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CASA DE NAZARÉ, ESCOLA DE EVANGELIZAÇÃO

CASA DE NAZARÉ, ESCOLA DE EVANGELIZAÇÃO

Como sabemos, a maior parte da vida terrena de Jesus se passou em um pequeno vilarejo da Galileia. Em Nazaré … Jesus viveu uma vida simples e discreta, em perfeita conformidade à vontade do Pai, na espera do início de sua missão pública.

“Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Olhar, escutar, meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo. Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido” (Paulo VI, Alocução 05/01/1964).

Vamos falar de um santo, que buscou trilhar este mesmo caminho… Na cidade de Nazaré, viveu também, por cerca de três anos, um santo chamado Carlos de Foucauld. Ele se dedicava à oração e aos serviços mais simples, como porteiro do Convento das Clarissas. Lá, Carlos mergulhou na vida escondida de Jesus, no segredo de Nazaré, uma vida perfeitamente conforme à vontade do Pai. Lá, ele escreve: “Desejo levar a vida que entrevi e percebi ao caminhar pelas ruas de Nazaré, onde Nosso Senhor, pobre artesão perdido na humildade e na obscuridade, pisou”. Em outra ocasião, Carlos dirige estas palavras de gratidão a Jesus: “Quão fértil em exemplos e lições é esta vida de Nazaré! Obrigado! Que bom foste ao nos ter dado esta instrução durante 30 anos!”. Seguindo os caminhos de Jesus de Nazaré, Carlos de Foucauld buscou imitá-lo em tudo, desejou entregar toda a sua vida ao Pai, por Cristo, com Cristo e em Cristo, como um sinal de amor por todos os homens.

Em Nazaré, Carlos escreveu também uma das mais belas orações cristãs (a Oração do abandono), inspirado pela contemplação do Cristo, uma oração que hoje é conhecida e rezada por milhares e milhares de cristãos do mundo inteiro: “Meu Pai, entrego-me a Vós! Fazei de mim o que quiserdes. Tudo o que quiserdes fazer de mim, eu Vos agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, desde que Vossa vontade se realize em mim e em todas as Vossas criaturas. Não desejo outra coisa, Senhor! Deponho minha alma em Vossas mãos, com todo o amor do meu coração, pois para mim é uma necessidade do amor, dar-me e entregar-me em Vossas mãos com confiança absoluta, porque sois meu Pai!”.

Contemplando a vida de Jesus em Nazaré, São Carlos de Foucault mergulhou na filiação divina e na fraternidade universal! Em Cristo, nós também somos filhos de Deus e “irmãos” de toda a humanidade, vocacionados a fazer sempre a vontade do Pai.

(Fonte: opúsculo Livro das Peregrinações do Círio de Nazaré 2021, Basílica Santuário de Nazaré, Belém-Pará, pp. 34-37. Destaques acrescidos)

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