Devoção Mariana

15 DE SETEMBRO – COMEMORAÇÃO (MEMÓRIA) DE NOSSA SENHORA DAS DORES OU COMEMORAÇÃO DAS SETE DORES DE NOSSA SENHORA

15 DE SETEMBRO – COMEMORAÇÃO (MEMÓRIA) DE NOSSA SENHORA DAS DORES OU COMEMORAÇÃO DAS SETE DORES DE NOSSA SENHORA

Junto à cruz, Maria tornou-se, para toda a Igreja, exemplo de fortaleza e de paciência

(Dos “Sermões” de São Lourenço de Bríndisi, presbítero / Sermão sobre as dores da Virgem Mãe de Deus, 4-5; Mariale, Pádua 1928, p. 66-69)

Desde o nascimento de Cristo, ou melhor, bem antes, a Virgem Maria sofreu muito por causa dele. José, “não querendo difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo” (cf. Mt 1,18-20). Prestes a dar à luz, experimentou em Belém até onde chega o egoísmo humano: não houve quem a acolhesse em sua casa. Em nenhuma hospedaria encontrou boa vontade, e nem abrigo. Como não houvesse lugar para eles no albergue (cf. Lc 2,7), para proteger-se dos perigos da noite, foi obrigada a refugiar-se numa estrebaria, junto com os animais. Ali, deu à luz o seu Filho, Primogênito e Unigênito do Pai, e reclinou na manjedoura aquele Menino tão delicado e tão amável.

Ela sofreu intensamente quando seu Filho foi submetido à dolorosa circuncisão. No dia de sua purificação e da apresentação de Jesus no templo, grande foi sua dor quando ouviu de Simeão a profecia das perseguições, que o Filho haveria de sofrer. Sofreu igualmente quando soube, pelo anjo, que Herodes procurava o Menino para o matar, e teve, por isso, que fugir para o Egito. Sofreu também quando, em Jerusalém, perdeu Jesus e o encontrou no templo: “Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos” (Lc 2,48).

Tudo isso foi apenas o início ou o prelúdio de suas dores. Não era ainda a espada que lhe traspassaria a alma. Quando Cristo, depois de ter sido batizado por João e de ter vencido o demônio no deserto, se manifestou ao mundo, pregando o evangelho e operando milagres para destruir o reino de Satanás, então, sim, começou a terrível perseguição, que não poupou sequer a Virgem Maria.

Quando soube que Jesus, traído por Judas, fora preso pelos judeus; quando, depois da horrível flagelação, o viu condenado à morte mais infame e vergonhosa; quando, coroado de espinhos, o encontrou, no meio de ladrões, carregando a cruz a caminho do Calvário, para ser crucificado; quando o viu pregado à cruz e ouviu as suas palavras, pois “a Mãe de Jesus estava perto da cruz” (Jo 19,25); e quando se deu conta que estava morto: aí, sim, a espada da dor realmente traspassou a sua alma. Impossível descrever a sua dor!

Se São Paulo, pelo amor que tinha a Cristo, chegou a dizer: “Fui crucificado junto com Cristo; eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20), com mais razão Maria podia dizer isso. Se Cristo estava tão unido a Maria, como podia ele sofrer sem que sua dor repercutisse no coração da Mãe? Ela sofria com o Filho e seu sofrimento era total.

Lá estava junto à cruz, sustentada pela fé e certa que o Filho logo ressuscitaria. Estava presente com o corpo, mas mais ainda com o espírito. Lá estava, maravilhada pelo amor com que Deus amou o mundo, pela obediência do Filho ao Pai, por seu poder contra o demônio e por sua paciência diante de sofrimentos tão atrozes. Lá estava ela assustada e maravilhada diante do mistério da salvação humana. Para toda a Igreja, tornou-se exemplo e modelo de fortaleza e de paciência nas adversidades. Com grande coragem, bebeu até a última gota o cálice amargo que Deus lhe havia preparado. Assim foi que Maria, através do sofrimento, participou com todo o seu ser da paixão do Filho.

Se Cristo sofreu, deixando-nos um exemplo a seguir (cf. lPd 2,21), também Maria sua Mãe, sofrendo com o Filho as mesmas dores, nos deu o exemplo, para que façamos o mesmo que ela fez, sem desviar o nosso olhar do modelo divino, que se revelou a nós no Calvário. Contemplemos, pois, e imitemos Jesus Cristo e sua santíssima Mãe. Lembremos tudo o que ela sofreu por causa dos pecadores, e não desanimemos no caminho da santidade e da salvação. Maria seja para nós modelo de paciência, de fortaleza e de coragem. Nenhuma tribulação, nada neste mundo, nos separe do amor de Cristo.

 

 

NOTA: Para ler mais sobre a Comemoração de N. S. das Dores ou das Sete Dores de Maria Santíssima: https://soutodoteumaria.com.br/15-de-setembro-festa-de-nossa-senhora-das-dores/; https://soutodoteumaria.com.br/15-de-setembro-comemoracao-das-sete-dores-de-maria-ou-comemoracao-de-nossa-senhora-das-dores/.

 

 

(Fonte: in Liturgia das Horas da Ordem dos Servos de Maria, Ofício das Leituras da Solenidade de N. S. das Dores [Padroeira Principal da OSM], 2ª Leitura, obtido do site Ordo Servorum Mariae – Adaptado para o português odo Brasil)

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