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É possível manter a calma diante da pandemia?

É possível manter a calma diante da pandemia?

 

Santa Teresa de Jesus, a mística, doutora da Igreja e reformadora do Carmelo tem a chave em seu famoso poema “Nada te perturbe”.

Situações como as que o mundo enfrenta hoje diante da pandemia do Covid-19 podem gerar muitos sentimentos de angústia e de medo com diversas perguntas: o que passará com meus entes queridos? O que faço se caírem enfermos ou se eu ficar doente? Poderei perder meu trabalho? Entre outros tantos questionamentos.

Nada te perturbe

Diante disso, como manter a calma, ter paz? Santa Teresa de Jesus, a mística, doutora da Igreja e reformadora do Carmelo tem a chave; e a tem em seu famoso poema “Nada te perturbe”, que inclusive foi transformado em canção e interpretado em variadas melodias.

Santa Teresa de Ávila

O Padre Tomás Álvarez, da Ordem do Carmelo Descalço (OCD), que era um grande estudioso da Santa de Ávila, assinalou sobre o poema da carmelita: “É um salmo sapiencial, deve ser lido deixando-nos transpassar a alma com o dardo de cada verso, carregado de ressonâncias, que a partir de cada sentença nos devolve aos caminhos da própria vida, caminhos por vezes tortuosos, às vezes cheios de espinhos (…) É um salmo íntimo, nos introduz na alma da autora, que vai dizendo a si mesma: ‘Teresa, que nada te perturbe (…)’”.

Só Deus preenche e acalma tudo

O sacerdote também interpretou o seguinte sobre os versos da mística: “Em nosso poema, o certo é que cada verso resulta ser um anel de emenda com palavras bíblicas que ela passou tantas vezes do livro para os olhos e dos olhos para a alma”. Além disso, destaca que no poema permanecem três absolutos que são: “nada, nada, nada; tudo, tudo, só Deus!”, quer dizer, só Deus preenche e acalma tudo.

Nada lhe falta, só Deus basta

“É possível que a dose balsâmica e sedativa que permeia o leitor do poema se deva à cadência dos dois versos finais, com sua assonância em ‘nada lhe falta / só Deus basta’ (…) Mas, sem dúvida, mais forte que essa cadência musical é o essencial e absoluto da mensagem que nos chega através do poema, com sua alternância de tudo / nada / só Deus. Três vezes nada, nada, nada. Duas vezes tudo, tudo: ‘tudo se passa / tudo alcança’, e uma vez só, mas encerrando o poema no verso final: ‘só Deus!’ e ponto. O ‘só Deus’ e basta. Se o poema era um sedativo psicológico, acima da psicologia prevalece a teologia da contemplativa e mística que é Teresa”, disse o Padre Álvarez.

Confira abaixo o poema de Santa Teresa de Ávila para ler e meditar pausadamente:

Nada te perturbe, Nada te espante,
Tudo passa, Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem, nada lhe falta.
Só Deus basta.

Eleva o pensamento, ao céu sobe,
Por nada te angusties, nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue, com grande entrega,
E, venha o que vier, nada te espante.

Vês a glória do mundo? É glória vã;
Nada tem de estável, tudo passa.
Deseje às coisas celestes, que sempre duram;
Fiel e rico em promessas, Deus não muda.

Ama-o como merece, Bondade Imensa;
mas não há amor fino sem a paciência.
Confiança e Fé viva mantenha a alma,
quem crê e espera, tudo alcança.

Quem a Deus tem, mesmo que passe por momentos difíceis;
sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta.
Ide, pois, bens do mundo; ide, palavras vãs. Só Deus basta. (EPC)

(Fonte: Gaudium Press)

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