Devoção Mariana
A ICONOGRAFIA, A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS E O BEATO TIAGO ALBERIONE
Celebra-se a festa de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos no sábado véspera da Solenidade de Pentecostes.
A ICONOGRAFIA, A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS E O BEATO TIAGO ALBERIONE
O bem-aventurado Tiago Alberione sempre valorizou a imagem na comunicação. Pensou também em expressões, reflexões, orações e numa imagem que expressasse a devoção a Maria Rainha dos Apóstolos.
Na nascente Família Paulina:
. 1919 – Iniciou a invocação de Maria com o título de Regina Apostolorum (Rainha dos Apóstolos)
. 1922 – No Livro de Orações: aparece a Oração Maria Imaculada e, para se rezar aos Sábados, Coroazinha à Rainha dos Apóstolos
. 1923 – É encomendado o quadro de Ir. Cecilia Verra
. 1928 – É lançado o livro do Pe. Timóteo Giaccardo intitulado “Rainha dos Apóstolos”
Como invocar Maria?
“Em 1919, no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, vieram a mim os seminaristas e jovens aspirantes para me pedir com qual título nós devemos invocar Maria, qual seria a nossa devoção […] já se havia pensado e rezado e, então, dei a resposta: invocar Maria com o título de “Regina Apostolorum”, para que sejam santificados os apóstolos e apóstolas, para que façam o bem às pessoas e depois, para que apóstolos e fiéis estejam todos juntos no céu”. (1964)
Outubro de 1922
– Pe. Alberione sugere o Rosário com os mistérios que recordam o título Rainha dos Apóstolos: 1º gozoso, 5º doloroso, 3º, 4º e 5º gloriosos.
E o título é enriquecido com os atributos de Mãe e Mestra.
Recorda Pe. Alberione:
Algumas imagens já existiam na arte cristã. Maria entre os apóstolos Pedro e Paulo ( século IV).
Em 1845, S. Vincenzo Pallotti criou a imagem de “Rainha dos Apóstolos”, em tela, arte de Serafino Cesaretti. S. Vincenzo fez acrescentar no quadro duas mulheres, como sinal do apostolado leigo unido ao dos apóstolos e seus sucessores.
Em 1919 já aparece na Arte Cristã a expressão desta devoção.
Alberione pensa numa iconografia própria
Em março de 1923, decide criar uma imagem própria para a Família Paulina.
Foi-lhe apresentada a pintura de autoria da monja dominicana Ir. Cecilia Verra.
A realização do quadro não satisfaz plenamente Pe. Alberione… há alguma novidade, mas “não descreve” meu pensamento sobre Maria Rainha dos Apóstolos.
Em 1928, Pe. Alberione escreve a Pe. Giaccardo: “[…]Procure uma imagem da Rainha dos Apóstolos. Creio que a pintura da irmã é um tanto imperfeita.”
Em 1934 fez o projeto para um novo quadro.
Em 1934, manifesta também, o desejo de construir uma Igreja dedicada a Maria Rainha dos Apóstolos.
Em 1935 foi lhe apresentado o quadro de Giovanni Battista CONTI.
Pe. Alberione quer visualizar o que significa para ele chamar Maria RAINHA DOS APÓSTOLOS
O novo quadro chegou à Casa Mãe, na Páscoa de 1935. Pe. Alberione viu nele uma ótima realização artística do conceito teológico-pastoral sobre a devoção à Rainha dos Apóstolos e exultou:
«O quadro da “Rainha dos Apóstolos” chegou na Páscoa: belo, devoto, grande.
É obra do Prof. Conti.
Agora serão feitas fotografias grandes, pequenas imagens, quadros para as várias Capelas.”(San Paolo 1935, n, 14 abril – UCAS 1935-junho).
Com o título “O novo quadro da “Rainha dos Apóstolos”, no boletim “San Paolo” do mês de maio de 1935, o Fundador faz uma admirável síntese da sua mariologia:
“Caríssimos,
Diante da nossa Mãe, Mestra, Rainha é espontâneo repetir:
“Mostra-nos, depois deste exílio, Jesus, o fruto bendito de teu seio,
ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”
Numa intensa luz, Maria cumpre seu apostolado: dar Jesus ao Pai, aos homens, ao céu.
Deus Jesus Cristo à terra…
Apresentou Jesus aos pastores , chamados os primeiros junto ao berço do Salvador, representando o povo humilde, herdeiro das promessas divinas…
Apresentou Jesus a S. José, seu fiel esposo e pai adotivo de Jesus.
Apresentou Jesus a S. João Batista…
Apresentou Jesus aos pagãos, representados pelos Magos, vindos a Belém…
Apresentou Jesus ao templo, oferecendo o Menino, Vítima digna e Sacerdote eterno …
Apresentou Jesus aos Egípcios, que levou no exílio…
Apresentou Jesus a Nazaré, exemplo perfeito de vida escondida, modelo de todas as virtudes individuais, domésticas, sociais, religiosas e civis.
Conduziu-o ao templo e o apresentou como Sabedoria do Pai aos Doutores…
Apresentou Jesus aos apóstolos nas bodas de Caná… onde fez antecipar
a hora de manifestar-se fazendo o milagre da transformação da água em vinho…
Apresentou Jesus crucificado, salvação do mundo inteiro …
Apresentou Jesus ao Pai no dia da Ascensão…
Deu, pela sua oração, o “espírito de Jesus” aos Apóstolos e à Igreja nascente.
Ela nos mostrará Jesus no nosso ingresso no paraíso…
Maria dá sempre Jesus, como um ramo que sempre o leva
e o oferece aos homens: sofredor, glorioso, eucarístico: caminho, verdade e vida dos homens.
É a Apóstola de Jesus: não com palavras somente, mas de mente, vontade e coração”.
No final de 1954, estava sendo acabada a construção do Santuário Basílica da Rainha dos Apóstolos em Roma, consagrado e aberto ao culto no dia 30 de novembro.
Numa hora de adoração, no final de 1954, o bem-aventurado Tiago Alberione entregou a Maria o Santuário, como agradecimento à Virgem pela proteção durante a guerra, e fez esta oração:
“Tu, ó Maria, tens uma missão social:
Primeiro: santificaste uma casa, domicílio das virtudes domésticas:
guarda a primeira sociedade que é a família.
Segundo: deste início à vida religiosa, com o voto de virgindade e a observância de uma perfeita obediência e pobreza; guarda a sociedade religiosa.
Terceiro: carregaste nos braços a Igreja nascente, sociedade sobrenatural instituída pelo teu Filho Jesus: guarda a Igreja.
Quarto: a ti foi confiada a humanidade, da qual és mãe espiritual e que deve irmanar-se numa sociedade supranacional: graças a Ti, se unem os homens na verdade, caridade, justiça:
guarda a Sociedade das Nações.
Quinto: Em Jesus Cristo és a Mãe da civilização, que brota do Evangelho e se realiza na obra da Igreja: guarda a verdadeira civilização”.
Esta mariologia social do bem-aventurado Alberione pode constituir um vasto horizonte para que os leigos, nas pegadas de Maria, situem a própria missão profética, real e sacerdotal, desde a santificação das famílias até o compromisso para que desabroche a civilização que brota do Evangelho.
(Fonte: blog Rainha dos Apóstolos – O título é nosso bem como alguns destaques acrescidos)