CatolicismoSemana Santa

(ALGUMAS) INSTRUÇÕES SOBRE A SEMANA SANTA

(ALGUMAS) INSTRUÇÕES SOBRE A SEMANA SANTA

Semana Santa (Foto: Aleteia)

Vários nomes têm a semana do Domingo de Ramos ao Sábado Santo. Chamam-na a Grande Semana; duas grandes semanas há na duração do mundo: a primeira, quando Deus criou o universo, cujos dias foram todos assinalados com milagres da Omnipotência; a segunda, em que Deus reparou e como que recriou a sua obra, a purificou e restaurou na primitiva santidade, pelo sangue e morte de seu Filho, e esta, com seus dias ilustrados por milagres de amor, merece, incomparavelmente, mais que a primeira o nome de grande.

Chamamo-la de grande, diz S. João Crisóstomo, não que tenha mais dias que as outras semanas, nem nos dias mais horas, mas pelos muitos e grandes mistérios que nela celebramos; nestes dias, com efeito, foi destruída a tirania do demônio, desarmada a morte, apagados o pecado e a maldição, o Céu aberto. Nela também são mais demorados os jejuns e as vigílias, mais amiudados os ofícios religiosos.

Chama-se semana dolorosa, por causa das penas e sofrimentos do Salvador; semana de indulgência, porque nela recebiam os penitentes a absolvição, e eram admitidos a comungar com o fieis; semana de Xerofagia, porque só comiam nesses dias alimentos secos, sem adubo algum. Era uso universal, outrora, comer só pão com água e algumas ervas nos últimos três dias. Semana Santa nós a chamamos pelos santos mistérios nela comemorados e pelas santas disposições com que a celebramos; prevaleceu esta última qualificação: mostrem as nossas obras que foi bem dado o nome. Lembremo-nos dos exemplos dos nossos pais.

Outrora eram dias de festa os dias desta grande semana, e também os da seguinte.

Eram proibidos os trabalhos servis, o negócio e as demandas, e confirmaram essas disposições da Igreja os decretos dos Imperadores Romanos.

Devemos perdoar-nos mutuamente, reconciliar-nos e esquecer todo rancor, se queremos participar das graças que nos mereceu a Paixão de Cristo Senhor Nosso, e celebrar dignamente a Páscoa.

 

(Fonte: livro Manual do Christão – Goffiné, Frei Leonardo Goiffiné, Colégio da Imaculada Conceição, Botafogo/RJ, 10ª edição/1925, pp. 455-456 – Texto revisto e atualizado)

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