Instruções de Frei Leonard Goffiné

VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR

VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR

(imagem: reprodução da internet)

Mandai, Senhor, Aquele que haveis de mandar. Vinde, Senhor Jesus, vinde sem mais tardar! Abri-vos, Céus, venha sobre nós vosso orvalho!

No tempo do Advento devemos, diz S. Carlos Borromeu, preparar-nos para receber o Filho de Deus, que deixa o seio do Pai e vem fazer-se homem e viver conosco.

Quem é aquele que vem? De onde vem?

Como e por amor de quem? Quais os fins de sua vinda e quais devem ser os frutos? Consideremo-lo e chamemos por Ele como outrora os Justos e profetas do Antigo Testamento, aparelhemos, para recebê-lo, nosso coração, com o jejum, com a confissão e comunhão (Act. Ecclesiae Mediol., p. 1.012).

Santifiquemos o tempo do Advento. em obediência à Igreja: Eu sou a voz do que clama no deserto; aparelhai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas, já está o machado à raiz da árvore, bradava o Batista aos Judeus e também aos cristãos de todos os tempos. Por todos vem Cristo ao mundo, todos, pois, que o recebam. A palavra do Precursor abalou a Judéia, è às margens do Jordão acudiam os levitas, os sacerdotes, os publicanos, os pecadores de todas as condições, a pedir o batismo de penitência. Retumbam em nossos tempos as mesmas exortações; menos do que aqueles precisamos de penitência?

Menos do que eles deveremos temer ao Deus que hoje vem como Salvador, mas que há de vir como Juiz? Preparai vossos corações, eis que logo toda carne verá o Salvador enviado de Deus. (Lc. 3. 3-6).

Gratidão ao Redentor. Que era o homem antes da Encarnação? Que seríamos sem ela? Pobres, cegos, escravos e vítimas do demônio, do pecado, do inferno. Quanto lhe custou ao Filho de Deus o resgatar-nos e livrar-nos e restituir-nos os nossos direitos perdidos!

Um Deus reduzido à forma de escravo, sujeito a todas as misérias da triste humanidade, um Deus pobre, um Deus meninoque diz tanto ao nosso coração? Nós, que nos consideramos agradecidos pelo mínimo obséquio, não o seremos a um Deus que a si próprio se nos dá?

Em todo tempo está aberta a fonte das graças; mais abundantes, porém, correm estas nos dias das principais festas, dias de propiciação, em que toda a Igreja a Deus oferece mais solene homenagem, mais fervorosas orações, mais copiosas lágrimas e mais sinceras.

Para nos salvar, nasce Jesus; mas só chegam suas graças aos corações bem preparados; pelas nossas disposições mede seus favores.

Ora, nada ou pouca coisa teremos que lhe pedir. Desçamos em nosso coração, consideremos nossa vida passada, nosso presente estado, nosso futuro. Responder-nos-á o abismo de nossa miséria!

OREMOS: Ó Deus, que nos dás cada ano a alegria de esperar o dia da nossa Redenção; faze que, acolhendo cheios de regozijo teu Unigênito, Jesus Cristo Nosso Senhor, agora, como Redentor, nós o vejamos com igual confiança quando vier como Juiz. Que contigo vive e reina.

NOTA (da fonte): Em muitas igrejas e casas particulares, costuma-se representar o presépio de Belém. Foi este uso introduzido por S. Francisco de Assis, o qual, devoto especialíssimo do Menino Jesus, assim reproduzia o estábulo, a manjedoura de Belém, para excitar ainda mais sua ternura e gratidão; contribui admiravelmente esta prática para instrução de pessoas que desconhecem o acontecimento, mormente as crianças.

(Fontes: 1. texto: livro Manual do Christão – Goffiné, Frei Leonard Goffiné, Colégio da Imaculada Conceição, Botafogo/RJ, 10ª edição/1925, pp. 677-679 – Texto revisto e atualizado e alguns destaques acrescidos; 2. oração: in Diurnal Monástico Latim-Português, Edições Lumen Christi – Mosteiro de São Bento – Rio de Janeiro, 1962, Ofício das Laudes da Vigília do Natal, p. 262)

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