CatolicismoRito Tradicional

3 DE MAIO – FESTA DE INVENÇÃO DA SANTA CRUZ

Comemora-se o achado da Santa Cruz por Sta. Helena.

3 DE MAIO – FESTA DE INVENÇÃO DA SANTA CRUZ

Vitorioso do cruel Maxêncio, o Imperador Constantino, com o auxílio da Santa Cruz que nos céus lhe aparecera refulgente com esta letra: In hoc signo vinces (Com este sinal vencerás), criou tal veneração para este augusto sinal que mandou fosse adorado em todo o Império Romano e que a ninguém mais se crucificasse.

Encaminhou-se Santa Helena [18 de agosto], sua mãe, para Jerusalém, apesar dos oitenta anos, com o intento de visitar os santos lugares, descobrir o santo lenho em que foi morto nosso Redentor, e erigir um templo magnífico sobre o santo sepulcro.

Sobre este tinha Adriano [imperador romano] mandado levantar um tempo à mais infame das deusas do Paganismo, a Vênus, o qual a Imperatriz mandou arrasar, e, depois de muitas escavações, apareceu a cova que recebeu o corpo adorado de Jesus, e não longe acharam três cruzes que tinha ali enterrado depois do suplício, conforme o costume do tempo, bem como os cravos e o título da cruz do Senhor, mas em separado. Para tirar a dúvida de qual seria das três cruzes a verdadeira, quer dizer, a que foi instrumento da Redenção, valeu-se a santa, a conselho do então Bispo de Jerusalém, S. Macário, de um ato de fé cristão que foi prontamente recompensado.

Estava em ponto de expirar certa mulher de alta classe, fizeram-lhe tocar sucessivamente as três cruzes: o contato com a terceira pô-la incontinente boa.

Desta incomparável relíquia mandou parte, santa Helena, ao Imperador, seu filho, junto com os cravos, outra parte deu a uma igreja de Roma, ainda conhecida com o título de Santa Cruz, que possui também o sagrado título ou inscrição da Cruz (INRI); outra porção notavelmente maior foi entregue, em riquíssimo estojo de prata, ao Bispo de Jerusalém. Por ordem de Constantino, levantou o santo Prelado tempo suntuoso no lugar do Sepulcro, que foi consagrado no ano de 335.

Fragmentos sem conta destas sagradas relíquias estão hoje espalhados em toda parte do mundo cristão, onde são objeto de veneração e devoção dos fieis. (Manual do Christão, Goffiné, pp. 880-882)

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A veneração a Santa Cruz remonta, assim, ao ano de 292, graças a Santa Helena.

No século VII, no império romano do oriente, no ano de 611, o rei persa Cosroes II levou a cabo as conquistas das províncias bizantinas orientais, com um poderoso exército, arrasando a Síria e Jerusalém, que viria a cair nas suas mãos no ano de 614.

A Igreja do Santo Sepulcro, erigida por Constatino, seria saqueada e incendiada pelos invasores, levando consigo, entre tantas relíquias, a Santa Cruz. Esta seria recuperada pelo imperador Heraclio, que pessoalmente a conduziria a Jerusalém, a 21 de Março de 630 – segundo o relato do historiador Arménio Sebeos “História do Império Heraclio”. A sua festa teria lugar a 3 de Maio, desconhecendo-se, porém, a razão desta data.

A devoção à Santa Cruz construir-se-ia entre os séculos II e VII, estendendo-se a todo o mundo Cristão. Também aqui, no Brasil, chegaria alguns séculos mais tarde, porque também aqui se erguia um singelo templo, de invocação a Santa Helena, a mesma que emprestaria o seu nome à aldeia, num sinal de humildade, testemunhando uma vez mais, as qualidades demonstradas em vida.

 

NOTA: Para conhecer mais sobre a festa de Invenção da Santa Cruz, acesse: https://soutodoteumaria.com.br/3-de-maio-festa-da-invencao-da-santa-cruz/

Santa Cruz (imagem: Escola Ecclesia Mater)

LOUVOR DA CRUZ

NO DIA ETERNAMENTE alegre e eternamente lacrimoso no qual o Filho de Deus feito homem foi colocado em uma Cruz, todas as coisas de uma só vez entraram em ordem, e nesta ordem divina a Cruz se levantou sobre todas as coisas criadas. Destas, umas manifestaram a bondade de Deus, outras sua misericórdia, outras sua justiça. Apenas a Cruz foi símbolo de seu amor e o penhor de sua graça. Por Ela confessaram os confessores e foram castas as virgens, e viveram vida angélica os padres do deserto, e foram os mártires testemunhas firmes que puseram suas vidas à guilhotina, com varonil e firmíssimo semblante. Do sacrifício da Cruz procederam aquela portentosas energias com que os fracos assombraram os fortes, com que os proscritos e desarmados subiram ao Capitólio, com que uns pobres pescadores venceram o mundo. Pela Cruz, alcançam a vitória todos aqueles que combatem, e a misericórdia todos os que a pedem, e amparo todos os desamparados, e alegria todos os tristes, e consolo todos os que choram. Desde que se ergueu a Cruz no ar, não há homem algum que não possa viver no Céu antes mesmo de deixar na terra seus restos mortais; porque se ainda vives aqui pela tribulação, já estás lá pela esperança”. – Donoso Cortés.

ORAÇÃO AOS PÉS DA CRUZ

Ó meu Jesus, dai-me a Vossa força quando a minha pobre natureza se revolta diante dos males que a ameaçam, para que possa aceitar com amor as penas e aflições desta vida de exílio. Uno-me com toda a veemência aos Vossos méritos, às Vossas dores, à Vossa expiação, às Vossas lágrimas, para poder trabalhar convosco na obra da salvação. Possa eu ter a força de fugir ao pecado, causa única da Vossa agonia, do Vosso suor de sangue, e da Vossa morte.

Afasteis de mim o que Vos desagrada, e imprimi no meu coração com o fogo do Vosso santo Amor todos os Vossos sofrimentos. Abraçai-me tão intimamente, em abraço tão forte e tão doce, que nunca eu possa deixar-Vos sozinho no meio dos Vossos cruéis sofrimentos.

Só desejo um único alívio: repousar sobre o Vosso Coração. Só desejo uma única coisa: partilhar da Vossa Santa Agonia. Possa a minha alma inebriar-se com o Vosso Sangue e alimentar-se com o pão da Vossa dor!

Amém.

________Padre Pio de Pietrelcina

 

 

(Fonte: in Pale Ideas – Tradição Católica!)

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