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TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL: FESTA DA SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR E MEMÓRIA DE SANTA VERÔNICA
FESTA DA SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR E MEMÓRIA DE SANTA VERÔNICA – TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL
“Em 10 de janeiro de 1959, a Santa Sé estendeu a aprovação, concedendo a mesma permissão para todo o Brasil, concedendo a todos os Bispos do Brasil a licença de celebrar a festa da SAGRADA FACE solenemente na Terça-feira de carnaval (cf. REB, vol. XIX, fasc. 2, p.462).”
Dados históricos da Sagrada Face
Em 1211, Inocêncio III instituiu em Roma oficialmente a festa do Santo Sudário de Verônica, que naquele tempo era celebrado no segundo domingo da festa da Epifania. Foi ele quem lhe deu o nome de Verônica (vera icona).
Leão XIII instituiu em Roma a Arquiconfraria da Sagrada Face “in perpectuam memoriam”, com o Breve de 1º de outubro de 1885: “Tam pro Gallia quam ubique”.
São Pio X mandou dizer às Carmelitas de Lisieux, pelo Cardeal Gennari: “que esta imagem seja distribuída profusamente por todas as partes e que seja venerada em todas as famílias cristãs. Recomenda Sua Santidade a propagação de seu culto particularmente aos Excelentíssimos Senhores Bispos como a todos os Eclesiásticos e abençoa especialmente todos aqueles que se tornam seus propagadores”. Recomendou a propagação de seu culto particularmente aos Exmos. Srs Bispos e Superiores Religiosos (04/06/1906).
Neste sentido pronunciou-se também Papa Pio XI, dizendo: “Em toda casa e em toda Igreja haja um quadro do Santo Sudário”.
Em 15 de março de 1957, o Papa Pio XII aprovou a propagação da medalha e a festa, na Itália.
Em 1934, o padre Gaetano Catanoso fundou o instituto religioso Irmãs Verônicas da Santa Face, que ereição canônica em 1958 e aprovação da Santa Sé em 1980. Foi canonizado em 2005.
Em 10 de janeiro de 1959, a Santa Sé estendeu a aprovação, concedendo a mesma permissão para todo o Brasil, concedendo a todos os Bispos do Brasil a licença de celebrar a festa da SAGRADA FACE solenemente na Terça-feira de carnaval (cf. REB, vol. XIX, fasc. 2, p.462).
A Festa, ainda não instituída oficialmente pela Igreja, mas já celebrada de maneira particular em muitas paróquias no mundo inteiro, foi pedida pelo Senhor por meio da Madre Maria Pierina De Micheli.
“Esta Face é como o selo da Divindade que tem o poder de reimprimir nas almas que a ela se dedicam, a imagem de Deus. Eu lhes concederei uma contrição tão perfeita que mesmo os seus pecados serão transformados diante de Mim em jóias de ouro precioso”. (Jesus a Madre Maria Pierina De Micheli – Tours)
“Toda vez que alguém contemplar a minha Face, derramarei o Meu amor nos corações. E, por meio da Minha Face obter-se-á a salvação de muitas almas”. (Jesus a Madre Maria Pierina De Micheli – Milão)
A carmelita Maria Pierina De Micheli viveu em Tours, França, e iniciou a devoção da Santa Face de Jesus. Em 1844, a Madre Maria relatou ter visto Santa Verônica limpando com seu véu os escarros e a poeira da face de Jesus no caminho do Calvário. Ela afirmou que os atos sacrílegos e blasfemos de hoje adicionam escarros e poeira no rosto de Jesus, que lhe teria pedido a devoção de sua Face Sagrada como reparação comparável ao ato de Verônica.
Uma grande devota e propagadora dessa devoção é Santa Teresa de Lisieux, ou Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face.
Em agosto de 1895, em seu “Cântico à Santa Face”, ela escreveu:
“Jesus, sua imagem inefável é a estrela que guia meus passos. Ah! Você sabe, Sua doce Face é para mim o céu na terra. Meu amor descobre os encantos de Sua Face adornada com lágrimas. Eu sorrio através de minha próprias lágrimas quando contemplo Seus sofrimentos”.
Santa Teresinha também compôs a “Oração da Santa Face para pecadores”:
“Pai Eterno, uma vez tu me destes como minha herança a adorável Face de teu Filho Divino, eu ofereço esta Face a Ti e Te imploro, em troca desta moeda de valor infinito, que perdoes a ingratidão das almas dedicadas a Ti e que perdoes todos os pobres pecadores”.
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PROMESSAS FEITAS A SANTA MATILDE E SANTA GERTRUDES SOBRE ESTA DEVOÇÃO
– Eu garantirei aos devotos, contrição tão perfeita que seus pecados serão transformados diante de Mim em joias de precioso ouro.
– Nenhum deles será afastado de Mim.
– Na oferenda de Minha Face ao Pai, eles terão acalmado Sua cólera e eles vão adquirir como com moeda celestial, o perdão por seus pecados.
– Eu abrirei Minha boca para pedir ao Pai para garantir todas as preces que eles Me apresentarem.
– Vou iluminá-los com Minha luz, e vou consumi-los com Meu amor.
– Eu lhes darei frutos de boas obras.
– Eles vão, como a piedosa Verônica, enxugar a Minha adorável Face ultrajada pelo pecado, e Eu vou imprimir Minha Divina Fisionomia em suas almas.
– Em suas mortes, vou renovar neles a imagem de Deus, apagada pelo pecado.
– Semelhante à Minha Face, eles brilharão mais do que muitos outros na vida eterna e o brilho da Minha Face vai enchê-los de prazer .
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SANTA VERÔNICA E A DEVOÇÃO À SANTA FACE
Santa Verônica ou Berenice, de acordo com o “Acta Sanctorum” publicado pelos bolandistas, foi uma mulher piedosa de Jerusalém que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a Cruz até o Gólgota, limpou com seu véu a Santa Face: e, então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele.
O nome “Verônica” em si é uma forma latinizada de “Berenice”, um nome macedônico que significa “portador da vitória” (correspondente à em grego: phere-nikē). A etimologia popular atribui sua origem às palavras “verdade” (em latim: vera) e “imagem” (em grego: eikon).
A Encyclopaedia Britannica diz o seguinte sobre Verônica:
“Eusébio conta como em Cesareia de Filipe vivia uma mulher a quem Cristo havia curado de um problema de hemorragia (Mateus 9:20-22). A história não demorou em lhe dar um nome. No ocidente, foi identificada com Marta de Betânia. No oriente, ela foi chamada de Berenike, ou Beronike, o nome aparecendo em obras tão antigas quanto os “Atos de Pilatos”, cuja primeira versão é do século IV d.C. É interessante notar que a derivação do nome Verônica das palavras Vera e Icon (eikon) também é antiga e aparece em “Otia Imperialia” (iii, 25) de Gervásio de Tilbury (fl. 1211), que diz: “Est ergo Veronica pictura Domini vera”.
A Enciclopédia Católica de 1913 diz o seguinte sobre a história de Verônica:
“A crença na existência de imagens autênticas de Cristo está ligada à velha lenda do rei de Edessa, Abgar, e o texto apócrifo conhecido como “Mors Pilati” (O Evangelho da morte de Pilatos). Para distinguir em Roma a mais conhecida e mais antiga destas imagens, ela foi chamada de vera icon (imagem verdadeira), que na língua comum se transformou em “verônica”.
É assim referenciada em diversos textos medievais mencionados pelos bolandistas (ex.: um antigo missal de Augsburgo tem um missa “De S. Veronica seu Vultus Domini”, ou “Santa Verônica, a Face do Senhor”) e Mateus de Westminster fala de uma impressão da imagem do Salvador que é chamada de Veronica: “Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur” (“Éfige da face do Senhor que é chamada de Veronica”). Gradualmente, a imaginação popular tomou a palavra como sendo o nome de uma pessoa e ligou a ela uma série de lendas que variam de acordo com o país. A referência ao rei Abgar está relacionada à uma lenda muito similar, popular no oriente, chamada Imagem de Edessa, e ligada às tradições de São Tadeu.
Não há referência à história de Santa Verônica e seu véu nos Evangelhos canônicos. A história que chega mais perto é o milagre já relatado sobre a mulher que foi curada de uma hemorragia em Mateus 9:20-22 e Lucas 8:43-48. O nome dela foi identificado como sendo Verônica nos “Atos de Pilatos” (Registro Pilati), uma obra apócrifa do século IV d.C: (VII) E uma certa mulher chamada Berenice [em copta Beronice, em latim Verónica] gritando de longe disse: Eu tinha um fluxo de sangue e toquei a fímbria da sua veste, e o fluxo do meu sangue foi estancado quando eu tinha doze anos. Os judeus dizem: Temos uma lei em como uma mulher não poderá dar testemunho. A história foi depois mais elaborada com a adição da história de Cristo dando a ela um autorretrato num tecido com o qual ela posteriormente curou o imperador romano Tibério. A ligação disto com Jesus carregando a cruz na Paixão e a aparição milagrosa da imagem só ocorreu por volta de 1380, num livro internacionalmente famoso na época chamado de “Meditações sobre a vida de Cristo”. A história de Verônica é celebrada na sexta estação da Via Crúcis.
De acordo com a Enciclopédia Católica, o Véu de Verônica era considerado nos tempos medievais como a imagem verdadeira, a representação de Jesus anterior ao Sudário de Turim.
Santa Verônica foi mencionada nas visões de Jesus pela Madre Maria Pierina De Micheli, uma carmelita que viveu em Tours, na França, e iniciou a devoção da Santa Face de Jesus. Em 1844, a Madre Maria relatou que, numa visão, ela viu Santa Verônica limpando o cuspe e a poeira da face de Jesus com seu véu no caminho do Calvário. Ela afirmou ainda que os atos sacrílegos e blasfemos de hoje em dia estão adicionando cuspe e poeira no rosto de Jesus. De acordo com ela, Jesus teria pedido a devoção de sua Face Sagrada como reparação, que seriam então comparáveis ao ato de Verônica limpando o rosto de Jesus.
Santa Verônica é comemorada, por umas fontes, na “Terça-feira gorda” (Carnaval), a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas – o mesmo dia da comemoração da Santa Face – e por outras fontes no dia 12 de julho. Mas ela não consta do Martirológio Romano, nem mesmo do pré-Vaticano II. Foi declarada Padroeira da Frabça – onde há um culto particular a ela – dos mercadores de linho, das lavadeiras, e mais recentemente dos fotógrafos e dos informáticos (todos que trabalham nessa área).
(Fontes: blogs Pale Ideas – Tradição Católica! e Thesaurus Precum – Tesouro de Orações Católicas Tradicionais – Destaques acrescentados)