MAIO, MÊS DE MARIA

MAIO, MÊS DE MARIA (MEDITAÇÕES)

Décima Meditação

Santo Antônio de Pádua e Lisboa, o Menino Jesus e a Santíssima Virgem

10º DIA

Maria pode conduzir-me ao céu

Quero durante alguns dias deter-me em pensamentos ainda mais consoladores.

I. Ela foi a criatura mais fiel e mais dedicada ao Senhor, e amou-o mais, ela só, do que todas juntas. Só a Virgem Maria cumpriu perfeitamente o preceito do amor, amando a Deus de todo seu coração, de toda sua alma, e com todas as suas torças, amando a Deus tanto quanto uma criatura pode amá-lo; e, em retribuição, ela foi amada por Deus com todo o poder do amor divino, porque Deus nunca se deixa vencer em generosidade. Ora, se Deus ama assim a Maria, pode recusar-lhe alguma coisa?

Um dia, Santa Brígida ouviu Jesus Cristo dizer a sua Mãe:

— Minha Mãe, sabeis quanto vos amo, pedi-me, pois, o que quiserdes, e, qualquer que seja vosso pedido será satisfeito; pois desde que — nada me recusastes quando eu estava na terra, é justo que nada vos recuse agora que estais comigo no céu. É justo que palavra de consolação! diz S. Ligório.

Maria, pode levar-me ao céu, porque:

II. Ela é a Mãe de Jesus Cristo, Senhor do Céu. As súplicas de Maria, diz Sto. Antônio, sendo súplicas de u’a mãe, têm a força de uma ordem para Jesus Cristo e, portanto, é impossível que não sejam atendidas.

Maria, quando pede por nós, diz ainda S. Pedro Damião, de certo modo manda; seu pedido não é o de uma serva, mas o de uma soberana.

O que Deus pode por sua natureza, dizem todos os Santos, Maria, Mãe de Deus, o pode por seus rogos. Ela recebe da piedade cristã um titulo que não pode ser dado a mais ninguém: a onipotência suplicante.

Oh! tenho pois toda a razão de pensar e dizer, para me consolar, fortificar e animar:

Maria pode me levar ao céu.

EXEMPLO

Os ramalhetes a Maria

Uma mãe de família de Nancy conta:

    • Eu tinha um esposo bom, afetuoso, irrepreensível na vida particular e pública, mas descuidado e arredio à prática da religião. Durante o mês de Maio que precedeu sua morte, eu armara, como costumava fazer todo o ano, uni pequeno altar, em meu aposento, à Santíssima Virgem e ornava-o de flores, renovadas de vez em quando. Todos os domingos meu marido ia passar fora da cidade; e, de cada vez, ao voltar, me oferecia um ramalhete que ele mesmo colhera, e eu com essas flores ornava o meu oratório. Nos primeiros dias do mês seguinte, foi subitamente fulminado pela morte, sem tempo de receber os socorros da religião. Fiquei inconsolável; minha saúde se alterou seriamente, e a família obrigou-me a partir para o sul. Passando em Lião, quis ver o santo Cura d’Ars, que ainda vivia. Escrevi-lhe para solicitar uma audiência e recomendar às suas orações meu marido, que morrera de repente. Não lhe dei outros pormenores. Apenas entrara na sala em que ele recebia as visitas, o santo Cura me disse: — Senhora, estais consternada, mas não vos lembrais então dos ramalhetes de cada domingo do mês de Maio? Ser-me-ia impossível dizer qual foi o meu pasmo, ouvindo o Padre Vianney lembrar uma circunstância de que eu não tinha falado a ninguém, que só podia conhecer por uma revelação. — Acrescentou: Deus teve piedade daquele que honrou sua santa Mãe; no instante da morte, vosso esposo pôde arrepender-se; sua alma está no purgatório; nossas boas obras não o deixarão ficar lá.

 

(Fonte: livro, em formato PDF, MÊS DE MARIA – Traduzido das Palhetas de Ouro, aumentada com uma coleção de Exemplos para Todos os Dias do Mês por Mons. Dr. José Basílio Pereira, com edição de Carlos Alberto de França Rebouças Júnior, Salvador-Bahia/1953)

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