O CARMELO É TODO DE MARIA

DA DEVOÇÃO DAS QUARTAS-FEIRAS EM HONRA DA VIRGEM DO CARMO

Rainha do Carmelo

DA DEVOÇÃO DAS QUARTAS-FEIRAS EM HONRA DA VIRGEM DO CARMO

Desde os tempos primitivos da Igreja, os bons e fieis cristãos se acostumaram a santificar os dias de quartas-feiras com a abstinência [de carne] e o jejum, por haver sido este dia profanado, de maneira sem igual, pelo traidor Judas, com a venda de seu divino Mestre.

Esta mortificação tem caído quase universalmente em desuso entre os cristãos, porém, a Igreja a tem parcialmente conservado até os dias atuais, incluindo a abstinência e o jejum nas quartas-feiras entre os dias de jejum e abstinência das quatro Têmporas.

Os Sumos Pontífices, ao concederem algum jubileu ou indulgência extraordinária, igualmente costumam impor como condição dito jejum. A Santíssima Virgem, solícita como boa mãe dos bens espirituais de seus filhos prediletos, os Carmelitas, quis que sempre tivessem presente a horrível traição do pérfido Judas, para evitar com tal memória toda ocasião de renovar, com o pecado mortal, tão execrável crime. Assim dispôs que, em sua Ordem e entre seus confrades, se perpetuasse tal jejum e abstinência para santificar, deste modo, os ditos dias de quartas-feiras.

A fim de propagar esta devoção, de certa maneira exclusiva [entre os Carmelitas], digamos assim, o Papa Paulo V, devotíssimo da Virgem do Carmo, concedeu 300 dias de indulgência a cada quarta-feira aos confrades carmelitas que observassem dita abstinência e jejum. – Para ganhar a indulgência plenária concedida pelo mesmo Pontífice, no domingo mensal assinalado para as funções dos confrades, além de cumprirem com suas funções, deverão também participar da procissão realizada após. Essa indulgência plenária é aplicável também às almas do Purgatório.

Cumpram, pois, os confrades com maior assiduidade e devoção com suas funções. Maria, sua amorosa Mãe, chama-os a elas uma vez ao mês a fim de acumulá-los prodigamente com os dons celestiais. É possível crer-se que os confrades do Carmo negligenciem ao ponto de menosprezar seu proveito espiritual, e sua indiferença chegue ao extremo de serem ingratos com a mais bondosa das mães?

Ah! Todos os dias dizemos à Virgem que se digne mostrar que é nossa Mãe: “Mostra que sois nossa Mãe …”, e correspondendo às nossa súplicas e desejos, ela não passa um só momento que não se declare nossa Mãe, a mais piedosa e carinhosa. Mas, ao ver em nós pouca ou nenhuma correspondência, não poderia dizer-nos com toda razão: “mostrai vós filhos meus, mostrai que sois filho? …” Se sois meus bons e verdadeiros filhos, constantemente me obrigareis a ser vossa boa e verdadeira Mãe. Apenas o nome ou título de confrade não basta; só as obras é que podem vos fazer agradáveis a Deus e aos meus olhos. Com elas e só com elas merecereis suas graças e meus favores em todas as ocasiões, apuros, perigos e contratempos desta vida, minha assistência e proteção na hora de vossa morte, e meu amparo depois dela, para levá-los à glória.

NOTA: Embora se trate de uma obra escrita em meados do século XIX, cremos ser uma prática devocional bastante relevante e aconselhável nos tempos atuais de esmorecimento da fé, não só para os Carmelitas e confrades, como para todos os bons e fies devotos da Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe do Monte Carmelo. Assim, nas quartas-feiras pode-se dedicar especial devoção a Nossa Senhora, sob este título.

(Fonte: opúsculo em cópia digitalizada Tesoro del Carmelo, composto originariamente em italiano pelo Rev. Pe. Simon Grassi, Carmelita, traduzido livremente para o espanhol por outro sacerdote da mesma Ordem, Librería Religiosa, Barcelona/1864, Cap. XVI, pp. 146-149 – Tradução e adaptação para o português do Brasil é nossa)

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