu casamento, tinha 33 anos. Ela escreve: “Ele 33 anos, um rosto agradável, de uma modéstia incomparável e de uma vida irrepreensível aos olhos de Deus e dos homens”.19

A iconografia dos primeiros séculos do Cristianismo, com efeito, apresentava Maria como uma jovem de 15 anos e José como um robusto rapaz. Foi só mais tarde que, por várias considerações teológicas mal interpretadas, e sobretudo por influência dos apócrifos, se passou a apresentá-lo como o velho mostrado ainda hoje pela iconografia corrente.

Na Sagrada Família, autoridade exercida por quem é menos

Santo Afonso escreve: “Em Nazaré, síntese do mundo, São José manda e o Filho de Deus obedece. Esta obediência nos mostra a humildade do Salvador e a dignidade de José. Que dignidade maior que a de mandar naquele que manda em todos os reis? Josué maravilhou o mundo quando mandou o sol que se detivesse para dar-lhe tempo de terminar sua vitória, e foi obedecido. E não é então válido o paralelo entre Josué, a quem obedece o sol, criatura inanimada, e José, que se vê obedecido por Jesus Cristo, Filho de Deus vivo? Durante 30 anos Jesus Cristo o respeita e obedece como pai. De modo que, durante esses 30 anos, a contínua ocupação do Salvador foi obedecer a José. Em todo esse tempo, coube a José mandar e a Jesus obedecer”.20

É por isso que São José amou Jesus Cristo mais do que ninguém amou um filho ou um amigo. Ele via o Deus-Menino, abraçava-O, beijava-O, tomava-O em seus braços. Isso o levava a amá-Lo com um amor extraordinário, de que não fazemos sequer ideia.

Pelo que vem a propósito citar as palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Costuma-se representar, por exemplo, Santo Antonio de Pádua com um livro e o Menino Jesus sentado no livro. E o santo embevecido, porque o Menino Jesus esteve uns instantes em seus braços. E nós olhamos admirados para Santo Antônio: ‘Como ele é feliz por ter sido distinguido por essa honra sem nome!’ Ora, quantas vezes São José teve nos braços o Menino Jesus? Mais ainda: São José teve os lábios suficientemente puros e a humildade suficientemente grande para fazer essa coisa formidável: responder a Deus! Imaginemos a cena: o Menino Jesus para diante dele e diz: — ‘Peço-lhe um conselho; como devo fazer tal coisa?’ E o Patrono da Igreja Universal, mera criatura, sabendo que é Deus o interrogante, dá o conselho! Imagine-se, se for possível, um homem que teve bastante sabedoria e pureza para governar Deus e a Virgem Maria. Então compreender-se-á a sublimidade da virtude de São José”.21

Do mesmo modo escreve o Pe. Pedro Ribadeneira, discípulo e biógrafo de Santo Inácio de Loyola: “A dignidade e a excelência de São José foram tão grandes, que seria mister língua de Anjos para podê-las explicar. Porque, até onde pôde abaixar-se mais a dignidade de Deus do que em sujeitar-se a um pobre carpinteiro? E até onde pôde subir mais a dignidade e a soberania de um homem do que em mandar e ser obedecido por Deus? Nisto se encerra tudo o que se pode dizer dos privilégios, virtudes e excelências de São José, que sem dúvida foram tais quais deviam ser as de um varão santíssimo, que era esposo da Mãe de Deus e pai putativo de tal Filho!”22

São Lucas, depois de narrar o episódio da perda e do encontro de Jesus no Templo, diz que Ele “desceu com eles, foi a Nazaré, e era-lhes submisso (2, 51).

São Bernardo, a respeito dessa passagem, nos deixou uma interpretação cheia de incomparável suavidade: “Deus, a quem os Anjos obedecem, que ordena aos principados e às potestades, era submisso a Maria; não somente a Maria, mais ainda a São José por causa de Maria”.23

“Não é ele filho do carpinteiro?”

Jesus e José foram obrigados a ganhar o pão com o trabalho de cada dia como carpinteiros, numa pobre cidade sem muitos recursos. Assim, durante toda sua vida, fizeram um trabalho humilde, de forma humilde, que não lhes permitia a honra derivada de um trabalho de fino lavor, nem a riqueza derivada de seu esforço e fadiga. E essa pobreza e precariedade não eram certamente coeficientes de prestígio e honra em face dos seus concidadãos.

Trânsito de São José.

Os Padres da Igreja primitiva lembram a perseverança de São José e sua aplicação ao trabalho. E o Evangelho nos dá a entender que São José recorreu unicamente ao trabalho para suprir às necessidades da família.

Trânsito de São José

Quando morreu São José? Sobre isso nada consta nos Evangelhos, nem na Tradição, nem no consenso dos Santos Padres.

Mas a opinião mais comum entre os teólogos é assim expressa pelo Pe. A. Michel: “Porque Cristo, Homem-Deus, não devia levar uma vida oculta senão por algum tempo, convinha que José, ministro e companheiro dessa vida oculta, depositário do segredo no qual estava encerrado o mistério da Encarnação do Filho de Deus, desaparecesse da cena deste mundo antes que a palavra do Céu revelasse ao filho de Zacarias, no deserto, a presença do Messias prometido e anunciado. Também, na obscuridade mesma que havia cercado sua vida, José, continuando até o fim sua missão sublime, rendeu sem dúvida sua alma a Deus antes que Jesus se manifestasse aos homens como Homem-Deus. Assim, sendo tirado o véu que cobria o mistério da Encarnação, os homens podiam pouco a pouco habituar-se a imaginar Cristo sem pai segundo a carne”.24

Alguns dados evangélicos, porém, podem nos orientar com relativa segurança sobre o tempo em que o santo Patriarca deixou esta vida. Sua morte ocorreu quase com certeza antes da Paixão de Nosso Senhor e, com toda a probabilidade, antes do início de sua vida pública.

Sabemos que, nas Bodas de Caná, não se menciona São José. Ora, se ele estivesse vivo, certamente lá estaria com Jesus e Maria, e os Evangelistas não o deixariam de notar. Portanto, é de supor que tenha falecido antes disso.

O Evangelho, quando narra também o episódio em que Jesus estava pregando e alguém veio lhe dizer que sua Mãe e seus “irmãos” O procuravam, Ele responde: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam”. Não diz “meus pais são”, como normalmente diria se José estivesse vivo.

Finalmente, no alto da Cruz, Jesus moribundo confiou sua Mãe a São João Evangelista, que a partir de então a acolheu sob seu teto. Isto não se daria se São José fosse vivo.

Por outro lado, como é de se crer que Jesus e Maria ainda estivessem vivos quando ocorreu o trânsito de São José, certamente o assistiram no último momento. Por isso a tradição cristã o invoca como o padroeiro dos moribundos e da boa morte.

Diz Santo Afonso Maria de Ligório: “Assistido por seu filho Jesus e sua esposa Maria que estavam ao lado de seu pobre leito, consolado por tão sublime companhia, conservando até o fim uma calma celestial, saiu desta vida miserável. Como poderia ser amarga a morte para ele se morria entre os braços da Vida?”.25

Ao morrer, São José foi para o Limbo dos Justos à espera do /momento bendito em que Nosso Senhor, depois de sua Paixão e Morte, abriria as portas do Céu para aquelas almas santas. Supõe-se que São José tenha sido então o arauto que anunciou a todos os habitantes do Limbo o mistério da Encarnação do Filho de Deus e da Redenção.

Privilégios de São José

a) — Concepção imaculada?

São José teve tanta perfeição e santidade, que não há par na Igreja. Somente a bendita Virgem Maria lhe está acima. Eis o que a tal respeito escreveu o grande líder católico Plinio Corrêa de Oliveira: “São José era proporcionado a Jesus Cristo, era proporcionado à Sua excelsa Mãe. Quanta grandeza isso encerra! É tal a desproporção com o resto dos homens, que nós não podemos fazer ideia. É penetrar de tal maneira na alma santíssima de Nossa Senhora, é ter tal intimidade com o Verbo Encarnado, que o vocabulário humano não encontra palavras para exprimir adequadamente”.26

Tal foi, pois, a santidade de São José, que alguns lhe atribuem o privilégio singularíssimo de ter sido também concebido sem o pecado original, como sua celeste esposa, a Bem-aventurada Virgem Maria. Mas são poucos os teólogos que defendem essa tese.

b) — Purificado no seio materno?

Entretanto, outros teólogos, entre eles Santo Afonso de Ligório, defendem a tese de que, a exemplo de Jeremias e de São João Batista, se o Casto Esposo de Maria não foi concebido sem pecado, foi purificado no seio materno. Para isso alegam que o matrimônio entre São José e a Virgem Maria exigiria idêntico privilégio a ambos para que houvesse mais semelhança entre eles, não obstante a singular excelência da Mãe de Deus. Entretanto, teólogos posteriores, como o Cardeal Lambertini, afirmam que essa opinião carece de sólido fundamento em teologia. Isso porque a santificação no seio materno é um favor excepcional que não é dado por Deus senão em razão de uma utilidade comum.

c) — Confirmado em graça?

Já é mais corrente a tese de que São José tenha sido confirmado em graça (isto é, recebera o dom de não cometer pecado mortal), conforme ocorreu com os Apóstolos em Pentecostes e, pensam alguns, ao longo da História da Igreja.

Assim, afirmam que a concupiscência esteve atada em São José, porque, como diz o teólogo Pe. Sinibaldi: “José é o esposo de Maria, mais pura que os Anjos; é o pai de Jesus, mais branco que o lírio do vale; e estes grandes títulos exigem em José uma grande semelhança com sua Esposa e com o Filho em todas as virtudes, mas especialmente no candor de uma integridade e pureza celeste”.27

Porém, tudo o que de São José se pode afirmar é que, com maior probabilidade em razão de sua missão, ele foi confirmado em graça pelo menos desde o momento de seu casamento com a Virgem Maria.

O que leva o erudito Frei Isidoro de Isolano a concluir: “Certamente o santíssimo José é um santo de primeira ordem, que brilha na eternidade como um sol, por seu nascimento, seu matrimônio, seu ministério, sua dignidade e seus trabalhos, superando a todos os Padres do Antigo Testamento, do mesmo modo como a autoridade de um pai sobre seu filho, supera a de seus servos”.28

d) — Ressurreição e assunção ao Céu?

Outro privilégio atribuído a São José por quase todos os autores dos séculos XV-XVII (Chanceler Gérson, São Bernardino de Siena, Suárez, São Francisco de Sales etc.) é a sua ressurreição e glorificação. Tratar-se-ia, então, também da assunção do santo Patriarca aos céus em corpo e alma, a exemplo de sua bendita esposa. Isso se deduziria em razão de seu ministério de esposo de Maria e pai virginal de Jesus, à maneira como se deduz a conveniência da assunção da Bem-aventurada Virgem Maria por sua supereminente dignidade de Mãe de Deus.

Pois São Mateus, descrevendo a Paixão de Cristo, afirma: “Abriram-se as sepulturas e muitos corpos de santos, que tinham adormecido no Senhor, ressuscitaram” (27, 52). São José seria um desses santos, como afirma o Pe. Ribadeneira: “E assim não há dúvida de que este santíssimo patriarca está no Céu em lugar eminentíssimo, e alguns doutores dizem que está em corpo e alma, tanto por não se saber onde está seu corpo (e se estivesse na Terra não quereria o Senhor que estivesse escondido e carecesse daquela honra que têm outros santos menores), como porque, se os mortos que ressuscitaram depois que Cristo Nosso Senhor ressuscitou e apareceram a muitos em Jerusalém, subiram ao Céu em corpo e alma no dia da Ascensão com o mesmo Senhor (como muitos graves doutores dizem), piedosamente se pode crer que não negou o Filho de Deus a seu pai putativo este privilégio que a tantos outros concedeu”.29

De igual opinião é São Bernardino de Siena, que considera semelhante sentença pelo menos piedosa: “Piedosamente se há de crer, mas não assegurar, que o piedosíssimo Filho de Deus, Jesus, honra com igual privilégio que a sua Mãe santíssima a seu pai putativo; de modo que, como esta ascendeu gloriosa em corpo e alma ao Céu, assim também no dia da ressurreição uniu consigo o santíssimo José na glória da ressurreição. Para que, como aquela santa Família — Cristo, a Virgem e José — viveu junta na laboriosa vida e em graça amorosa (na terra), assim agora na glória feliz reine com o corpo e alma nos Céus”.30

e) — Batizado por Jesus Cristo?

Por outro lado, perguntam-se os teólogos se São José recebeu o batismo. Alguns alegam que o batismo de São João — prefigura do Sacramento do Batismo — se deu mais provavelmente porque muitos piedosos judeus o receberam. E se São José vivia no início da vida pública de Nosso Senhor, devemos afirmar com segurança que foi batizado por Cristo, porque o mesmo Cristo disse: “Quem não nascer da água e do espírito, não pode entrar no reino dos Céus” (Jo 3, 5).

f) — Forma de culto especial?

Sabemos que a Jesus Cristo devemos o culto de latria, isto é, de adoração, como Deus e Homem. Aos santos presta-se simplesmente o culto de dulia (reverência); à Santíssima Virgem, porém, devemos o culto de suma reverência, ou hiperdulia.

À vista de seus privilégios especiais, qual a forma de culto com que devemos honrar a São José?

Muitos teólogos afirmam que a ele se deve prestar um culto de suma dulia ou protodulia, pois, “a sublimidade da missão de São José; a preeminência de santidade que é sua consequência; o patronato universal desse grande santo sobre a Igreja, não seriam razões suficientes para conceder a São José um culto especial, distinto do culto rendido aos outros santos?” pergunta o teólogo francês Pe. A. Michel.31

Sobre isso explica outro teólogo, Frei Reginald Garrigou-Lagrange O.P.: “O culto devido a São José não excede especificamente ao chamado de dulia. Sem embargo, devemos pensar retamente que se trata de um culto de dulia superior ao de qualquer outro santo. Por isso a Santa Igreja colocou seu nome nas coletas, imediatamente depois de Maria, antes dos Apóstolos, como vemos na oração A cunctis. Ademais, hoje já tem prefácio próprio e se lhe dedica todo o mês de março”.32

Conclusão: honrar a São José acima de todos os santos

A primeira coisa que salta aos olhos quando se contempla São José é a sua santidade, a qual é o motivo de sua grandeza e o que explica e valoriza todas as outras grandezas que se encontram com abundância nele.

Segundo os teólogos, as virtudes características de São José foram seu “amor de esposo” à Virgem Maria; seu “amor de pai virginal” a Cristo; sua “autoridade e solicitude” como chefe de família, e seu “trabalho manual” de obreiro simples e modesto.33

O Evangelho chama José um “homem justo”. O Evangelista se limita ao essencial, e não gosta de superlativos. Mas na linguagem bíblica a palavra justo quer dizer um homem de muita virtude, um santo. Com efeito, no texto sagrado, as palavras justo e justiça tomam um significado bastante mais amplo, até identificar-se com a perfeição e a santidade.

Em que consiste essa justiça em São José? Diz Santo Tomás: “A justiça não é somente essa virtude especial atribuindo a cada um o que lhe pertence, é ainda essa retidão geral da alma que consiste na reunião de todas as virtudes”. E São João Crisóstomo acrescenta: “O nome justo, que o Espírito Santo dá a São José, significa completo em todas as virtudes”.34 A justiça, com efeito, compreende a ausência de todo vício e a posse de toda virtude.

Em José a santidade se identifica, pois, com a justiça entendida no sentido mais pleno que lhe dá sempre a Sagrada Escritura, vale dizer, a observância fiel de toda a Lei, da maneira mais escrupulosa e constante, uma justiça de obras levada a cabo sem lamentações, sem comentários, sem protestos, sem recriminações, sempre no silêncio; uma justiça concretizada na fé, na esperança e na caridade; fé profunda e irremovível; esperança firme até à certeza; caridade inflamada, que arde e brilha sem se apagar nunca.

Ele possuía, além disso, em altíssimo grau, os sete dons do Espírito Santo. Assim, nele resplandeciam a Sabedoria, o Entendimento, a Ciência, o Conselho, a Fortaleza, a Piedade e o Temor de Deus.

São Leonardo de Porto Maurício (canonizado por Pio IX em 1866) assim se expressa com relação às grandezas de São José:

“Que os Evangelistas guardem silêncio sobre São José, pouco importa. Que eles se abstenham de exaltar, como poderiam fazer, essas virtudes e prerrogativas excelentes que ressaltam sua dignidade; basta-me que eles o representem como o esposo de Maria, virum Mariae de qua natus est Jesus, quer dizer, como aquele de todos os mortais que se assemelha mais à obra mais perfeita entre as puras criaturas que tenham saído das mãos de Deus. Porque, diz São Bernardo, ‘José foi feito à semelhança da Virgem, sua esposa’; quer dizer, aquele que se aproximou mais dessa criatura sublime, a qual se elevou até o mais alto dos Céus, e encanta de algum modo no seio do Pai Eterno seu Filho único. Esposo de Maria, quer dizer um mesmo coração e uma mesma alma com esse coração e essa alma que portou o coração e a alma do Filho de Deus”.35

Concluímos com o erudito Pe. A. Michel. Ele disse que, para falar da santidade de São José, “seria necessário exaltar sua fé profunda, sua confiante esperança, seu amor que aumenta sem cessar no contato com Aquele que, em sua companhia, manifestava-Se cada vez mais aos homens. Seria necessário relembrar a prudência e a força do vigilante guardião encarregado de arrancar o Menino e sua Mãe das ciladas de seus piores inimigos. A justiça do homem perfeito que a Escritura pintou com uma palavra: justus; a temperança desse artesão humilde e laborioso. Poder-se-ia assim passar em revista todas as virtudes e as atribuir a São José em um grau supereminente: certamente ficaríamos nos limites da verdade”.36

 

_________________Plínio Maria Solimeo

 

NOTAS:

1. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo 13, p. 529.
2. Autobiografia, n. 831 in Santo Antonio Maria Claret – Escritos autobiográficos y espirituales, Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1959, p. 413.
3. Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, Paulus, 1983, n. 6, pp. 41. 4. Tratado do Amor de Deus, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1950, segunda edição, p. 5.
5. Bonifacio Llamera O.P., Teología de San José, Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1953, pp. 10-11.
6. Ven. Maria de Agreda, Vie Divine de la Très Sainte Vierge Marie, Editions Saint-Michel, Saint-Cénére (França), 1916, p. 83, nota.
7. Ana Catalina Emmerich, Vida de la Santisima Virgen, Espasa Calpe Argentina S. A., Buenos Aires, 1944, pp. 145ss.
8. Charles L. Souvay, Saint Joseph, in The Catholic Encyclopedia (1910), CD-ROM Edition Copyright 2003 by Kevin Knight.
9. S. del Páramo, Temas bíblicos, III, pp. 223-224, apud Angel Luis Iglesias-J. Prado González, San José (Sagrada Escritura), in Gran Enciclopedia Rialp, Madri, 1973, tomo XIII, p. 509.
10. J. M. Bover, Vida de N. S. Jesu-Cristo, p. 120, apud Angel Luis Iglesias-J. Prado González, op. cit., p. 509.
11. Comentário a Mateus, apud Paolo Calliari, San José – Patrono del Perú, Editora Latina S.R. Ltda., Lima, Peru, 1991, p. 52.
12. Segundo discurso sobre São José, apud P. Calliari, op. cit., p. 82.
13. De perp. Virg. B. M. V.:PL 23,213, apud M. Llamera , op. cit., p. 510.
14. Apud Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo 13, p. 506.
15. Sent. d. 30 q. 2 a. 2 ad 4, apud M. Llamera, San José (Teología Dogmática), in Gran Enciclopedia Rialp, vol. 13, p. 511.
16. Cfr. A. Michel, Joseph (Saint), in Dictionnaire de Théologie Catholique, Librairie Letouzey et Ané, Paris, 1925, tomo VIII, col. 1511.
17. Isidoro de Isolano O.P., Suma de los Dones de San José, Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1953, p. 451.
18. In Charles L. Souvay, Saint Joseph, in The Catholic Encyclopedia (1910), CD-ROM Edition Copyright 2003 by Kevin Knight.
19. Vie divine de la très Sainte Virge Marie, p. 83.
20. Apud P. Calliari, op. cit., p. 68.
21. Plinio Corrêa de Oliveira, São José, mártir da grandeza, in Catolicismo, n. 411, março de 1985, contra-capa.
22. Pedro de Ribadeneira, Flos Sanctorum, in Eduardo Ma. Vilarrasa, La Leyenda de Oro, L. González y Compañía – Editores, Barcelona, 1896, vol. I, p. 618.
23. Apud Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo 13, p. 520.
24. A. Michel, op. cit., col. 1513.
25. Apud P. Calliari, op. cit., p. 142.
26. Artigo citado.
27. Apud B. Llamera, op. cit., p. 284.
28. Isidoro de Isolano, op. cit., p. 407.
29. P. de Ribadeneira, op. cit., p. 619.
30. Sermo de S. Joseph, a.3, apud B. Llamera, op. cit., p. 303.
31. A. Michel, op. cit., col. 1250.
32. Apud B, Llamera, op, cit, p. 336.
33. Idem, p. 243.
34. Apud Les Petits Bollandistes, op. cit., p. 503.
35. Idem ib., p. 520.
36. A. Michel, op. cit., col. 1519.

 

(Fonte: revista Catolicismo, nº 795, março/2017, Matéria de Capa, pp. 26-41 – Alguns destaques acrescidos)

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