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“Com humildade, paciência e amor”

Ó, como agrada a Deus aquele que, com humildade e paciência, abraça as cruzes que Deus lhe manda! ...

“Com humildade, paciência e amor”

Jesus é condenado a morte (imagem: Gaudium Press).

Ó, como agrada a Deus aquele que, com humildade e paciência, abraça as cruzes que Deus lhe manda! Dizia Santo Inácio de Loyola: ‘Não há lenho mais apto a produzir e conservar o amor a Deus do que o lenho da Santa Cruz’, isto é, amá-lo em meio aos padecimentos.

“Persuadamo-nos de que, neste vale de lágrimas, não pode ter verdadeira paz de coração a não ser aquele que tolera e abraça com amor os padecimentos para agradar a Deus: assim carrega o estado de corrupção de que estamos todos infectados por causa do pecado. O estado dos santos na terra é o de padecer amando; o estado dos santos no céu é o de gozar amando.

“Uma vez o Pe. Paolo Segneri Juniore[1] escreveu a uma sua penitente, para animá-la a padecer, que pusesse escritas aos pés do Crucifixo estas palavras: ‘É assim que se ama’. Não o padecer, mas o querer padecer por amor de Jesus Cristo é o sinal mais certo para ver se uma alma o ama. ‘E que maior ganho’, dizia Santa Teresa, ‘se pode ter do que ter algum testemunho de que agradamos a Deus?’ Mas, ai!, a maior parte dos homens já fica abatida só com os nomes cruz, humilhação e pena!

“Mas não faltam tantas almas amantes que encontram todo o seu contentamento no padecer, e seriam quase inconsoláveis se vivessem cá embaixo sem padecer. ‘O olhar para Jesus crucificado’, dizia uma santa pessoa, ‘torna a cruz tão amável para mim, que me parece não poder ser feliz sem padecer; o amor de Jesus Cristo me basta para tudo’. Eis o que Jesus aconselha a quem quer segui-lo, o tomar e levar a sua cruz: ‘Tome cada dia a sua cruz e siga-me’ (Lc 9,23). Mas é preciso tomá-la e carregá-la não à força e com repugnância, mas com humildade, paciência e amor.

“Ó, como agrada a Deus aquele que, com humildade e paciência, abraça as cruzes que Deus lhe manda! Dizia Santo Inácio de Loyola: ‘Não há lenho mais apto a produzir e conservar o amor a Deus do que o lenho da Santa Cruz’, isto é, amá-lo em meio aos padecimentos. Um dia Santa Gertrudes perguntou ao Senhor o que poderia ela oferecer-lhe que fosse mais de seu agrado; e ele lhe respondeu: ‘Filha, tu não podes fazer-me coisa mais agradável do que sofrer com paciência todas as tribulações que se apresentarem a ti.’”

 

 

Referência: SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Prática do Amor a Jesus Cristo. Trad: Luís Augusto Rodrigues Domingues. São Paulo: Cultor de Livros, 2021, p. 54-55.

[1] Sacerdote jesuíta italiano do séc. XVIII.

 

 

(Fonte: Gaudium Press)

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