Jesus Cristo, Sabedoria Eterna e EncarnadaOrações & Devoções

A VIA SACRA SEGUNDO FREI LEONARD GOFFINÈ

A VIA SACRA SEGUNDO FREI LEONARD GOFFINÈ

Encontro de Jesus com Maria a caminho do Calvário.

Condições indispensáveis para a meditação da Via Sacra:

1ª. Percorrer sucessivamente as 14 estações, exceto em vias sacras públicas, em que o ministro percorre pelos fiéis;

2ª. Percorrê-las sem interrupção notável;

3ª. Meditar a Paixão do Senhor.

Eis, portanto, a meditação da Via Sacra, segundo o método apresentado pelo Frei Goffinè, em seu “Manual do Christão”:

ORAÇÃO PREPARATÓRIA

Ó meu Jesus! Amo-Vos mais que todas as coisas, porque sois infinitamente bom. Pesa-me de todo o coração, de vos ter ofendido, a Vós, que sois meu soberano bem. Ofereço-Vos este piedoso exercício em memória do que sofrestes no caminho do Calvário, por amor de mim, que sou um indigno pecador. – (Se for oferecido às almas do purgatório) Intento ganhar e aplicar às almas do Purgatório a indulgência plenária anexa a este piedoso exercício.

I Estação – Jesus condenado à morte

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Podia o Divino Salvador nosso pulverizar com uma palavra, com um olhar só, aquele infame Juiz e a turba dos Judeus e algozes; queria, porém, satisfazer à justiça de seu Pai por todos os pecados do mundo, calou-se!… Obrigue-nos este exemplo a sofrer as injustiças dos homens, como satisfação à justiça eterna, tantas vezes por nós desacatada.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

II Estação – Jesus com a cruz às costas

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Recebe Jesus, o justo por excelência, da mão dos algozes, o pesado lenho do seu sacrifício: E nós, pecadores, como recebemos as cruzes, às vezes tão leves, que nos envia o misericordioso Senhor, para lembrar-nos a devida penitência? – Comparemos, julguemos!

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

III Estação – Jesus cai debaixo da cruz, primeira vez

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Cai ao peso da cruz nosso Redentor. Levanta-se no meio de sangrentos insultos. Eis como se dignou expiar nossas quedas. – Sigamo-lo, pois, com o coração sinceramente contrito e penetrado, no caminho doloroso que aceitou trilhar por nós.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

IV Estação – Jesus encontra sua Mãe Santíssima

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Imensa foi a aflição da mãe e do Filho, neste crudelíssimo encontro. Maria, porém, conhecia o plano divino, sabia que Jesus havia de ser imolado pela glória do Pai e Redenção do mundo, e dela também era o holocausto. – Alcance-nos a Mão do Salvador, os sentimentos de suas virtudes heroicas com perfeita imitação do seu divino Filho.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

V Estação – O Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Meditemos o ato que permite aqui Jesus. Não lhe falta a força àquele que sustenta o universo; quer, porém, ensinar-nos, aceitando tal auxílio, que nos devemos ajudar uns aos outros, no caminho da vida, com serviços e obséquios recíprocos.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

VI Estação – Verônica enxuga a face de Jesus

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Dulcíssimo Jesus meu! Assim como recompensastes a compassiva e generosa Verônica, com vosso retrato, no véu que enxugou vosso rosto sagrado, dignai-vos de imprimir em nossos corações vossa imagem, e os vossos padecimentos por nós, que nunca os possa o pecado ofuscar ou dissolver.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

VII Estação – Jesus cai, segunda vez

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Sucumbe de novo o Divino Cordeiro, ao peso dos nossos pecados antes que do lenho ignominioso. Ergue-se logo, continua sua marcha para o Calvário. – Exemplo para nós, de nunca entregarmo-nos ao desalento: retemperando-os com nova graça nas águas benditas da penitência.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

VIII Estação – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Não choreis por Mim, chorais antes por vós e por vossos filhos, diz Jesus ás mulheres de Jerusalém, pensando só nas calamidades iminentes sobre sua pérfida pátria… E nos ensina que mais agradável lhe será nossa compaixão, se primeiro chorarmos nossos pecados, causa que são do seu sacrifício.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

IX Estação – Jesus cai, terceira vez

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Tantas e tão graves são as nossas ofensas, que de novo prostram o nosso Salvador. – O que, porém, lhe causa tristeza mortal, é que será baldado para muitos, o sangue que derrama. Não sejamos nós ingratos tais, protestemos antes, corresponder amorosamente à sua divina graça.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

X Estação – Jesus despido da túnica inconsútil

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Abraçaram-lhes os algozes a túnica inconsútil, pegada ao corpo pelas feridas sem conta da flagelação, e o despojaram, à vista do amotinado povo. – E eu, seu discípulo, tão apegado às vaidades, tão cobiçoso dos bens presentes… Livrai-me Senhor, e restituí-me a veste nupcial da vossa graça!

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

XI Estação – Jesus pregado na cruz

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Que atroz suplício nosso Redentor, quando lhe transpassaram as mãos e os pés sagrados com enormes cravos, e o crucificaram! Com este sangue a correr em jorro, conheçamos o preço duma alma, e quanto custou a nossa. Detestemos o pecado, causa de tantas dores. Prendei, Senhor e Redentor meu, à vossa cruz minha vontade, nada a separe da vossa.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado.

XII Estação – Jesus expira na cruz

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Depois de três horas de agonia, expira o nosso Redentor. Logo o céu, o sol, a lua, a terra, as pedras, todos os elementos se comovem em pavoroso assombro… – Choremos nossas iniquidades, causa desta morte, e prometamos a Jesus pagar amor com amor, procurando com zelo ardente a salvação das almas.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

XIII Estação – Jesus descido da cruz

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

Maria recebeu em seus braços o corpo inânime de seu adorado Filho. Então mais fundo que nunca lhe penetrou à alma o gládio profetizado outrora por Simeão. Então seria aquela dor grande como o mar… – Ó Mãe dolorosíssima, nossas culpas foram a causa do martírio vosso, e de vosso Filho; suplicai-lhe por nós, que nos penetre o coração o sincero arrependimento e o firme propósito de emenda para todo o sempre.

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

XIV Estação – Jesus depositado no sepulcro

V. Nós vos adoramos, Senhor Jesus, e vos bendizemos.

R. Porque com a vossa cruz remistes o mundo.

O seio do Pai eterno, o seio da Virgem, a gruta de Belém, a cruz do Calvário, o sepulcro de Gethsemani… Aqui termina a fulgurante carreira do nosso Redentor… Aí está debaixo de enorme pedra! Tudo para me salvar… e eu tão pouco farei pela minha salvação que tão caro custou a Jesus Deus-Homem!

Pai Nosso … Ave Maria … Glória ao Pai …

Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Gravai, ó Mãe Santa,

em meu coração,

as chagas de Jesus Crucificado

Pai Nosso … (6 vezes)

Ave Maria … (6 vezes)

Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo … (6 vezes)

Conclusão

Senhor meu Jesus Cristo, que para resgatar o mundo quisestes nascer, ser circuncidado, reprovado pelos ímpios Judeus, entregue com um ósculo pelo traidor Judas, amarrado e levado ao sacrifício como um cordeiro, arrastado pelas ruas, levado com tanta ignomínia aos tribunais da Anás, Caifás, Pilatos e Herodes, acusado por falsas testemunhas, cruelmente rasgado com tantos açoites, ludibriado, cuspido com repugnantes escarros, coroado de agudos espinhos, fustigado com a cana… que vos tapassem os olhos por zombaria, que vos despissem, vos pregassem com três cravos, e vos erguessem na cruz no meio de dois ladrões… que vos dessem a beber vinagre e fel, e vos transpassassem o coração com a lança!… Ó piedosíssimo Redentor, por tantas dores e penas, por nosso amor padecidas, e que nós vamos meditando agora, livrai-nos das penas do inferno, levai-nos ao paraíso, como o ladrão convosco crucificado, ó meu bom e dulcíssimo Jesus, que com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

(Fonte: Irmandade Nossa Senhora do Carmo – Suprimimos a tradução em latim)

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