Catolicismo

5 DE AGOSTO – DEDICAÇÃO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES OU BASÍLICA DE SANTA MARIA MAIOR

5 DE AGOSTO – DEDICAÇÃO DE NOSSA SENHORA DAS NEVES OU BASÍLICA DE SANTA MARIA MAIOR

A basílica de Santa Maria, em Roma, foi consagrada em honra de Nossa Senhora, e oferecida “ao povo de Deus”, pouco depois do Concílio de Éfeso (431) que proclamara a divina maternidade de Maria. É a primeira igreja em sua honra no Ocidente, dedicada em meados do século IV, pelo Papa Libério, motivado por uma miraculosa caída de neve a 5 de agosto (Veja Aqui). Por isso é também chamada “Liberiana” e “Nossa Senhora das Neves”. É certamente a maior igreja mariana de Roma, basílica patriarcal (representa o patriarcado de Antioquia), muito embelezada através dos séculos.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

 

Nossa Senhora das Neves

Sermão de S. Germano

(Serm. in Encoen. sedis Deiparae init.)

Coisas admiráveis se dizem de ti, cidade de Deus (Sl. 86, 3), proclama Davi, em salmo inspirado. No meu entender designa, não resta dúvida, de modo claro, a cidade do grande Rei, cidade eleita que supera todas a demais, não pela ostentação de seus palácios, nem pela arrogância de suas colinas, senão pelo esplendor de suas virtudes divinas e de sua pureza única, refiro-me a Maria, a castíssima e imaculada Mãe de Deus. Foi nela que o verdadeiro Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19, 16) levantou sua tenda, ou melhor, foi nela que toda a plenitude da divindade vei habitar corporalmente (Col. 2, 9). É ela a cidade gloriosa, a Sião espiritual. Parece-me que foi ela que Davi anunciou, arauto de Deus.

Se alguém der à casa, que é sua, o nome de cidade gloriosa, nada afirmaria de falso ou de inconveniente. Se Maria foi honrada com o título de cidade viva de Cristo Rei, este templo três vezes santo que lhe pertence e cuja dedicação hoje celebramos é realmente cidade gloriosa, e merece este nome: cidade que não inscreve seus cidadãos em róis de súditos de rei terreno, mortal, senão no rol de súditos de Rei dos céus, que os conduz à vida eterna e lhes abre seu reino.

Quando, entretanto, ouvirdes falar em dedicação, ou encênias, isto é, inauguração, não imagineis edificações novas ou casas recém-construídas. Reportai-vos à renovação espiritual que leva o homem interior a despir velhos hábitos, esfarrapado que foi pelo pecado, e revestir hábito novo da piedade, e progredir rejuvenescido em vida nova (Rm. 6, 4). A Virgem imaculada encontrará em nós, com efeito, motivo de alegria, se nos vir renovados pela prática da virtude, da piedade e da devoção. Vivemos de alegrias puras em homenagens a Maria toda pura. Ela se alegrará se nos vir penetrar em seu templo venerando para estarmos em sua presença com a vontade de nos converter-nos em todos os meandros de nossa vida, em atos, palavras e contemplação. Antes de mais nada, pratiquemos, porém, a misericórdia, porque é por ela que honramos a Deus. Renovados na alma e no corpo, poderemos celebrar, com o ser renovado, a dedicação do templo consagrado à puríssima Mãe de Deus.

(Fontes: 1. nota introdutória: livro Missal Cotidiano, Editora Paulus, 1985, p. 1699; 2. sermão: livro Ofício Marial Lecionário, Editira FTD S.A., 1966, pp. 767/769 – Texto revisto e atualizado)

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